Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:
Foi "o documento mais perturbador" que o pesquisador Matias Spektor, da Fundação Getúlio Vargas e colonista da Fel-lha localizou em vinte anos de trabalho.
Foi "o documento mais perturbador" que o pesquisador Matias Spektor, da Fundação Getúlio Vargas e colonista da Fel-lha localizou em vinte anos de trabalho.
O documento do diretor da CIA, William Colby dirigido ao secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Henry Kissinger, em 11 de abril de 1974.
O documento revela que o presidente Ernesto Geisel não só sabia da execução de 104 opositores do regime militar, como autorizou que o morticínio continuasse, desde que sob o controle de seu chefe do SNI e sucessor (por ele diretamente escolhido), general João Figueiredo.
"No dia 1° de abril (de 1974), Geisel disse ao general Figueiredo que a política (de extermínio) deveria continuar, mas que devia tomar muito cuidado (sic) para ter certeza (sic) de que só perigosos (sic) subversivos fossem executados", diz o documento da CIA.
O repórter Marcelo Godoy, do Estadão, lembra que nos dias 3 e 4 de abril - portanto, dois dias depois de a ordem para exterminar fosse compartilhada pelo sucessor de Geisel, o regime matou dez integrantes do Comitê Central do Partido Comunista, em São Paulo: João Massena, Luiz Ignácio Maranhão Filho e Walter de Souza Ribeiro.
Na mesma ação exterminadora, realizada pelo CIE, Centro de Informações do Exército, centenas de comunistas foram detidos e três morreram nas dependências do DOI-CODI: o tenente José Ferreira de Almeida, o jornalista Vladimir Herzog e o operário Manoel Fiel Filho.
Segundo a Fel-lha, até aqui só se tinha uma informação sobre o papel da cúpula do regime militar no programa sistemático de execuções.
Uma conversa revelada pelo Historialista Elio Gaspari, no livro de 2003, "A ditadura (sic) derrotada (sic)", em que Geisel disse ao general Dale Coutinho, em fevereiro de 1974, um mês antes de tomar posse na Presidência:
"Porque antigamente você prendia o sujeito e o sujeito ia lá pra fora... Ó Coutinho, esse troço (sic) de matar é uma barbaridade (sic), mas eu acho que tem que ser".
Gaspari fez carreira em cima dos documentos obtidos com o major Heitor Aquino Ferreira, um medíocre tradutor de inglês, que trabalhou para Paulo Maluf, Figueiredo, Geisel e Golbery.
Gaspari mantém esses documentos históricos guardados na gaveta pessoal.
Só ele pode interpretá-los...
E com eles escreveu cinco volumes da biografia semi-autorizada do Golbery, a quem trata de "Feiticeiro", e do Geisel, que chama de "Sacerdote".
Gaspari difundiu a tese de que o Feiticeiro e o Sacerdote derrubaram o grande presidente João Goulart, porque Jango gostava de pernas - de cavalos e de coristas.
E eles, autores do Golpe que fez ressurgir Democracia - como disse editorial do Globo no dia 2 de abril de 1964 - decidiram com ela acabar, ao doar o poder ao exterminar General Figueiredo.
(Cúmplice, Figueiredo não podia denunciar o antecessor...)
Nesse papal de abre e fecha, Gaspari descreve os dois - Geisel e Golbery - como os pais fundadores da Democracia pátria - são os nossos Washington e Jefferoson.
A impostura tem pernas curtas.
Ex-comunista, Gaspari agora terá que re-escrever os cinco volumes - como disse um navegante do C Af, que se assinou como Nelson W. Sodré.
Historiador comunista, Nelson Werneck Sodre, foi com quem o jovem comunista Helio Parmegiano - o Gaspari, no Partidão - deu os primeiros passos - como comunista e Historialista, no Rio.
Aguardam-se para os próximos dias o desfecho dessa operação de extermínio.
O Globo e a Fel-lha, que abrigam as colonas do Gaspari, o exterminarão?
Ou ele poderá continuar, impunemente, a pregar sua Teologia da Libertação dos Torturadores?
Sim, porque, mesmo que o Exército diga que queimou os documentos da tortura - e a Comissão da 1/2 Verdade do ministro zé da Justiça não os tirou da fogueira - a CIA está aí.
E, breve, quem vai ser lançado ao fogo da História é o Feiticeiro.
O Golbery!
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