segunda-feira, 18 de junho de 2018

O que amedronta Bolsonaro, o “valentão”?

Por Altamiro Borges

Jair Bolsonaro, o ex-capitão do Exército que almeja ser presidente da República, gosta de fazer pose de valentão, de “machão” destemido. Com seus discursos inflamados e seus gestos agressivos, ele rosna contra tudo e contra todos. Tenta se apresentar como paladino da ética e distribui porradas para todos os cantos. Essa imagem viril, porém, parece ser fabricada por marqueteiros. Na prática, o protótipo de fascista esconde seus medos. Um deles, que ficará ainda mais evidente na campanha eleitoral deste ano, é do debate. Ele sabe da mediocridade das suas ideias e propostas e, por isso, foge dos adversários. Segundo um levantamento parcial publicado na Folha, Jair Bolsonaro é um típico covarde, um falastrão.

“Em abril e maio, o ex-capitão do Exército não compareceu a ao menos quatro grandes encontros dos principais concorrentes ao Palácio do Planalto e declinou entrevista e sabatina da Folha... No Fórum da Liberdade, em Porto Alegre no dia 9 de abril, o candidato do PSL não respondeu ao convite e não compareceu. Ele também não esteve em evento promovido pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) em 8 de maio, em Niterói (RJ), que reuniu 11 pré-candidatos. Justificou ‘incompatibilidade de agenda’, segundo os organizadores. Nessa mesma data, Bolsonaro deu expediente na Câmara dos Deputados. Dois dias depois, o presidenciável faltou a outro debate, o da União Nacional dos Legisladores e Legislativos (Unale), em Gramado (RS)”.

Ainda de acordo com a reportagem, “não colocar na lista de compromissos encontros em que precisa apresentar suas propostas ao lado de outros concorrentes tem sido a estratégia de Bolsonaro na pré-campanha. Ele tem preferido comparecer a eventos para os quais é convidado por apoiadores, além de almoços reservados com empresários. O presidenciável tem evitado ainda as sabatinas. O convite para participar da série de entrevistas da TV Folha – que já ouviu 13 presidenciáveis – ficou sem resposta do candidato do PSL. Ele também não confirmou a data em que participará de sabatina promovida por Folha, UOL e SBT – esta, para conhecer os planos de governo dos sete primeiros colocados na pesquisa Datafolha”.

A mesma observação foi feita na semana passada pelo colunista Nonato Viegas, da revista Época: “Pré-candidato a presidente pelo PSL, o deputado Jair Bolsonaro (RJ) faltou a todos os debates promovidos até aqui por entidades de classe e veículos de comunicação. Teme precipitar desgaste de imagem ao ser comparado com adversários. Assessores do presidenciável dizem que ele prefere comparecer apenas a entrevistas”. Já o jornalista André Barrocal, em excelente matéria publicada na revista CartaCapital, apontou algumas das razões dos temores do presidenciável bravateiro. Além da ausência de propostas, ele está rodeado de pessoas sinistras e teria dificuldades para justificar suas companhias.

“No fim de 2017, o presidenciável da extrema-direita Jair Bolsonaro anunciou que seu ministro da Fazenda seria o economista liberal Paulo Guedes. O escolhido até já preparou um programa econômico para o deputado. Agora o casamento corre o risco de terminar ainda nas núpcias, caso Bolsonaro queira mesmo pregar na eleição que é o concorrente mais honesto. A recente operação contra uma enorme rede de doleiros, um desdobramento da Lava Jato, atingiu uma empresa da qual Guedes é sócio, o grupo Bozano, do mercado financeiro”. A ação criminosa movimentou bilhões de dólares no exterior e “é possível que as investigações do esquema de doleiros chegue perto do guru econômico de Bolsonaro”.

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