terça-feira, 30 de abril de 2019

A entrevista de Lula e a picuinha da Folha

Por Tereza Cruvinel

O Face cobra atualizações da página, vocês que a frequentam também cobram, com razão.

Afora problemas de saúde e da vida, o caso é que me falta apetite para tratar do grande desastre brasileiro.

Para falar das tonterias de Bolsonaro e seu governo ou do rame-rame do Congresso.

Vou me esforçar.

A entrevista de Lula foi uma luz sobre a política, onde o debate é pobre e rasteiro. Indigente e agressivo. Áspero e raso. Eu imaginava aquilo mesmo, que Lula continuasse bem vivo politicamente, ainda que tenha os momentos de tristeza que mencionou na entrevista a Monica Bérgamo (FSP) e Florestan Fernandes Filho (El País).

Boas perguntas, boas respostas. Se soltarem o homem, ele voltará ao jogo político, ainda que não possa ser candidato. A oposição passará a ter líder.

Monica avaliou que a entrevista foi um rombo na censura que vem se instalando no país.

Censura e outros ranços autoritários estão mesmo entre nós.

Mas a Folha, ao transcrever a entrevista, também censurou a fala de Lula, pelo menos num ponto: aquele em que me citou, por artigo escrito no início da Lava Jato, dizendo que eles queriam mesmo era chegar em Lula.

Aí ficou assim: "...uma jornalista importante (corte do nome)... escreveu um artigo..."

Quanta mesquinharia da Folha, chegar a este ponto porque não gosta de uma jornalista!

Fosse outro ou outra a citada, teria feito o mesmo?

Nos quatro anos em que presidi a EBC; a Folha fez muitas contra minha gestão.

Chamava a TV Brasil de TV do Lula e agora que ela foi reduzida a canal governamental, não a chama de TV do Bolsonaro.

E mesmo antes, quando eu ainda era colunista de O Globo, a Folha já pegava no meu pé.

Não sei por que, mas eles devem saber.

Essa é a mídia que temos.

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