sexta-feira, 21 de junho de 2019

Desespero do ‘morismo’ não esconde a queda

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O ridículo “Pavão Misterioso”, perfil falso no Twitter que, há dias, tentou envolver o vazamentos das mensagens trocadas entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (e entre estes e outros integrantes da tal Força Tarefa da Lava Jato), ganhou agora uma versão impressa, na IstoÉ, o único veículo que topou se agarrar sem reservas às incríveis teorias de uma conspiração internacional contra o atual ministro da Justiça.

Dispensa, como o tal Pavão, que se a depene, tão frágil é. O próprio Glenn Greenwald resume no Twitter: “A conspiração insana se contradiz. O desespero é feio.”

O grave na história é que ela envolve a Polícia Federal numa suposta “caçada ao hacker” sem que sequer tenha sido estabelecido que houve um hackeamento, até porque não houve perícia, ao que se saiba, em nenhum dos aparelhos de telefone que teriam sido invadidos.

E, lembremos, uma Polícia que não só está envolvida até a medula em toda a conspiração denunciada como está sob as ordens diretas do cada vez mais evidente chefe da operação.

Creio que a atitude do The Intercept de partilhar o material, como anunciou Greenwald, com outros órgãos de imprensa, deve-se ao perigo real de que se use medidas de força para impedir sua divulgação.

Nem é preciso dizer que esta seria uma situação desastrosa para Moro mas, desastrados como são, não é algo que se possa descartar totalmente.

A estratégia da divulgação dos fatos segue, também, esta linha de preocupações. Como todos já perceberam, com a postura “amiga” da mídia, as dezenas de escândalos deste governo (e este governo é produto da Lava Jato) faz desaparecer do noticiário. Eles aparecem, submergem e só de tempos em tempos voltam com notícias esparsas.

Por isso, a revelação tem de ser lenta, cuidadosa, um fato por vez, para que tudo não seja lançado no esquecimento.

Lembrem-se de que se trata de alguém que foi erigido, numa heresia política e jurídica, à condição de um deus.

O processo será necessariamente lento e tenso.

Porque não é a construção de uma farsa, que é apresentada sempre com grandiosidade. Mas a reconstrução da verdade, que se faz passo a passo, tijolo por tijolo num desenho lógico.

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