Por Luana Forlini, no site da Fundação Perseu Abramo:
No dia 17 de julho, a 54ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, ocorreu em Santa Fé, na Argentina. Além de assumir o comando do bloco para os próximos seis meses, Bolsonaro defendeu a possibilidade de outros acordos no estilo do feito com a União Europeia, bem como a nomeação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), para a embaixada nos Estados Unidos.
Nada de importante foi decidido. Além da transferência da presidência pro tempore para o governo do Brasil, somente serviu para produzir mais situações constrangedoras do presidente brasileiro em encontros internacionais. Talvez o momento mais constrangedor durante a fala de Bolsonaro tenha sido as referências ao presidente do Chile (país associado ao Mercosul), o liberal Sebastián Piñera. Ele chegou atrasado para a cúpula, já quando o brasileiro estava discursando, mas Bolsonaro não deixou de anunciar “Bem-vindo Piñera!”.
Quando o chileno não respondeu, Bolsonaro continuou: “o problema é com o Peru, não com o Brasil na Copa América, quero deixar bem claro”. As relações entre os dois países citados são permeadas por tensões desde o século 19, quando aconteceu a Guerra do Pacífico, que teve, com consequência, a anexação pelo Chile de territórios ricos em recursos naturais da Bolívia e do Peru.
Para além das gafes, Bolsonaro exaltou o fechamento do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado no dia 28 de junho, o que poderá abrir precedentes para a construção de novos acordos nos mesmos moldes com países como Canadá e Coreia do Sul. Vale lembrar que esse tipo de acordo prejudica a indústria brasileira para beneficiar o agronegócio, ou seja, ele acelera a desindustrialização. Além disso, não abarca somente o comércio, mas também serviços, propriedade intelectual e compras governamentais, o que elimina outros indutores de desenvolvimento.
Bolsonaro também defendeu que o bloco deveria fazer comércio sem viés ideológico e que esse critério se aplicaria para a nomeação de embaixadores. Paradoxalmente, argumentou a favor, novamente, da indicação de seu filho, Eduardo, para o cargo de embaixador nos Estados Unidos, o que é estritamente uma ação ideológica e de nepotismo.
No dia 17 de julho, a 54ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, ocorreu em Santa Fé, na Argentina. Além de assumir o comando do bloco para os próximos seis meses, Bolsonaro defendeu a possibilidade de outros acordos no estilo do feito com a União Europeia, bem como a nomeação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), para a embaixada nos Estados Unidos.
Nada de importante foi decidido. Além da transferência da presidência pro tempore para o governo do Brasil, somente serviu para produzir mais situações constrangedoras do presidente brasileiro em encontros internacionais. Talvez o momento mais constrangedor durante a fala de Bolsonaro tenha sido as referências ao presidente do Chile (país associado ao Mercosul), o liberal Sebastián Piñera. Ele chegou atrasado para a cúpula, já quando o brasileiro estava discursando, mas Bolsonaro não deixou de anunciar “Bem-vindo Piñera!”.
Quando o chileno não respondeu, Bolsonaro continuou: “o problema é com o Peru, não com o Brasil na Copa América, quero deixar bem claro”. As relações entre os dois países citados são permeadas por tensões desde o século 19, quando aconteceu a Guerra do Pacífico, que teve, com consequência, a anexação pelo Chile de territórios ricos em recursos naturais da Bolívia e do Peru.
Para além das gafes, Bolsonaro exaltou o fechamento do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado no dia 28 de junho, o que poderá abrir precedentes para a construção de novos acordos nos mesmos moldes com países como Canadá e Coreia do Sul. Vale lembrar que esse tipo de acordo prejudica a indústria brasileira para beneficiar o agronegócio, ou seja, ele acelera a desindustrialização. Além disso, não abarca somente o comércio, mas também serviços, propriedade intelectual e compras governamentais, o que elimina outros indutores de desenvolvimento.
Bolsonaro também defendeu que o bloco deveria fazer comércio sem viés ideológico e que esse critério se aplicaria para a nomeação de embaixadores. Paradoxalmente, argumentou a favor, novamente, da indicação de seu filho, Eduardo, para o cargo de embaixador nos Estados Unidos, o que é estritamente uma ação ideológica e de nepotismo.
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