Por Hermes Silva Leão, no jornal Brasil de Fato:
Na semana em que o número de mortos e contaminados pelo Covid-19 atinge marcas recordes no estado do Paraná o governo Ratinho Jr (PSD) anuncia a retomada das aulas presencias na rede estadual no próximo mês de setembro.
Na manhã de sábado, 1 de agosto, os números consolidados a partir de dados do próprio governo anunciam que 1.899 paranaenses perderam a vida pela pandemia. Nas últimas 24 horas, foram 59 mortes ocorridas em 25 municípios de todas as regiões do estado.
Portanto, o vírus circula em todo o território paranaense. Ainda neste último dia de julho Curitiba registrou 24 mortes, novo recorde diário de vidas perdidas na capital.
Neste cenário macabro, em que todas as autoridades públicas, de todos os poderes de estado deveriam estar integralmente envolvidas no principal objetivo deste período que é preservar vidas e proteger a saúde da população, o anúncio de retorno das aulas foi uma escolha política que reforça o descompromisso do estado com a saúde e a vida do povo.
O conjunto de protocolos anunciados pela Secretaria da Educação e do Esporte (Seed) não respondeu ao principal objetivo da existência de escolas: a aprendizagem. As condições para um processo de ensino-aprendizagem de qualidade pressupõe que para além da segurança em saúde, professoras/es, funcionárias/os, estudantes, diretoras/es e pedagogas/es estejam seguros e se sintam seguros.
Ao afirmar que num primeiro caso identificado de contaminação, que infelizmente será inevitável, a escola será imediatamente fechada por 14 dias, está posta a insegurança que não dará aos envolvidos a condição do processo pedagógico adequado.
Ainda mais, a Seed afirmou que salas de laboratórios de ciências, salas ambientes e educação física não serão retomadas. Ou seja, trabalhos com a cultura, teatro, esportes, danças, pesquisas em grupos, jogos lúdicos que são fundamentais para o desenvolvimento da escrita e da leitura estarão impedidos de ocorrer.
Imaginemos o cenário de controle absoluto em que ida aos banheiros, salas com fitas isolando setores, a impossibilidade da aproximação de crianças com professores/as, merendeiras, pedagogas/os, mascaras, inúmeras lavagens de mãos, álcool em gel, salas sem ventilação, o calor do verão, haverá condições para a liberdade do processo de ensinar e aprender?
Seguramente não, a tensão estará presente o tempo todo. Por isso, o melhor é o governo anunciar a suspensão presencial neste ano de 2020, evitando ainda mais desgastes humanos e gastos financeiros volumosos sem qualquer retorno que os justifique. Outro dado que soa no mínimo irresponsável, senão ilegal, é o fato de o governo Ratinho Jr transferir aos responsáveis a escolha em enviar ou não os estudantes para as escolas.
Aliás, o Paraná deveria seguir o exemplo do Paraguai tanto na educação como no combate ao coronavírus. Desde 27 de abril, o presidente Mario Abdo Benitz, pedindo compreensão de estudantes, educadores e familiares anunciou a suspensão das aulas até dezembro. Na saúde, nossos vizinhos optaram por medidas rigorosas que até o presente momento vem sustentando o não avanço da doença, são 49 mortos numa população de mais de sete milhões de pessoas.
Todo o processo de recuperação deste ano letivo bem como o início do ano letivo 2021, deverá ser planejado somente a partir das condições adequadas de preservação da vida e da saúde de todas/os.
Aliás, a imposição do processo de educação não presencial no Paraná vem acentuando a exclusão, o abandono escolar e o adoecimento da categoria profissional. A manipulação das informações, distorções graves de discursos sobre Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional e Educação do Campo, são marcas que se aprofundam na escolha de Ratinho Jr, em fazer da educação pública um ambiente de negócios, buscando em São Paulo o empresário Renato Feder do ramo da tecnologia da informação, área que viu na pandemia oportunidade de auferir lucros. Porém, essa reflexão precisa ser aprofundada em artigo próximo.
Neste momento todo o governo, assim como o poder judiciário e legislativo deveriam se dedicar ao esforço de esmagamento da curva de crescimento de contaminações e mortes no Paraná. Temos afirmado que o genocídio em curso no Brasil precisará ser devidamente julgado num Tribunal Popular ou no Tribunal Internacional conforme denuncia já protocolada em Haia sobre o negacionismo da crise por parte do presidente Bolsonaro. A mesma medida deverá ser necessária para as autoridades paranaenses, lamentavelmente.
Na manhã de sábado, 1 de agosto, os números consolidados a partir de dados do próprio governo anunciam que 1.899 paranaenses perderam a vida pela pandemia. Nas últimas 24 horas, foram 59 mortes ocorridas em 25 municípios de todas as regiões do estado.
Portanto, o vírus circula em todo o território paranaense. Ainda neste último dia de julho Curitiba registrou 24 mortes, novo recorde diário de vidas perdidas na capital.
Neste cenário macabro, em que todas as autoridades públicas, de todos os poderes de estado deveriam estar integralmente envolvidas no principal objetivo deste período que é preservar vidas e proteger a saúde da população, o anúncio de retorno das aulas foi uma escolha política que reforça o descompromisso do estado com a saúde e a vida do povo.
O conjunto de protocolos anunciados pela Secretaria da Educação e do Esporte (Seed) não respondeu ao principal objetivo da existência de escolas: a aprendizagem. As condições para um processo de ensino-aprendizagem de qualidade pressupõe que para além da segurança em saúde, professoras/es, funcionárias/os, estudantes, diretoras/es e pedagogas/es estejam seguros e se sintam seguros.
Ao afirmar que num primeiro caso identificado de contaminação, que infelizmente será inevitável, a escola será imediatamente fechada por 14 dias, está posta a insegurança que não dará aos envolvidos a condição do processo pedagógico adequado.
Ainda mais, a Seed afirmou que salas de laboratórios de ciências, salas ambientes e educação física não serão retomadas. Ou seja, trabalhos com a cultura, teatro, esportes, danças, pesquisas em grupos, jogos lúdicos que são fundamentais para o desenvolvimento da escrita e da leitura estarão impedidos de ocorrer.
Imaginemos o cenário de controle absoluto em que ida aos banheiros, salas com fitas isolando setores, a impossibilidade da aproximação de crianças com professores/as, merendeiras, pedagogas/os, mascaras, inúmeras lavagens de mãos, álcool em gel, salas sem ventilação, o calor do verão, haverá condições para a liberdade do processo de ensinar e aprender?
Seguramente não, a tensão estará presente o tempo todo. Por isso, o melhor é o governo anunciar a suspensão presencial neste ano de 2020, evitando ainda mais desgastes humanos e gastos financeiros volumosos sem qualquer retorno que os justifique. Outro dado que soa no mínimo irresponsável, senão ilegal, é o fato de o governo Ratinho Jr transferir aos responsáveis a escolha em enviar ou não os estudantes para as escolas.
Aliás, o Paraná deveria seguir o exemplo do Paraguai tanto na educação como no combate ao coronavírus. Desde 27 de abril, o presidente Mario Abdo Benitz, pedindo compreensão de estudantes, educadores e familiares anunciou a suspensão das aulas até dezembro. Na saúde, nossos vizinhos optaram por medidas rigorosas que até o presente momento vem sustentando o não avanço da doença, são 49 mortos numa população de mais de sete milhões de pessoas.
Todo o processo de recuperação deste ano letivo bem como o início do ano letivo 2021, deverá ser planejado somente a partir das condições adequadas de preservação da vida e da saúde de todas/os.
Aliás, a imposição do processo de educação não presencial no Paraná vem acentuando a exclusão, o abandono escolar e o adoecimento da categoria profissional. A manipulação das informações, distorções graves de discursos sobre Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional e Educação do Campo, são marcas que se aprofundam na escolha de Ratinho Jr, em fazer da educação pública um ambiente de negócios, buscando em São Paulo o empresário Renato Feder do ramo da tecnologia da informação, área que viu na pandemia oportunidade de auferir lucros. Porém, essa reflexão precisa ser aprofundada em artigo próximo.
Neste momento todo o governo, assim como o poder judiciário e legislativo deveriam se dedicar ao esforço de esmagamento da curva de crescimento de contaminações e mortes no Paraná. Temos afirmado que o genocídio em curso no Brasil precisará ser devidamente julgado num Tribunal Popular ou no Tribunal Internacional conforme denuncia já protocolada em Haia sobre o negacionismo da crise por parte do presidente Bolsonaro. A mesma medida deverá ser necessária para as autoridades paranaenses, lamentavelmente.
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