sexta-feira, 19 de março de 2021

Não quero falar de flores

Por João Guilherme Vargas Netto


Prefiro insistir na VIA de combate à pandemia exigindo Vacina, Isolamento social e Auxílio emergencial.

Esta tem sido desde sempre a exigência unitária das centrais sindicais orientando iniciativas em várias entidades e em muitas cidades.

É preciso insistir monotonicamente batendo nesta tecla. A VIA se equilibra em seus três termos que hoje fazem parte do arsenal de Saúde Pública: não se pode ter isolamento social sem auxílio emergencial, não se vencerá a doença sem vacinação.

Na estratégia correta as etapas da luta se sucedem em um fluxo que não segue rigorosamente o calendário. Ele pressupõe hoje e na atualidade o combate à epidemia e aos desmandos do governo; como desdobramento futuro emergirão as tarefas de uma travessia da situação descontrolada da doença para uma situação de relativo controle sem os trágicos milhares de mortos, sem os adoecimentos de multidões, sem o colapso do sistema de saúde e com o ritmo de vacinações acelerado.

Nesta etapa outros temas relevantes passarão a exigir seu enfrentamento: emprego, direitos, retomada do desenvolvimento, educação, meio ambiente, soberania nacional e outros.

Por fim e a perder de vista acontecerá a fase da disputa eleitoral em meados de 2022, completando o ciclo.

Todo este processo admite a possibilidade de fatos supervenientes (que o acelerarão ou o retardarão) sem que haja uma muralha da China entre as etapas, variando em cada uma delas a configuração das forças interessadas e aliadas no bom combate.

É uma bonequinha russa de dentro para fora. O sucesso em cada etapa melhora as condições da etapa seguinte, cumulativamente.

Para cumprir este fluxograma (que não é rígido como um cronograma) o movimento sindical deve reafirmar agora o seu empenho pela VIA e, acumulando forças, representatividade e aliados, garantir em todo o processo sua relevância.

Se eu falasse de flores seriam as das coroas de condolência e respeito pelos milhares de nossos mortos.

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