sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Esquerda volta ao governo em Honduras

Xiomara Castro, presidenta de Honduras
Por Pedro Carrano

Dia histórico para Honduras, depois de 12 anos do golpe militar que derrubou o governo progressista de Manuel Zelaya, abrindo um período de enfrentamento popular e violência estatal e civil no país, a esquerda chega ao governo de Honduras.

Em um país até 2009 dividido entre o Partido Liberal e o Nacional, Zelaya causou incômodo porque, em plena crise mundial, tomou medidas populares básicas, relativas a aposentadoria, salários e ingressou na Articulação Bolivariana para as Américas (Alba).

O golpe contra seu governo de alguma maneira foi o marco de um período violento na América Latina, que ainda veria golpes no Paraguai (2012), Brasil (2016) e Bolívia (2019), além de tentativas e pressões, sobretudo contra o governo da Venezuela.

Xiomara Castro é a primeira presidenta do país. Define-se como “feminista, antipatriarcal, revolucionaria e inclusiva”. Nesta semana, ela apresentou seu futuro gabinete, prevendo um período de enfrentamento ao neoliberalismo em Honduras e na região.

Venezuela: oposição não alcança assinaturas para referendo revogatório

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) declarou improcedente o pedido de início do referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro. De acordo com o CNE, foram coletadas apenas 42.241 assinaturas apoiando a abertura do processo, o que representa menos de 1% do eleitorado, quando o mínimo requerido era 20%, equivalente a 4,2 milhões de assinaturas. O país possui cerca de 21 milhões de eleitores.

A consulta foi realizada no dia 26 com 1.200 mesas eleitorais instaladas em todo o país numa jornada de 12 horas. Para assinar, cada eleitor deveria registrar sua biometria, confirmando estar inscrito no registro eleitoral. (Michele de Melo – Brasil de Fato)

Comunidade peruana sangra óleo

Acidente e derramamento de petróleo, em operação da transnacional espanhola Repsol, no dia 15 de janeiro, em tese causado pelo tremor vulcânico na região de Toga, impactou a cidade peruana de Ventanilla, região central do país, despertando a atenção do governo de Pedro Castillo e impactando pescadores e comunidade local.

O Peru é um país já marcado pela exploração mineral feita pelas empresas transnacionais. De acordo com o programa de governo do partido Peru Libre, estimavam o lucro sobre mineração em torno de 70 a 80%, ficando apenas o restante para o Estado peruano.

FMI segue pressionando o governo argentino

O Fundo Monetário Internacional (FMI) segue historicamente pressionando nosso país vizinho, desde os anos 2000.

Nesta semana, foi tema de pauta e ameaça velada do “mercado” o pagamento de 44 bilhões de dólares de dívida tomada pelo ex-presidente neoliberal Mauricio Macri, dos quais o atual governo se comprometeria ao primeiro vencimento no valor de 731 milhões de dólares.

Diante de uma das principais questões para seu governo, o presidente Alberto Fernandes anunciou no final da semana que a firma do acordo não envolveria reforma trabalhista e nem toca no direito dos aposentados, além de retomada de investimentos.

* Do boletim latino-americano Sul do Mundo, número 45.

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