quarta-feira, 7 de junho de 2023

Articulação, comunicação, mobilização

Por João Guilherme Vargas Netto


Em Portugal anuncia-se o teste da semana de trabalho de quatro dias, o mesmo que é pretendido aqui no Brasil por um grupo de empresas ainda este ano.

A experiência sindical, especialmente na Alemanha nos fins do século passado, demonstra que para ser efetiva, duradoura e vantajosa para o empregado a redução deve ser generalizada e institucional, sem possibilidade de manobras patronais que a desvirtue, o que aconteceu lá. Uma década de reduções parciais negociadas com o patronato que quebrou a negociação coletiva nacional e produziu o seu contrário, um aumento estatístico da duração da jornada de trabalho.

Ainda sobre a vida corrente sindical (e ficando em São Paulo) destaco a prolongada greve dos trabalhadores terceirizados de Cubatão e a vitória eleitoral da nova diretoria da Apeoesp, presidida pelo professor Fábio de Moraes, eleita em pleito democraticamente disputado naquele que é um dos maiores sindicatos do continente americano.

Saindo um pouco de minha seara observo que as dificuldades pelas quais passa o nosso governo decorrem de três debilidades: na articulação, na comunicação e na mobilização.

Na articulação, que diz respeito basicamente aos integrantes do governo e aos dirigentes partidários, pouca ajuda pode prestar o movimento sindical dos trabalhadores.

Na comunicação e na mobilização esta ajuda pode ser efetiva e decisiva.

A mídia sindical, repercutindo aquelas notícias e aquelas realizações que interessam aos trabalhadores, interagindo com a própria comunicação governamental, valorizaria cada passo positivo e esclareceria a sociedade pautando os temas relevantes. Tal ação coordenada reforçaria a própria mídia sindical.

Mas é na mobilização que a ação sindical se revela decisiva. Sirva de exemplo o projeto de lei de valorização do salário mínimo de autoria do Executivo. Cada entidade sindical pode e deve, desde já, apoiar ativamente e mobilizar as bases para sua compreensão, em sua defesa e no corpo a corpo com os parlamentares, garantindo sua aprovação no Congresso Nacional em prazo recorde.

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