segunda-feira, 31 de julho de 2023

Cisternas paradas por Bolsonaro são retomadas

MDS
Por Altamiro Borges


Na semana passada, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) anunciou a volta do programa Cisternas, que foi sabotado criminosamente por Jair Bolsonaro. Segundo relata Carlos Madeiro no site UOL, “serão investidos R$ 562 milhões neste ano beneficiando cerca de 60 mil famílias”.

O MDS lançou dois editais que juntos valem R$ 500 milhões: uma para a contratação de cisternas de consumo e produção de alimentos no semiárido (R$ 400 milhões) e outro para a contratação de sistemas individuais e comunitários de acesso à água na Amazônia (R$ 100 milhões).

Também foi homologado um acordo de R$ 16 milhões com a Associação Programa Um Milhão de Cisternas e um outro com a Fundação Banco do Brasil e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que prevê a recuperação de R$ 46,4 milhões inviabilizados pela má gestão do covil bolsonariano.

A sabotagem do genocida

Como relembra o jornalista, o Programa Cisternas teve início no governo Lula. “Entre 2003 e 2022, o governo federal entregou 970 mil cisternas de água para consumo humano, com capacidade para 16 mil litros. Além desse tipo, há as cisternas para produção e escolares, ambas com capacidade de guardar 52 mil litros de água. O pico do programa ocorreu em 2014, quando foram construídas 149 mil cisternas”.

“Depois disso, o programa perdeu recursos e foi acumulando quedas. Ele foi paralisado durante a gestão de Jair Bolsonaro, sem a contratação de entidades. O governo anterior entregou apenas cisternas feitas com recursos destinados por emendas ou contratos antigos. Ao todo, nos quatro anos de Bolsonaro, foram menos de 50 mil cisternas para consumo humano entregues. Em 2022, o programa teve o pior resultado da história”.

Atualmente há uma fila de espera de ao menos 350 mil famílias, segundo a Articulação do Semiárido (ASA) – que congrega mais de 3.000 entidades da região. Como enfatiza Naidson Batista, coordenador da ASA, o Programa Cisternas “foi fundamental e teve alcance com significado e resultados transformadores. Ele não só mata a sede, como reduz a dependência, ajuda produção de alimentos e combate a fome”.

O programa já recebeu vários prêmios internacionais, como o Prêmio Sementes 2009, da ONU, concedido a projetos de países em desenvolvimento feitos em parceria entre organizações não governamentais e governos. Também ganhou o prêmio "Future Policy Award" (Política para o Futuro), em 2017, da World Future Council, em cooperação com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação.

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