quarta-feira, 12 de julho de 2023

Em crise, Jovem Pan demite e reduz programação

Sleeping Giants Brasil
Por Altamiro Borges


O site de entretenimento TV Pop revelou nesta terça-feira (11) que a Jovem Pan News – também chamada de Jovem Klan por sua linha editorial ultradireitista – decidiu “acabar com noticiários, cortar programação ao vivo e demitir profissionais”. Segundo a reportagem, “o canal de notícias mantido por Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, está com sérias dificuldades para manter suas contas no azul”.

Entre outras medidas drásticas, “a emissora cancelou dois dos seus principais telejornais [Jornal da Manhã e Fast News] e cortou ainda mais seu tempo de programação ao vivo, passando a encerrar sua produção diária às 23h – no início da operação televisiva da companhia, em outubro de 2021, a rede tinha noticiosos inéditos até 2h da manhã”. Ainda de acordo com a matéria, “a empresa sofre uma nova fuga de anunciantes com a oficialização da inelegibilidade de Jair Bolsonaro”. O clima é de terror na redação da Jovem Klan.

“Além das mudanças de programação e das demissões de Adriana Reid e Vitor Brown, a emissora está fazendo cortes em todos seus setores ao decorrer desta semana: na segunda-feira (10), profissionais que atuavam na atualização das redes sociais do conglomerado foram dispensados, assim como cinegrafistas e produtores. Nos próximos dias, a expectativa é de que as demissões afetem outros rostos conhecidos dos telespectadores. O TV Pop apurou que o planejamento é trocar medalhões por recém-formados que aceitem salários baixos”.

Bolsonaro inelegível e concessão em xeque

Nos bastidores da emissora bolsonarista, a avaliação é a de que a empresa passa “por um momento delicado”. Segundo o site, “a Jovem Pan já vinha sofrendo com baixas em suas finanças desde que teve os seus canais nas plataformas digitais desmonetizados em novembro do ano passado, mas conquistava bons anunciantes em sua operação televisiva, além de ter conseguido manter sua base de patrocinadores bolsonaristas”. Com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de tornar Jair Bolsonaro inelegível, porém, o quadro degringolou de vez. Para piorar, o Ministério Público Federal decidiu questionar a concessão pública para a rede privada.

A empresa passou, então, a enfrentar “nova fuga de anunciantes. Essa base começou a se afastar desde que a continuação de sua concessão foi colocada em xeque pelo MPF: temendo também virarem alvos de investigação, várias marcas já avisaram que não vão renovar os seus contratos com a Jovem Pan. Em paralelo a isso, a campanha de desmonetização organizada pelo Sleeping Giants segue provocando dores de cabeça em Tutinha, já que ela é um dos principais fatores para que grandes empresas não se aproximem do conglomerado, mesmo com o seu alcance em alta na internet e na TV por assinatura”.

0 comentários: