domingo, 21 de janeiro de 2024

Zé Trovão chega ao STF por agredir ex-noiva

Reprodução da internet
Por Altamiro Borges


A carreira do deputado Marcos Antônio Pereira Gomes, vulgo Zé Trovão (PL-SC), pode virar pó. O bolsonarista metido a valentão deve estar com tremedeiras. Na semana passada, o processo envolvendo o parlamentar por agressão à sua ex-noiva foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A revelação foi feita por Ancelmo Gois no jornal O Globo:

“Chegou ao STF um processo que foi corrigido na primeira instância do Distrito Federal e no qual o deputado federal Zé Trovão foi proibido de se aproximar da ex-noiva. É que em novembro uma juíza de Brasília tentou diversas medidas protetivas com base na Lei Maria da Penha: que ele mantivesse ao menos 200 metros de distância dela, não frequentasse os mesmos locais, e que não mantivesse contato com a mulher. A ex-noiva, porém, argumentou que o deputado não cumpriu as ordens e pediu prisão preventiva. O Ministério Público, ao analisar a situação, opinou que caberia ao Supremo definir sobre o caso. A juíza, então, enviou o processo para o STF, que deverá analisar a situação a partir de fevereiro, com o fim do recesso”.

Instinto agressivo dos bolsonaristas

Vale relembrar o caso, que mostra bem a falta de caráter dos bolsonaristas e o instinto agressivo dessa horda. Em 19 de novembro de 2023, Ana Rosa Schuster registrou um Boletim de Ocorrência contra Zé Trovão denunciando que tinha sido alvo de agressão doméstica num apartamento funcional da Câmara Federal. No dia seguinte, o juiz da 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar de Brasília, Carlos Fernando Fecchio Santos, proibiu o agressor de se aproximar da ex-noiva. Também foi autorizado reforço policial, caso necessário.

De acordo com o BO, “o relacionamento sempre foi abusivo, permeado por violência psicológica e ofensas constantes”. A ex-noiva afirmou que foi empurrada, esbofeteada e sufocada durante uma discussão do casal. Ela também relatou ter sido ameaçada com faca em outras duas brigas. A denúncia foi registrada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), de Brasília, com base na Lei Maria da Penha. Na ocasião, o famoso troglodita negou que tivesse agredido a ex-noiva.

Em nota, sua defesa ainda afirmou: “O deputado esclarece que, apesar de já estarem separados há algumas semanas, ela se recusava a aceitar o fim do relacionamento e, num momento de exaltação, ela o agrediu fisicamente”. Zé Trovão não se intimidou com o BO, contando com a total impunidade. Duas semanas após a agressão, ele acompanhou, sem constrangimentos, o ex-presidente Jair Bolsonaro no ato de lançamento da Frente Parlamentar das Escolas Cívico-Militares. Ele não falou durante a solenidade, mas ficou sempre próximo do “mito” fascista.

Prisão, tornozeleira eletrônica e inquéritos

Esse não é o primeiro – e nem deve ser o último caso ruidoso – envolvendo o atual deputado. Em 2021, o ex-caminhoneiro até fugiu do Brasil, refugiando-se no México, após ser acusado de liderar bloqueios em estradas e participar dos atos antidemocráticos do 7 de Setembro. Procurado, ele se entregou à Polícia Federal e foi preso por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Apesar dos seus crimes, em 2022, ele obteve 71 mil votos e foi eleito deputado federal por Santa Catarina. Ganhou liberdade, mas foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica e deixar suas redes sociais. As medidas cautelares só foram revogadas em maio do ano passado.

Em julho de 2023, a então presidenta do STF, Rosa Weber, enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido para investigar o deputado por ataques ao presidente Lula. Ele se referiu ao petista como “ladrão” e postou que “bandido bom é bandido na cadeia ou no caixão”. O provocador foi acusado de cometer os “crimes de ameaça, incitação, apologia de delito ou fato criminoso e de violência arbitrária”. Segundo matéria na época da Agência Brasil, “a petição foi encaminhada para que a procuradoria se manifeste sobre a representação na qual o líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu, acusa Zé Trovão de usar as redes sociais para cometer ‘violência política’ e ‘intolerância democrática’ contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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