domingo, 8 de maio de 2016

O golpe e o funil da imbecilidade

Por Osvaldo Bertolino, em seu blog:

Ser imbecil é uma característica que a turba mobilizada pela mídia contra a presidenta Dilma Rousseff nunca fez questão de esconder. Nem tem como. Seria a famosa contradição em si, como diria o líder revolucionário chinês Mao Tse-tung - não é possível ser uma coisa sem ser outra. São pessoas que abraçaram delinquentes como Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro simplesmente por estarem inoculadas com o vírus da raiva “anti-petista”, com a desfaçatez de dizer que estavam lutando contra a “corrupção”. Essa limitação cognitiva é perfeitamente compreensiva para quem engoliu a tese do “mensalão”, outra contradição em si, e do “petrolão”, uma gigantesca operação para ocultar a verdadeira corrupção do “caso Petrobras” no covil de farsantes comandado pelo juiz Sérgio Moro com sua “Operação Lava Jato”.

Para grande maioria, Temer não é a solução

Por Vilma Bokany, na revista Teoria e Debate:

A Fundação Perseu Abramo realizou pesquisas nas manifestações a favor e contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Avenida Paulista, em São Paulo, respectivamente nos dias 13 e 18 de março de 2016, com o objetivo de mapear o perfil e as opiniões dos participantes, assim como fizera em março do ano anterior (no dia 13 o ato foi em defesa do governo e no dia 15, contra), o que possibilita uma análise comparativa.

O tardio e revelador veredito do STF

Por Adalberto Monteiro, no Blog do Renato:

Em 2 de dezembro de 2015, o PT anunciou o voto de seus parlamentares contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética. Nesse dia, mesmo a grande mídia estampou manchetes, segundo as quais, “por vingança”, Cunha havia aceitado o pedido de impeachment contra a presidenta Dilma. Em seguida, no dia 16, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação cautelar requerendo que o presidente da Câmara fosse afastado da presidência da Câmara e também do mandato.

Mais estudantes, menos Cunha

Por Clóvis Gruner, na revista Fórum:

Na mesma semana, dois eventos aparentemente distintos permitem perceber o alcance de uma crise que já não é mais apenas de um governo ou partido, o PT, mas do pacto democrático que nas últimas três décadas fez o parto e sustentou a chamada “Nova República”. Na quinta (5), liminar do ministro do STF Teori Zavascki, suspendeu o mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB), agora ex-presidente da Câmara. Um dia antes, na quarta (4), estudantes paulistas ocuparam a Assembleia Legislativa de São Paulo, de onde dizem só sair depois de instalada a “CPI da merenda”.

Brasil acorda para as ameaças reais

Por Ladislau Dowbor, no site Opera Mundi:

O que apareceu no início como positivo, o combate à corrupção, se transformou gradualmente num pesadelo que ameaça a democracia e a legalidade institucional. Não é a primeira vez que uma boa bandeira se transforma em cavalo de Tróia, abrigando o que há de mais podre, e gerando mais problemas que soluções. Não foi muito diferente com a tão legítima operação “Mãos Limpas” na Itália que gerou 20 anos de retrocessos e populismo conservador com Berlusconi.

Cresce a rejeição a Temer e ao golpe

Do site Vermelho:

Nova pesquisa Vox Populi divulgada no último sábado (30) avaliou o sentimento dos brasileiros depois que a Câmara dos Deputados aprovou, no dia 17 de abril, a abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. A pesquisa foi encomendada pela CUT.

O processo foi encaminhado para análise do Senado. Para 32%, o Brasil vai piorar se o vice-presidente Michel Temer assumir no lugar de Dilma; 29% acreditam que o desemprego vai aumentar; 34% preveem piora em relação aos programas sociais; e 32% acreditam que perderão direitos trabalhistas.

sábado, 7 de maio de 2016

Temer e as brigas no bloco do golpe

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Michel Temer ainda nem tomou posse e já enfrenta brigas entre os aliados por espaços em seu virtual futuro governo. O tão criticado loteamento é fundamental para a formação de uma base, especialmente na Câmara, que aprove suas propostas. Mas frustrará a parte da opinião pública que apoiou o impeachment acreditando em mudança e as forças de mercado que cobram redução do Estado. Além disso, Temer enfrenta o problema da sucessão na presidência da Câmara. Para ganhar tempo e contornar a dor do parto, ele agora mudou o discurso. Já não fala como presidente de fato e definitivo mas lembra aos aliados que é interino e que o governo a ser montado agora será provisório.

Herdeira da Globo pagou à Mossack

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Publicação do blog de Fernando Rodrigues confirma o que o Viomundo denunciou com exclusividade em 22 de março último: a neta favorita de Roberto Marinho, Paula, filha de João Roberto Marinho, fez pagamentos à Mossack & Fonseca relativos à manutenção de três empresas offshore ligadas aos negócios do marido dela, Alexandre Chiappeta de Azevedo.

Além disso, em outubro de 2009 a filha de João Roberto Marinho participou da regularização da offshore Vaincre LLC em Las Vegas, Nevada, de acordo com e-mail publicado por Fernando Rodrigues.

Quem produz opinião na grande imprensa?

Por Marcia Rangel Candido e João Feres Júnior, no blog O Cafezinho:

A ausência de diversidade no jornalismo brasileiro tradicional não é novidade. Tampouco se refere apenas à existência dos oligopólios midiáticos. Produção de conteúdo e quem o produz são duas faces dos meios de comunicação que têm sido paulatinamente contestadas pelos movimentos sociais e pelos intelectuais acadêmicos. Desde 2014 o Manchetômetro, iniciativa do Laboratório de Mídia e Esfera Pública do Iesp-Uerj, desenvolve o acompanhamento dos principais jornais impressos e do Jornal Nacional deixando em evidência o viés desigual da cobertura concedida pelos grandes meios aos distintos segmentos da política brasileira.

O governo Temer e o fator militar

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – o contexto civil

Tem-se de um lado a completa desarticulação das instituições civis, uma irresponsabilidade ampla e generalizada em relação ao cargo de presidente. Enfraquecida, a presidência passa a ser atacada por enxames de aves predadoras até estar prestes a ser apeada do poder, em favor de um vice-presidente de escassa legitimidade, com a falência dos sistemas de mediação, a começar do STF (Supremo Tribunal Federal).

Esse vácuo de poder cria uma corrida das corporações públicas para ampliar seu espaço no Estado. Ministério Público e Tribunais de Conta ampliam em cima da missão do combate à corrupção. O Poder Judiciário amplia porque é poder.

O golpe nazista e o golpe no Brasil

Por Flávio Aguiar, no site Carta Maior:

“Nem sempre o que é, parece. Mas o que parece, seguramente é”. Ditado brasileiro.

Muito se tem escrito, contra e a favor, sobre semelhanças e diferenças entre o golpe nazista de 1933 e o que hoje está em curso no Brasil.

Bom, vamos começar por alguns personagens principais. Ninguém de bom senso vai comparar o tacanho e tragicômico Michel Temer com o trágico e sinistro Adolf Hitler. Nem um nem outro merecem tanto. Aquele, “do lar”, este, bem, também era “do lar”, abstêmio, vegetariano, fiel pelo que se sabe, mas, de qualquer modo e por exemplo, os penteados eram completamente diferentes.

O Supremo suspenderá o impeachment?

Por Marcelo Auler, em seu blog:

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde de quinta-feira (05/05) suspendendo o exercício do mandato parlamentar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e, consequentemente, afastando-o da presidência da Câmara, ainda que atendendo uma vontade quase unanime da sociedade brasileira, guarda mistérios e contradições, que só o tempo mostrará a que serviram e porque foram adotado.

Aparentemente, a primeira e, provavelmente a maior das possíveis contradições estaria no fato de o ministro Teori Zavascki esperar cinco meses para conceder uma liminar. Para a demora, há muitas explicações sendo uma delas a de que ele temia levar ao plenário o afastamento de Cunha, antes de a admissibilidade do processo do impeachment passar pela Câmara, sob o risco de ver seus colegas do STF não o apoiarem na decisão. Já a opção por uma liminar, pode esconder um jogo de bastidores.

Lula, o “xis” da questão

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Impossível imaginar que a presidenta escape da decisão premeditada da maioria oposicionista no Senado para impedi-la e, por ora, afastá-la da Presidência por até 180 dias.

É um engano pensar, porém, nessa ausência como o princípio do fim de toda a manobra golpista. Para o ingresso de alterações do percurso, há portas além daquelas do Congresso.

Outras se abrem para recursos legais ou, quem sabe, para a reação da voz das ruas. De todo modo, Dilma Rousseff promete continuar. Tem dito e repetido: “Vou lutar para voltar ao governo”.

Globo tenta tirar Cunha do álbum de família


Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A Globo está lidando com Eduardo Cunha como se nunca o tivesse conhecido biblicamente. É o mesmo tratamento dispensado a ex-sócios caídos em desgraça, como Ricardo Teixeira, da CBF, poupado pela emissora até a situação ficar insustentável.

No começo de 2015, sua eleição para a presidência da Câmara foi festejada. “Aborto e regulação da mídia, só pode cima do meu cadáver”, declarou ele, deixando claro que estava ali pelos amigos.

Manter Cunha sob controle custará caro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Relata a Folha que “aliados de Eduardo Cunha vão pedir na próxima reunião do Conselho de Ética, na terça-feira (10), o ‘trancamento’ do processo de cassação do peemedebista sob o argumento de que ele está afastado do mandato”, sob o argumento de que estando com seu mandato de deputado suspenso por decisão do STF não pode ser julgado como deputado.

Seria bom argumento, não houvesse a decisão anterior de que, uma vez instaurado o processo, nem mesmo a renúncia livra o parlamentar do julgamento ético. Ora, se nem como ex-deputado estaria livre, que dirá como deputado apenas provisoriamente suspenso.

Golpe e a recolonização da América Latina

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Por Marco Weissheimer, no site Sul-21:

Adolfo Pérez Esquivel, Nobel da Paz em 1980, precisou falar apenas um minuto no Senado brasileiro para sentir de perto a fúria da oposição que busca derrubar a presidenta Dilma Rousseff. O arquiteto e ativista argentino utilizou a palavra “golpe” para definir o que está acontecendo hoje no Brasil, o que levou a oposição a exigir do senador Paulo Paim (PT-RS), que presidia a sessão, a retirada da palavra dos anais da sessão, demanda que acabou atendida. “Não falei mais de um minuto. Eles me pediram para que eu fizesse uma saudação e eu expliquei por que estava aqui no Brasil, para apoiar a democracia, a continuidade constitucional e evitar a consumação de um golpe de Estado”, relata Esquivel em entrevista ao Sul21.

Taxar herança: decisão certa, mas tardia

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

O governo encaminhou ao Congresso projeto de lei em que propõe, entre outros itens, reajuste de 5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física em 2017, conforme mensagem publicada na edição de sexta-feira (6) do Diário Oficial da União. E também cria medidas compensatórias, como a tributação de heranças e doações, com expectativa de arrecadação de R$ 1,5 bilhão por ano. O economista Amir Khair considera a iniciativa correta, porém tardia.

A entrevista de Dilma para a Telesur

Plano Temer e a educação pública

Por Marcos Aurélio Ruy, no portal da CTB:

A proposta para a educação de um eventual governo Michel Temer não se distingue das outras ações contidas no programa "Ponte para o Futuro" - assim como elas, também traz retrocesso às conquistas da classe trabalhadora.

O projeto prioriza apenas o ensino básico do 1º ao 4º ano (fundamental 1), em detrimento de todas as outras séries, e prevê a gratuidade somente até o 9º ano, do fundamental 2. Ou seja, o Estado tenta se eximir da responsabilidade de levar educação em todos os níveis.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

STF será cúmplice do Cunha?

Por Jeferson Miola

A decisão unânime dos 11 juízes da Suprema Corte pelo afastamento de Eduardo Cunha pôs a nu um fato político e jurídico de enorme transcendência:

“O Deputado Federal Eduardo Cunha, ..., além de representar risco para as investigações penais sediadas neste Supremo Tribunal Federal, é um pejorativo que conspira contra a própria dignidade da instituição por ele liderada. Nada, absolutamente nada, se pode extrair da Constituição que possa, minimamente, justificar a sua permanência no exercício dessas elevadas funções públicas. Pelo contrário, o que se extrai de um contexto constitucional sistêmico, é que o exercício do cargo, nas circunstâncias indicadas, compromete a vontade da Constituição, sobretudo a que está manifestada nos princípios de probidade e moralidade que devem governar o comportamento dos agentes políticos” [Relatório do juiz Teori Zavascki].