quarta-feira, 3 de maio de 2017

Merval alerta: impeçam Lula de ser candidato

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Há um rasgo de sinceridade na coluna de hoje de Merval Pereira, em O Globo.

Ele admite que Lula é, hoje, o símbolo da repulsa à destruição dos direitos trabalhistas e previdenciários da população e que a pesquisa Datafolha que o aponta na liderança – e sem competidor visível – constitui sinal de seu favoritismo nas eleições presidenciais do ano que vem:

Ganha força o argumento do senador Renan Calheiros. Ele diz que Lula vai dar “um passeio” em 2018 e, especialmente no Nordeste, a popularidade em torno de 50% é argumento forte para políticos conservadores já buscarem alianças eleitorais que, por inconsistentes ideologicamente, só perpetuarão a miséria política em que estamos metidos.

Depois da greve geral

Por Guilherme Boulos, na revista CartaCapital:

Na sexta-feira, 28, o Brasil parou. Foi a maior greve geral dos últimos 30 anos, segundo muitos relatos. Maior que aquela de 1989 e comparável à grande greve de 12 de dezembro de 1986, após o fracasso do Plano Cruzado 2, no governo Sarney.

A paralisação dos transportes foi decisiva, como o é em qualquer greve geral. Mas importantes categorias de trabalhadores também decidiram cruzar os braços: bancários, professores (inclusive das escolas particulares), metalúrgicos, químicos, petroleiros, dentre outros. As ruas das grandes cidades ficaram vazias.

Decisão do STF coloca Moro no devido lugar

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Os procuradores da República em Curitiba, liderados por Deltan Dallagnol, tentaram hoje de manhã emparedar o Supremo Tribunal Federal, ao apresentar mais uma denúncia contra o ex-ministro José Dirceu.

Mas, como gostava de repetir Tancredo Neves, “esperteza, quando é muita, come o dono”.

No julgamento do pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de José Dirceu — que está preso desde agosto de 2015 sem que tenha sido condenado em segunda instância — tiveram que ouvir o que, certamente, não gostaram:

O jantar 'secreto' de FHC e Cármen Lúcia

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) já foi citado em pelo menos três delações de ex-executivos da Odebrecht, todas no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal e do juiz Sergio Moro. Recentemente, o dono da construtora, Emílio Odebrecht, afirmou ter feito "pagamentos ilícitos" durante as campanhas eleitorais de Fernando Henrique à Presidência da República, nos anos de 1993 e 1997. A acusação do empresário deveria ser motivo de constrangimento para quem costuma se apresentar como campeão da moralidade. Mas não. Só fez mudar o discurso: conforme as acusações vão chegando nos tucanos, mais se fala que caixa dois não é corrupção, é "apenas" um "ilícito" contábil. E é assim, com a fidelidade da mídia tradicional, que trata bem diferente as irregularidades de que acusam o PT, que Fernando Henrique continua circulando pelas altas rodas, certo de sua impunidade.

STF reafirmou garantias ao soltar Dirceu

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao abrir a porta da prisão para José Dirceu, o mais importante preso da Lava Jato, a Segunda Turma do STF tomou, por 3 votos a 2, uma decisão que merece aplausos demorados. Um reparo é obrigatório, porém. Encarcerado sem sentença por 20 meses, o período que Dirceu permaneceu na prisão é um absurdo sob qualquer ponto de vista e sempre será lamentável registrar que a mais alta corte do país foi capaz de conviver com tamanha injustiça por um período tão longo. 

Ainda assim, num país onde a necessária luta contra a corrupção transformou-se numa ameaça à democracia, a libertação de Dirceu está longe de ser um episódio banal.

Ameaça de Palocci assustou a Globo?

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Anos 2000. Redação da TV Globo de São Paulo. Venho do posto de correspondente da TV Globo em Nova York. O chefe de reportagem Luiz Malavolta me procura com um e-mail. Malavolta é meu amigo desde a adolescência, em Bauru. Trabalhamos juntos no Jornal da Cidade e na TV Bauru.

Malavolta diz que gostaria que eu fizesse uma investigação a partir do conteúdo do e-mail. Já experiente, eu digo a ele: Malavolta, um e-mail sem origem? E se isso for grampo, tiver origem ilegal?

Ele pensa um pouco e responde: vamos confirmar o conteúdo do e-mail, assim a gente elimina qualquer dúvida sobre a origem e descarta o e-mail.

As vitórias e os impactos da greve geral

Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:

A greve – efetivamente – geral ocorrida no dia 28 de abril é o ponto de culminância do conjuntos de lutas, mobilizações, manifestações e indignações as mais diversas que se desenvolvem no Brasil desde antes do desfecho do golpe de Estado consumado em 31 de agosto de 2016. Mas é também – e sobretudo – o início da organização sistêmica e cada vez mais unificada das forças sociais, políticas e, porque não dizer, éticas dos trabalhadores e grupos sociais que finalmente perceberam que “corrupção” e “impeachment” foram cortinas de fumaça cujo objetivo central era e é liquidar o Estado Social e Trabalhista, instituindo a ditadura do Capital sobre o Trabalho, o que inclui a destruição da própria democracia política, embora envernizada de “legalidade”.

As 'reformas' e o rolo compressor midiático

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Em junho do ano passado, Otávio Frias Filho, diretor editorial e um dos herdeiros da Folha de S.Paulo, participou de uma conferência em Londres em que se discutiu o papel da mídia na crise política brasileira. Uma das convidadas era a jornalista britânica Sue Branford, que criticou a falta de pluralidade da imprensa e apontou o maciço apoio dos grandes veículos de comunicação ao processo de impeachment de Dilma. Irritado, Frias tentou desqualificá-la ao dizer que sua visão correspondia à da “militância do PT” e completou dizendo que a “mídia não manipula ninguém”. Em outro momento da conferência, defendeu a Folha ao dizer que a empresa tratou de forma igualmente crítica os governos FHC, Lula e Dilma – e que o mesmo aconteceria com Temer.

Doria e o espetáculo midiático

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O marketing e as ações midiáticas têm sido a marca principal de João Dória Júnior à frente da Prefeitura de São Paulo. Desde que assumiu o cargo, o prefeito já se vestiu de gari, apagou grafites, escondeu moradores de rua e até atirou flores (recebidas de uma ciclista contrária ao aumento da velocidade nas marginais) pela janela de seu carro. O espetáculo midiático protagonizado diariamente por Dória será tema de debate na sexta-feira (5), a partir das 19 horas, na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo.

terça-feira, 2 de maio de 2017

STF concede habeas corpus para Dirceu

Por Altamiro Borges

Por três votos a dois, os ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram na tarde desta terça-feira (2) conceder habeas corpus ao ex-ministro José Dirceu, revogando o decreto de prisão preventiva imposto pelos carrascos da midiática Operação Lava-Jato. Votaram pela liberdade do líder petista os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Celso de Melo e Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, votaram contra a revogação da prisão. A partir desta decisão, caberá ao “justiceiro” Sergio Moro definir as medidas cautelares que serão impostas a José Dirceu – que podem ir da prisão domiciliar ao uso de tornozeleiras.

Ministro “carne fraca” ataca a greve geral

Por Altamiro Borges

Osmar Serraglio, o ministro da Justiça da quadrilha de Michel Temer, devia evitar muitas aparições públicas. Afinal, ele foi citado nas investigações da midiática Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, e pode ser processado, julgado e preso em um futuro próximo – caso haja, de fato, justiça no país. Além disso, o peemedebista é amigão do presidiário Eduardo Cunha, que ameaça fazer “delação premiada” na Lava-Jato – o que também pode lhe complicar a vida. Apesar destes riscos, o sinistro atendeu às ordens do chefe e fez declarações desastradas sobre a greve geral desta sexta-feira (28). Numa postura arrogante, ele afirmou que a paralisação foi “pífia” e garantiu que o covil golpista não vai mais negociar as “reformas” trabalhista e previdenciária.

Sheherazade, a servil, insulta os grevistas

Por Altamiro Borges

No mês passado, na entrega do “Troféu Imprensa”, a jornalista Rachel Sheherazade foi humilhada ao vivo pelo dono do SBT. Num tom agressivo e machista, Silvio Santos disse que ela não fora contratada para expressar suas opiniões, mas apenas para “mostrar sua beleza” e difundir as visões da emissora. Na ocasião, a apresentadora ficou caladinha e acuada, numa postura bastante servil. Já na véspera da histórica greve geral de 28 de abril, Rachel Sheherazade voltou a esbanjar valentia e reacionarismo, insultando os manifestantes. Nas redes sociais, ela postou uma fotomontagem do ex-presidente Lula ao lado de um jumento e disparou: “O senhor das greves manda e os asnos obedecem”.

Ana Hickmann e o marido “egoísta”

Por Altamiro Borges

O empresário Alexandre Correa só ganhou alguma fama após se casar com a apresentadora Ana Hickmann, da Record. Mas na sexta-feira (28), dia em que o Brasil parou na greve geral, ele voltou a se projetar, revelando todo seu reacionarismo. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ele chamou os grevistas de “cornos”, mostrou o dedo do meio e disse que perdeu R$ 25 mil reais devido aos protestos. Numa prova da sua total imbecilidade, ele ainda afirmou: “As pessoas precisam entender que um país parado em uma sexta-feira inteira é prejuízo. Isso é baderna, é coisa de gente vermelha”. No Instagram, o boçal rosnou: “Tem muita gente que ficou ofendida porque chamei manifestante de corno. Manifestante não é corno, é filho da p***. Por que não vai fazer manifestação no dia 1º de maio?”.

Merval e Miriam já agasalham a derrota

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Os notáveis colonistas Ataulpho Merval de Paiva e a Cegonhóloga da Globo Overseas Investment BV já viram que a canoa virou: como diz o Renan, essa reforma não passa no Senado nem...

"Essa reforma" tanto pode ser a trabalhista quanto a da Previdência - porque, em 2018, haverá eleição para DUAS cadeiras do Senado e o ansioso blogueiro quer ver quem vai votar com o MT, da lista de alcunhas da Odebrecht, esse que tem 4% de aprovação popular.

Como se sabe, desses 4%, 3,99999% são a Globo Overseas.

As "flores do mal" de João Doria

FGV: Temer perdeu batalha da comunicação

A “nuvem” de comentários da esquerda no twitter. Fonte: DAPP/FGV
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Uma análise das redes sociais elaborada pela Fundação Getúlio Vargas no dia 28 de abril, dia da greve geral, indica que a esquerda está ganhando a disputa narrativa sobre a reforma trabalhista e conseguindo convencer os brasileiros de que ela é sinônimo de perda de direitos. Trata-se de uma importante guinada na narrativa política, dominada pela direita desde 2014, após a vitória da petista Dilma Rousseff na eleição ser questionada pelo candidato derrotado, Aécio Neves, do PSDB.

"Efeito-greve" na reforma da Previdência

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Maio começa com duas notas tristes, mas com uma promessa consistente e animadora: a resistência ao golpe e aos retrocessos vai aumentar e as votações desta semana da reforma previdenciária devem ser adiadas. No Norte, onde a luta pela terra segue derramando sangue, houve mais um ataque selvagem de brancos armados contra índios deserdados. Em seu auto-exílio no Sul, morreu Belchior, que traduziu em sua obra poética e musical a busca dos jovens que encontraram o sinal fechado nos anos 70 e abriram as portas da democracia nos 80. O sinal está novamente fechado mas os atos do Primeiro de Maio, depois da greve geral de sexta-feira, 28, mostraram uma nova unidade no sindicalismo. A Marcha sobre Brasília foi planejada e da base governista vêm os primeiros vacilos em relação à reforma previdenciária rejeitada por 71% dos brasileiros, segundo o Datafolha.

Lava-Jato e eleições 2018: o efeito reverso

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Um balanço dos números do primeiro Datafolha deste ano mostra mudanças no cenário eleitoral para 2018, no sentido inverso ao esperado pelos partidos que se uniram no processo de impeachment, um ano atrás, no bojo da Operação Lava Jato.

As delações da Odebrecht acabaram derrubando PSDB e PMDB e ampliando a vantagem do ex-presidente Lula, o principal alvo das operações, réu em cinco processos, que subiu para 29% das intenções de voto. Algo deu muito errado.

Xadrez do dia seguinte da greve geral

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – a fluidez dos movimentos políticos

O quadro politico evoluiu substancialmente nos últimos dias. De um lado, a greve geral, com a maior abrangência em décadas. De outro, os últimos movimentos em torno da Lava Jato, com o STF (Supremo Tribunal Federal) finalmente deliberando sobre a libertação de pessoas detidas com o objetivo de serem pressionadas a delatar. Finalmente, a Lava Jato entrando nas horas decisivas sem conseguir cumprir com seu objetivo maior, de levantar provas para sustentar as delações contra Lula.

Leve em conta que os movimentos políticos são fundamentalmente fluidos.

Com a greve geral, oposição ganha força

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A greve geral do dia 28 de abril - a primeira, na vigência do governo antipopular e antinacional - foi amplamente vitoriosa.

Seu sucesso excedeu as melhores expectativas das forças populares, constituindo-se numa das mais expressivas manifestações políticas da nossa História, porque nacional, abrangente, unitária, madura e democrática. Nada a ver, portanto, com a versão tendenciosa dos grandes meios de comunicação.

Setores até aqui silenciosos, como a Igreja Católica e outros credos, passam a se contrapor a seitas pentecostais comprometidas, no púlpito e na atividade parlamentar, com a pauta conservadora e reacionária.