Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Um balanço dos números do primeiro Datafolha deste ano mostra mudanças no cenário eleitoral para 2018, no sentido inverso ao esperado pelos partidos que se uniram no processo de impeachment, um ano atrás, no bojo da Operação Lava Jato.
As delações da Odebrecht acabaram derrubando PSDB e PMDB e ampliando a vantagem do ex-presidente Lula, o principal alvo das operações, réu em cinco processos, que subiu para 29% das intenções de voto. Algo deu muito errado.
Na mesma pesquisa, o governo Lula foi considerado o mais corrupto (32%) e o de Dilma o que mais combateu a corrupção (48%).
Com o governo do peemedebista Michel Temer aprovado por apenas 9% da população, quem mais cresceu no cenário com todos os presidenciáveis foi o deputado Jair Bolsonaro, que chegou a 11%, empatado com a ex-senadora Marina Silva.
Em quarto lugar, com 9%, aparece pela primeira vez o juiz Sergio Moro, que não é candidato nem filiado a partido político.
Empatados com 5% das intenções de voto, os tucanos mais bem avaliados, Aécio Neves e João Doria, surgem a seguir, ao lado de Joaquim Barbosa, que também não é candidato, e Ciro Gomes.
Na rabeira, estão o governador tucano Geraldo Alckmin, padrinho de Doria, e o apresentador Luciano Huck, com três pontos. O senador José Serra, outro pré-candidato do PSDB, não aparece na lista.
Numa projeção de segundo turno, Lula está tecnicamente empatado com Moro e Marina, na faixa de 40%. Em rejeição, Lula (45%) ficou empatado com Aécio Neves (44%).
O efeito reverso pode ser explicado pela nova rodada da pesquisa sobre a avaliação das reformas do governo divulgada nesta segunda-feira.
Defendidas pelo PSDB e condenadas pelo PT de Lula, as reformas previdenciária e trabalhista foram rejeitadas pela maioria dos entrevistados na pesquisa.
Sete em cada dez brasileiros (71%) declararam-se contra a reforma da Previdência; para 64%, a reforma trabalhista, já aprovada na Câmara, só beneficia os patrões.
Mais do que a greve geral de sexta-feira, os números desta pesquisa podem influenciar a posição de deputados e senadores, que ainda vão votar as reformas, pois eles não costumam contrariar a opinião pública quando estão em busca de reeleição.
Vamos ver como se comportam suas excelências quando voltarem de suas bases eleitorais depois de mais um feriadão. Sem números confiáveis divulgados até o momento, só será possível avaliar o alcance da greve quando se fizer um levantamento sobre as perdas econômicas.
Os pesquisadores do Datafolha ouviram 2.731 eleitores em 172 municípios entre quarta e quinta-feira - antes, portanto, da greve geral.
Vida que segue.
Um balanço dos números do primeiro Datafolha deste ano mostra mudanças no cenário eleitoral para 2018, no sentido inverso ao esperado pelos partidos que se uniram no processo de impeachment, um ano atrás, no bojo da Operação Lava Jato.
As delações da Odebrecht acabaram derrubando PSDB e PMDB e ampliando a vantagem do ex-presidente Lula, o principal alvo das operações, réu em cinco processos, que subiu para 29% das intenções de voto. Algo deu muito errado.
Na mesma pesquisa, o governo Lula foi considerado o mais corrupto (32%) e o de Dilma o que mais combateu a corrupção (48%).
Com o governo do peemedebista Michel Temer aprovado por apenas 9% da população, quem mais cresceu no cenário com todos os presidenciáveis foi o deputado Jair Bolsonaro, que chegou a 11%, empatado com a ex-senadora Marina Silva.
Em quarto lugar, com 9%, aparece pela primeira vez o juiz Sergio Moro, que não é candidato nem filiado a partido político.
Empatados com 5% das intenções de voto, os tucanos mais bem avaliados, Aécio Neves e João Doria, surgem a seguir, ao lado de Joaquim Barbosa, que também não é candidato, e Ciro Gomes.
Na rabeira, estão o governador tucano Geraldo Alckmin, padrinho de Doria, e o apresentador Luciano Huck, com três pontos. O senador José Serra, outro pré-candidato do PSDB, não aparece na lista.
Numa projeção de segundo turno, Lula está tecnicamente empatado com Moro e Marina, na faixa de 40%. Em rejeição, Lula (45%) ficou empatado com Aécio Neves (44%).
O efeito reverso pode ser explicado pela nova rodada da pesquisa sobre a avaliação das reformas do governo divulgada nesta segunda-feira.
Defendidas pelo PSDB e condenadas pelo PT de Lula, as reformas previdenciária e trabalhista foram rejeitadas pela maioria dos entrevistados na pesquisa.
Sete em cada dez brasileiros (71%) declararam-se contra a reforma da Previdência; para 64%, a reforma trabalhista, já aprovada na Câmara, só beneficia os patrões.
Mais do que a greve geral de sexta-feira, os números desta pesquisa podem influenciar a posição de deputados e senadores, que ainda vão votar as reformas, pois eles não costumam contrariar a opinião pública quando estão em busca de reeleição.
Vamos ver como se comportam suas excelências quando voltarem de suas bases eleitorais depois de mais um feriadão. Sem números confiáveis divulgados até o momento, só será possível avaliar o alcance da greve quando se fizer um levantamento sobre as perdas econômicas.
Os pesquisadores do Datafolha ouviram 2.731 eleitores em 172 municípios entre quarta e quinta-feira - antes, portanto, da greve geral.
Vida que segue.
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