Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:
Como era previsível, as decisões que o STF tomou anteontem em relação ao ex-presidente Lula despertaram a ira de grupos de direita que esperavam sua prisão na segunda-feira e atiçaram ataques à caravana que ele faz na região Sul. Serão malhados como Judas, neste final de quaresma, os sete ministros que votaram pela admissibilidade de seu pedido de habeas corpus e os seis que lhe garantiram a liminar provisória para não ser preso antes do dia 4, quando será julgado o mérito do pedido. O adiamento da decisão foi tratado nas redes sociais como marotagem pró-Lula ou como sinal de indolência. A ministra Cármen ainda ajudou, ao defender respeito ao “limite físico” dos ministros, uma verdade que foi distorcida. Se alguém tem mais responsabilidade pelo adiamento é ela, porque só pautou a matéria na véspera, quando alguns já haviam assumido compromissos.