segunda-feira, 11 de junho de 2018

Minha visita a Lula em Curitiba

Por Jandira Feghali

Dia 29 de maio de 2018, terça-feira. No último andar do prédio da Polícia Federal, em Curitiba, entramos em oito parlamentares que compõem a comissão externa da Câmara dos Deputados e, por força de liminar no STF, em busca do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O enorme concreto, mesmo que arquitetonicamente moderno, lembrava um castelo, desses medievais. Era o encastelamento metafórico de um grande líder, um dos maiores da América Latina.

Xadrez da aliança Ciro Gomes-Lula

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Nas próximas eleições há apenas duas balas na agulha para interromper o desmonte do país e o fantasma de Bolsonaro: um candidato indicado por Lula ou Ciro Gomes, mas ambos os grupos caminhando juntos no segundo turno.

Há toda uma engrenagem montada em torno do impeachment, pronta a detonar “inimigos”. É o arco constituído pelo mercado, mídia e sistema judiciário. Mesmo assim, o aprofundamento da crise e o risco Bolsonaro estão tornando dois candidatos gradativamente palatáveis ao epicentro do golpe, em São Paulo: Fernando Haddad e Ciro Gomes.

Lula e o poder para transferir votos

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O Datafolha e a maioria dos institutos de pesquisa insistem em esconder dos pesquisados os candidatos que Lula poderá indicar SE ele mesmo não puder concorrer. Assim, o Datafolha deste domingo engana o eleitor ao não pesquisar cenário incluindo o candidato que Lula indicar. Até porque, AUMENTOU, nessa pesquisa, o percentual dos que votarão em quem ele indicar.

Para entender o caso, basta olhar pesquisa eleitoral encomendada pela XP Investimentos que mensurou o potencial de crescimento de uma candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência. Apresentado isoladamente, Haddad registra 3% das intenções de voto. No entanto, quando associado a Lula, seu nome dispara e vai a 11%.

Waldir Pires e a luta pela igualdade

Por Emiliano José, no site Carta Maior:

Estou lançando, agora, dia 14 de junho, em Salvador, o primeiro volume da trajetória de Waldir Pires, cobrindo o período de 1926, quando ele nasce, até o fim de 1978, quando decide voltar à Bahia. O segundo cobrirá do ano de 1979 até os dias de hoje, já seguindo para a revisão. Waldir não é personagem de fácil definição.

Antes de arriscar fazê-lo, lembro sua longa vida, a atravessar grande parte do século XX e adentrar esses quase 18 anos do século XXI. Nasceu no Cajueiro, mais tarde Acajutiba, e muito cedo, com três anos, a família aporta em Amargosa, onde viveu infância e parte da adolescência. Em Nazaré das Farinhas, fez ginásio. Colegial, no famoso Colégio Central, em Salvador. Cursa a Faculdade de Direito, formando-se em 1949. É orador de turma, quando produz memorável discurso em torno da obra de Ruy Barbosa, desenvolvendo uma noção nova sobre o Direito, pregando a existência do Estado Democrático capaz de suplantar uma visão liberal, para ele já condenada ao museu.

Perseguição a Lula prepara novo 1964

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Nada mais exasperante do que a falsa perplexidade de políticos e acadêmicos que reconhecem a gravidade da crise mas fingem ignorar que a única saída real passa pela liberdade de Lula e seu retorno de pleno direito à campanha presidencial de 2018.

As pesquisas eleitorais informam a quem quer ser informado que, cinco décadas depois do golpe de 64, o país se encontra numa encruzilhada semelhante àquela que produziu uma ditadura de 21 anos.

Temos os movimentos evidentes de uma ditadura - ou pós-democracia - em marcha. Como há 54 anos, há uma alternativa de preservação democrática.

Quem ganha com o lucro dos bancos?

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

Desde 2014, a economia brasileira enfrenta recessão, com sérios impactos sobre o mercado de trabalho: elevação do desemprego, crescimento da informalidade e redução dos salários. Para piorar, a lei da terceirização, aprovada em março, e a reforma trabalhista, em vigor desde novembro, permitiram a precarização do trabalho. Na outra ponta, as altas taxas de juros, mesmo em queda, em nenhum momento estimularam o crédito e o investimento produtivo. Neste cenário, os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil, mais uma vez, bateram recordes em 2017. Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander somaram lucro de R$ 77,4 bilhões, 33,5% a mais do que em 2016.

domingo, 10 de junho de 2018

Tiroteio Bolsonaro-Alckmin e a carnificina

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Jair Bolsonaro, o presidenciável da extrema-direita, e Geraldo Alckmin, o conservador do PSDB, estão em guerra pelo voto direitista. O tiroteio entre eles e seus apoiadores prenuncia uma carnificina quando a campanha começar. Ou será que o tucano, alvo de descrédito e pressão dentro do próprio partido devido à posição nas pesquisas, não sobrevive até lá?

São muitos os temores no PSDB, articulador de um manifesto a pregar a união total dos partidos aliados do governo Michel Temer, o impopular. O documento achincalha os “radicalismos” do campo progressista e de Bolsonaro, mas o verdadeiro alvo é o deputado do PSL, taxado de “proto-fascista” durante o lançamento do manifesto, na terça-feira 5, em Brasília.

O projeto político da 'Bancada da Bíblia'

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

A Bíblia narra Jesus Cristo como uma liderança que nasceu e viveu na periferia, pregou o amor incondicional e o perdão, denunciou a concentração de renda, valorizou os pobres, andou com os marginalizados, frequentou festas e desafiou poderes, inclusive dos falsos profetas. Por isso foi preso, torturado e assassinado pelo estado que deveria protegê-lo mas que preferiu lavar suas mãos. Se vivesse nos dias de hoje, Jesus Cristo muito provavelmente seria tachado de petralha, comunista e bolivariano. E se fosse um político, na certa não poderia contar com os votos dos deputados da chamada bancada evangélica do Congresso Nacional.

Globo exige compromisso: não soltar Lula

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Quanto mais Lula se consolida na liderança das intenções de voto, mais a Globo se apavora com sua volta triunfal, inevitável, mais cedo ou mais tarde.

Na edição de hoje, o jornal submete os candidatos a um “teste de fidelidade”: pede, de cada um, um compromisso formal de que não libertará, através de indulto, o ex-presidente.

Faz, a todos eles, um interrogatório com um objetivo específico, cercado de complementos genéricos, ao perguntar se eles assinariam um indulto para o presidente Lula ou outro condenado por corrupção e, claro, obtém de todos eles – exceto de Ciro, que diz que assumir este compromisso seria “loucura”, pois Lula luta por ser declarado inocente – o juramento de que manterão preso o maior representante hoje, segundo todas as pesquisas, da vontade popular.

A Colômbia e os protocolos da capitulação

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Se tivesse tempo, um artigo cada vez mais escasso no meu caso, gostaria de escrever um livro que poderia se chamar “garrafas ao mar”, ou “notas ao pé da história” na esperança de que estas linhas fossem lidas por alguém daqui a algumas décadas, do qual constaria um extenso capítulo chamado os "diários" ou "protocolos" da capitulação, para descrever - com nomes, datas e fatos - os tempos vergonhosos que estamos vivendo.

Tempos temerários - no sentido de sua irresponsabilidade e imprudência - com relação ao que estamos fazendo com o nosso futuro como nação.

Venezuela, eleições e sabotagem

Por Alexander Main, no site da Fundação Maurício Grabois:

Costumava ser censurável apelar abertamente para golpes militares e intervenção dos EUA na América Latina. Não mais. Ao menos quando se trata da Venezuela, um país onde – de acordo com a narrativa dominante na mídia – um ditador brutal está deixando a população faminta e aniquilando qualquer oposição.

Em agosto passado, o presidente Trump casualmente mencionou uma “opção militar” para a Venezuela em seu campo de golfe em Nova Jersey, provocando um alvoroço na América Latina, mas nem um pio em Washington. Paralelamente, Rex Tillerson, então Secretário de Estado, manifestou-se favoravelmente a uma possível deposição militar do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Tacla Durán e a indústria da delação de Moro

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Enquanto Sergio Moro era premiado pela realeza de um paraíso fiscal chamado Mônaco, um ex-advogado da Odebrecht denunciava na Câmara a existência de uma quadrilha criminosa operando dentro da própria Lava Jato. Morando na Espanha por ter dupla cidadania e considerado foragido por Moro, Rodrigo Tacla Durán falou durante 4 horas por videoconferência aos deputados. Ele reiterou as acusações que vem fazendo sobre a existência de uma indústria da delação na Lava Jato.

As eleições e as velhas armas

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Com as revelações da Lava Jato sobre os vícios comuns a todos os partidos, inclusive aos três maiores, PT, PMDB e PSDB, e a consequente descrença da população na política, decretou-se amiúde, nos últimos tempos, a falência do quadro partidário brasileiro. E também que a eleição deste ano, em tais circunstâncias, favoreceria os outsiders, os estreantes e os partidos novos.

Olhando menos para a eleição presidencial e mais para a disputa nos estados, arrisco-me a dizer que as máquinas partidárias e as velhas armas ainda serão determinantes. É muito provável, por exemplo, que PT e PMDB, não necessariamente nesta ordem, elejam novamente as maiores bancadas da Câmara.

Ação anti-Petrobras leva país ao paleolítico

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Grande responsável pela descoberta do Pré-Sal, o geólogo Guilherme Estrella está indignado com os rumos que o governo golpista vem dando à Petrobras: “É um negócio completamente contrário ao interesse nacional, que vai explodir lá embaixo, no preço no diesel, na gasolina, no gás de cozinha, que passou a R$ 80 o botijão!”.

E prossegue: “Por causa dessa explosão de preço do gás, tivemos uma milhão e duzentos mil lares brasileiros voltando para a lenha! Isso é uma coisa primitiva! O país volta ao paleolítico, nós estamos voltando ao paleolítico! O ser humano, há dez mil anos, utilizava lenha.”

Temer e os cúmplices do golpe vagabundo

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

E a Dilma, hem?

Michel Temer superou o próprio recorde e é o presidente mais impopular da história, segundo o novo Datafolha.

82% dos entrevistados avaliam seu governo como ruim ou péssimo, 12 pontos a mais que na pesquisa anterior.

Em setembro do ano passado, o índice era de 73%.

Em abril, um breve instante de esperança, 70%.

Datafolha confirma: o Brasil quer Lula!

Do blog Nocaute:

Preso há dois meses em Curitiba sem ter cometido qualquer crime, o ex-presidente Lula continua na cabeça de todas as pesquisas realizadas por todos os institutos – seja no primeiro, seja no segundo turno.

Desta vez os números são da pesquisa do Instituto Datafolha divulgada neste domingo pelo jornal Folha de São Paulo, que novamente aponta o ex-presidente Lula como favorito na corrida pelo Planalto. Lula lidera a pesquisa com 30% das intenções de voto e venceria com ampla vantagem qualquer candidato em um possível segundo turno.

Temer avança na entrega do petróleo

Por Luana Forlini, no site da Fundação Perseu Abramo:

Na quinta-feira (7/6) foi realizado o leilão para venda de três blocos de exploração de pré-sal: Uirapuru e Três Marias, ambos na Bacia de Santos, e o Dois Irmãos, na Bacia de Campos. Em todos eles, a Petrobras ficou com a menor fatia, entre 30% e 45%, enquanto a maior parte ficará nas mãos de empresas estrangeiras, sobretudo as estadunidenses Chevron e ExxonMobil, bem como a anglo-holandesa Shell. Foi mais um passo do governo golpista de Michel Temer na entrega do petróleo brasileiro.

O papelão histórico do ministro do Trabalho

Por Marcelo Zero, no blog Viomundo:

A especialidade do Golpe é a destruição.

Implode tudo em que bota a mão: soberania, empregos, economia, educação, saúde, ciência, Petrobras, Eletrobrás, etc.

Promove uma devastação econômica, social e política sem precedentes.

Sua grande fonte de inspiração histórica é Átila, o huno. Por onde passa, a grama não cresce mais. Não crescem mais também empregos, oportunidades, salários, justiça social, alimentação, saúde etc.

Em política externa não é diferente. O Golpe inaugurou não apenas uma política externa passiva e submissa a interesses de grandes potências. Inaugurou também o que pode ser chamada de política externa do coice e do zurro.

Capital financeiro quer impor seu presidente

Editorial do site Vermelho:

A forte turbulência vivada pelo mercado financeiro nos últimos dias é uma ilustração didática da gravidade da crise brasileira e da hipocrisia do governo golpista e dos setores financeiros que o dominam e usam o poder de Estado para pilhar os cofres públicos.

As explicações dos analistas do chamado “mercado” (isto é, do grande capital especulativo) ilustram a perplexidade da direita ante o quadro eleitoral que se desenha no país. Um desses analistas, o ex-presidente do Banco Central do governo FHC Armínio Fraga, foi direto ao indicar que "caiu a ficha!", referindo-se à crise, que vê como fiscal e política. "Se não está quebrado, o governo está vivendo do cheque especial e a dívida cresce em uma bola de neve", avaliou.

Por que você não deve votar em Bolsonaro

Por Lucas Vasques, na revista Fórum:

Fórum fez uma lista de dez motivos, baseados em fatos reais, para que você possa enviar para o seu amigo que está pensando em votar no Bolsonaro. O diálogo e o convencimento são os temperos principais da democracia. Xingar só interessa a quem não tem argumento.

Homofobia

Jair Bolsonaro já deu inúmeras demonstrações de homofobia. Uma delas, em 2015, rendeu ao deputado a obrigatoriedade de pagar uma indenização de R$ 150 mil por danos morais ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDDD), criado pelo Ministério da Justiça. A ação foi ajuizada pelos grupos Diversidade Niterói, Cabo Free de Conscientização Homossexual e Combate à Homofobia e Arco-Íris de Conscientização.