quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Macron sem resposta aos "coletes amarelos"

Por Joe Penney, no site The Intercept-Brasil:

Em novembro passado, os franceses deram início a uma nova tradição de sábado: manifestantes “gilet jaune” vestindo coletes de segurança amarelos começaram a sair às ruas às dezenas de milhares pela manhã, gritando slogans contra o alto custo de vida, contra o presidente francês, Emmanuel Macron, e contra seus impostos e reformas de serviço social.

Viagem didática ao mundo da vigilância

Por Víctor Sampedro, no site Outras Palavras:

Antes que Orwell escrevesse seu clássico 1984, Aldous Huxley publicou Admirável Mundo Novo, imaginando profeticamente o mundo do capitalismo digital. O livro retrata nossa visão da tecnologia, porque estamos entupidos de soma, a droga legal que Huxley imaginou, e que convertia em paraíso o inferno. No nosso mundo, estamos viciados em tecnologia e em consumo. Ou em consumo de tecnologia, que incita a consumir mais. As corporações digitais apresentam-se como solução a qualquer tipo de necessidade. Incluídas as existenciais, como o amor e a amizade.A indústria tecnológica sustenta que nos monitora para nos dar um “melhor serviço”. Isso só é possível se acreditarmos que as corporações e a sociedade possuem interesses idênticos. E que a publicidade é igualmente confiável e crível como a informação. Duas afirmações que, quando relidas (ou já à primeira leitura), resultam mentiras evidentes.

Kim Kataguiri e a liberdade de expressão

Por Altamiro Borges

Retornando das férias e voltando às telinhas do blog Nocaute, soube pela revista CartaCapital que a juíza Marcela Dias de Abreu Pinto Coelho, da 2ª Vara do Juizado Especial Cível de São Paulo, negou um pedido de censura contra artigos que escrevi e que foram publicados no site Brasil-247 e nas páginas da CUT.

A ação judicial para retirar do ar os meus textos – acompanhada do pedido de indenização de R$ 30 mil – foi feita pelo fascista mirim Kim Kataguiri, líder do sinistro Movimento Brasil Livre (MBL) e recém-eleito deputado federal pelo ético e probo DEM. Magoado, o fascistinha argumentou que foi rotulado nos meus textos de fascista mirim e pirralho fascista.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A quem serve fechar a Justiça do Trabalho?

Por Augusto Vasconcelos, no site da CTB:

O discurso de Bolsonaro sobre a Justiça do Trabalho revela profunda desinformação. Aliás, como em quase todo o pensamento hegemônico nesse governo, se apegam a mitos para justificar seus interesses, apelando para a ignorância dos acontecimentos.

Não é verdade que o Brasil é o único país que possui uma jurisdição Trabalhista. Inglaterra, Nova Zelândia, Suécia, Noruega, Finlândia, Alemanha, França, Bélgica e México, por exemplo, possuem variados níveis de organização de juízos de primeiro grau ou Tribunais especializados na matéria.

O porão está no alto

Por Roberto Amaral, na revista CartaCapital:

O Exército brasileiro, coerente com sua história, capturou o poder civil, sobre o qual sempre exerceu preeminência, e ao mesmo tempo foi capturado pela estratégia militar dos EUA, que, ainda sob o comando de Donald Trump, pode chegar a tudo. A ‘guerra comercial’ com a China pode ser o primeiro momento de um conflito estratégico, e novas intervenções e ocupações estão na ordem do dia, desta feita olhando para a América do Sul e apontando para a Venezuela e para a Amazônia, pela qual os militares brasileiros sempre entoaram preocupação e promessas de defesa.

O esquartejamento do Ministério do Trabalho

Por Antônio Augusto de Queiroz, no Blog do Renato:

O Ministério do Trabalho foi extinto e suas competências e atribuições foram distribuídas em quatro outros ministérios (Economia, Justiça e Segurança, Cidadania e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) com dupla finalidade. De um lado, facilitar a implementação da reforma trabalhista, inclusive em sua dimensão sindical. De outro, esvaziar o poder da fiscalização, tanto na exigência de cumprimento da legislação e das normas coletivas, quanto na elaboração e implementação das Orientações Normativas em matéria de segurança e medicina do trabalho.

Posse das armas e a vergonha dos vencedores

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O decreto da liberação da posse de armas – segundo Bolsonaro, apenas um aperitivo, “apenas o primeiro passo”, para franquear o acesso generalizado a armamento para a população – não pode ser julgado apenas no campo político.

É um retrocesso civilizatório que nos custará muitas vidas e muitos anos para reverter.

Não fosse isso, diria que foi a derrota política inaugural de Jair Bolsonaro.

É algo que, mesmo antes das tragédias anunciadas que irá produzir, só encontrou apoio incondicional em seus adeptos mais radicais.

Como será aberta a caixa preta do BNDES

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Na campanha, Bolsonaro prometeu abrir a caixa preta do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). E exigiu o cumprimento da promessa pelo novo presidente do banco, Joaquim Levy.

Daqui a alguns dias, Levy entregará o prometido, de forma organizada, transparente, deixando Bolsonaro, os generais Heleno e Mourão, e a torcida do Flamengo espantados com o detalhamento das operações.

Perspectivas da economia nativa para 2019

Por Guilherme Costa Delgado, no site Correio da Cidadania:

Um co­nhe­cido teó­logo e eco­no­mista bra­si­leiro, de as­cen­dência co­reana – Jung Mo Sung –, pu­blicou no se­gundo se­mestre de 2018 um livro muito ins­ti­gante, que nos ajuda a des­vendar o sen­tido deste artigo. O tí­tulo do livro é: “Ido­la­tria do Di­nheiro e Di­reitos Hu­manos – uma crí­tica te­o­ló­gica ao novo mito do ca­pi­ta­lismo”.

A tese cen­tral deste livro, sim­pli­fi­cando para situá-lo nas Pers­pec­tivas da Eco­nomia para 2019, é a mu­dança de pa­ra­digma do sis­tema econô­mico global – do ‘mito do de­sen­vol­vi­mento econô­mico universal’ ao ‘mito do mer­cado livre global’. As nar­ra­tivas e prá­ticas cal­cadas nessas ver­sões mitológicas, se­gundo o autor, es­ti­veram em per­ma­nente dis­puta no pe­ríodo Pós-Guerra Mun­dial, com clara opção do de­sen­vol­vi­men­tismo nos trinta anos dou­rados das dé­cadas 1950-1980’, de re­la­tivo aban­dono nos pri­meiros ex­pe­ri­mentos do ne­o­li­be­ra­lismo ao es­tilo That­cher/Re­agan. Mas a partir da crise fi­nan­ceira norte-ame­ri­cana de 2008, o sis­tema fi­nan­ceiro mun­dial opera, de ma­neira sis­te­má­tica, na ne­gação do pri­meiro mito e sa­cra­li­zação do se­gundo.

Mais armas, mais mortes de mulheres

Por Aline Kerber e Eduardo Pazinato, no site Sul-21:

O decreto assinado pelo Presidente Bolsonaro em relação à flexibilização de armas representa um retrocesso para a segurança pública – tanto pela falta de legitimidade junto à população, pois 61% dos brasileiros se dizem contrários à liberação da posse de arma, conforme pesquisa nacional do mês passado do Datafolha, quanto pelo critério de necessidade adotado: taxa de homicídios acima de 10 por 100 mil habitantes na localidade do requerente. Com esse critério quase ninguém fica de fora, torna-se difuso o acesso e, ainda, se induz a redução da capacidade de controle estatal desse instrumento letal. Somado a isso, homicídios acontecem mais em vias públicas e menos nas residências, ao contrário dos feminicídios. Portanto, a utilização desse indicador não se justifica como distinção para essa política que facilita, de forma inconsequente, a posse da arma somente em casa, em estabelecimentos comerciais, propriedades rurais e não nas ruas. Mas, afinal, que fiscalizará o uso pretendido?

Quem está por trás da CNN no Brasil?

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

A chegada do canal de televisão CNN ao Brasil foi divulgada na última segunda-feira (14). Sobrinho do bispo Edir Macedo, o jornalista Douglas Tavolaro, e o segundo empresário que mais investiu nas últimas eleições, Rubens Menin, encabeçam o projeto.

O canal estadunidense, no entanto, não vai operar no Brasil. A negociação para trazer a marca CNN para o país ocorreu por meio de um licenciamento com a Turner International, responsável pelas operações da CNN fora dos EUA.


O Brasil explodiu por dentro!

A rejeitada liberação de armas de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

A pesquisa do Datafolha, divulgada nos últimos dias, “sugere descolamento entre a agenda do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) e a opinião pública brasileira”, como afirmam os diretores do instituto de pesquisa Mauro Paulino e Alessandro Janoni, em artigo publicado nesta terça-feira (15). A população reprova medidas como o ataque às leis trabalhistas e à previdência social, às terras indígenas, a subserviência aos EUA, e por aí vai.

A vitória da liberdade de expressão

O Brasil, a Panair e o mito de Sísifo

Por Léa Maria Aarão Reis, no site Carta Maior:

O título do filme documentário Panair do Brasil com pouco mais de uma hora, do diretor Marco Altberg e recém exibido no Canal Curta! é singelo e aponta para o tema sem qualquer enfeite ou rodeio.

Ainda hoje a menção à aérea que foi alvo de uma das mais imorais perseguições políticas no início da ditadura civil-militar de 64 provoca lembranças fortes e comoção dos funcionários sobreviventes, das tripulações, dos descendentes das famílias proprietárias da empresa e da população que na época acompanhou, estarrecida e muda (por força do medo da repressão do regime) ao estupro da companhia pioneira da aviação comercial no país - uma das mais admiradas e queridas instituições da economia nacional, e da sua falência forçada, por traiçoeiro decreto, uma das marcas da mão forte dos regimes autoritários.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Governo, mídia e fake news da Previdência

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Se para Nelson Rodrigues "toda unanimidade é burra", caberia então questionar o circulo de ferro atualmente armado nos meios de comunicação para reproduzir, insistente e convergentemente, por comentaristas e porta-vozes do dinheiro, que no Brasil a Previdência social seria fiscalmente insustentável e promotor da desigualdade social. A começar pelo fato de que o país, desde a Constituição Federal de 1988, implementou outro regime de aposentadoria e pensão que não poderia ser simplificado no conceito de Previdência Social, como predominou entre os anos de 1923 e 1987.

A quem interessa a intervenção na Venezuela?

Por Gleisi Hoffmann, no site da Fundação Perseu Abramo:

Acabo de voltar da Venezuela, onde participei, como presidenta do PT e a convite do governo eleito, das solenidades de posse do presidente Nicolás Maduro. Não me surpreendi com os ataques e reações por parte de quem não compreende princípios como autodeterminação e soberania popular; quem não reconhece que partidos e governos de diferentes países possam dialogar respeitosamente.

Por várias razões, os problemas internos da Venezuela, econômicos, sociais e políticos, têm sido motivo de pressões externas indevidas, que só agravam a situação interna. Mas a posse de Maduro em seu segundo mandato desatou um movimento coordenado de intervenção sobre a Venezuela, patrocinado pelo governo dos Estados Unidos e referendado por governos de direita na América Latina, entre os quais se destaca, pela vergonhosa subserviência a Donald Trump, o de Jair Bolsonaro.

Firehosing: arte de mentir dos bolsonaristas

Por Renan Borges Simão, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

No fim de novembro, as visualizações do vídeo “Por que mentiras óbvias geram ótima propaganda”, do site Vox, passaram de 1 milhão. Baseando-se no artigo “The Russian ‘Firehose of Falsehood’ Propaganda Model” (2016), do think tanknorte-americano Rand Corporation, a peça aponta quatro aspectos principais da propaganda russa: 1) alto volume de conteúdo; 2) produção rápida, contínua e repetitiva; 3) sem comprometimento com a realidade; e 4) sem consistência entre o que se diz entre um discurso e outro. Essencialmente, isso é o firehosing (fluxo de uma mangueira de incêndio).

O jornalismo independente na era Bolsonaro

Do blog Socialista Morena:

Estamos começando 2019 e, como todos os anos, o site publica um texto falando sobre suas previsões e planos para o ano que se inicia. Bem, pelo menos costumava ser assim até o extremista de direita Jair Bolsonaro se tornar presidente. Ao contrário dos anos anteriores, iniciamos este com mais angústias do que certezas. Sabemos que uma ditadura militar, desta vez eleita pelo povo, tomou o poder. Os jornalistas sofreram censura, perseguições, torturas, mortes e exílio na outra ditadura. Sobreviveremos incólumes a esta?

Os militares e a reforma da Previdência

Por Miguel Enriquez, no blog Diário do Centro do Mundo:

“Farinha pouca, meu pirão primeiro”, reza um velho dito popular. Pouco utilizado hoje em dia, o ditado ganha vida nova para definir à perfeição a postura dos militares brasileiros diante da polêmica proposta de reforma da Previdência, definida por 10 entre 10 integrantes do novo governo e seus apoiadores da mídia corporativa e do chamado mercado, como o fator decisivo para recuperar a economia e recolocar o País na rota do crescimento.