sábado, 9 de março de 2019

Conquistas e a luta pelos direitos da mulher

Editorial do site Vermelho:

As manifestações deste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, têm simbolismo histórico e conjuntural. Em todo o mundo, o pensamento progressista comemora as históricas conquistas femininas, asseguradas por processos que são verdadeiros saltos civilizatórios da humanidade - especialmente as revoluções dos séculos XIX e XX -, mas também combatem os brutais retrocessos impostos pelo crescimento político das ideologias que representam a negação da luta pela emancipação social da mulher.

La démocratie c'est moi

Por Marcelo Zero

“La démocratie c'est moi” (a democracia sou eu) pareceu ter dito, em entrelinhas sombrias, o desassombrado capitão, quando mencionou, de forma aparentemente inocente, que a nossa liberdade e democracia só existem quando as Forças Armadas permitem.

Muitos questionam o QI, se algum, do capitão.

Outros colocam em dúvida sua sanidade mental.

Mas não se pode questionar sua intempestiva sinceridade e sua desavergonhada coragem.

A coragem dos néscios, mas coragem, enfim.

Pátria armada e a segurança pública

Por Abdael Ambruster, na revista Teoria e Debate:

Segundo a ONU, o ambiente doméstico é o local onde se concentra o maior número de assassinatos de mulheres no mundo. Foto: Agência Brasil

Quando se diz para que o cidadão se arme, que tipo de mensagem é passada?

Segundo dados pesquisados pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) [1], junto ao Mapa da Violência, graças ao decreto do desarmamento 135 mil vidas foram salvas entre 2004 e o ano de 2016.

Contudo, a posse de arma de fogo foi flexibilizada graças ao decreto emitido pelo presidente da República Jair Bolsonaro, e hoje o cidadão comum pode ter à sua disposição, seguindo os preceitos legais, uma arma de fogo.


Suicídio assistido da indústria brasileira

Por Artur Araújo, no site Outras Palavras:

Aeronaves; cronômetros e relógios; equipamentos e instrumentos óticos; manutenção e reparação de veículos ferroviários; e aparelhos telefônicos são os cinco ramos da indústria brasileira que mais dependem de importação de insumos e componentes.

Estamos nos tornando aceleradamente um país em total dependência de outros para voar, medir o tempo, enxergar, usar trens e falar.

Nem mesmo cadeias produtivas em que temos excelência escapam: importamos estupidamente nos setores de defensivos agrícolas; adubos e fertilizantes; preparações farmacêuticas; medicamentos para uso humano; máquinas para terraplenagem; e metalurgia do cobre.

Reportagem publicada ontem (7/3) pelo Valor descreve o descalabro:



sexta-feira, 8 de março de 2019

Previdência pode “aposentar” Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Deixando de lado o vídeo pornô, as sacanagens no Twitter e outras obscenidades, o presidente-capetão – que levou uma baita “mijada” no Carnaval da revolta – jogará seu futuro a partir de agora no Congresso Nacional com a votação da contrarreforma da Previdência. Caso consiga aprová-la, com a compra de voto dos “talentosos” parlamentares à venda no balcão de negócios, Jair Bolsonaro até poderá ter alguma sobrevida – desde que controle seus desequilibrados “pimpolhos” e não faça tantas besteiras. Caso seja derrotado ou tenha de “desidratar” seu projeto, que na prática elimina a aposentadoria de milhões de brasileiros, o fascistoide será descartado ou virará um natimorto até o fim de sua gestão.

Olavo de Carvalho já pagou sua dívida nos EUA?

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o astrólogo lunático Olavo de Carvalho, guru dos fascistas nativos e responsável pela indicação de alguns ministros no laranjal de Jair Bolsonaro, lançou uma campanha nas redes sociais para levantar recursos junto aos amigos e seguidores. Em postagem no Facebook, o falso patriota que reside há vários anos nos EUA informou que recebeu uma elevada cobrança de despesas médicas e de impostos do governo ianque. Ele não revelou o valor da dívida e até tentou posar de vítima, afirmando que os gastos se juntariam às multas impostas pela "rede de esquerdistas" que o processa por suas declarações criminosas.

"Política é show business para pessoas feias"

Por Rosana Pinheiro-Machado, no site The Intercept-Brasil:

Durante minha infância, nos anos 1980, escutava com frequência pessoas falarem que queriam que Silvio Santos fosse presidente. A Xuxa também teria o seu lugar na política. Nas eleições de 1989, eles não concorreram, mas não faltou diversão na propaganda eleitoral: de Marronzinho a Enéas, todo mundo tinha o seu “cômico” de estimação. Enéas Carneiro, por sinal, foi o deputado mais votado da história do Brasil por um bom tempo, superado posteriormente pelo comediante Tiririca.

Projetos que ameaçam as mulheres em 2019

Por Carol Scorce, na revista CartaCapital:

Enquanto os olhos estão virados para as loucas aventuras de Jair Bolsonaro (atualizadas semana após semana, dia após dia), sem fazer barulho deputados conservadores têm feito avançar suas convicções no Congresso Nacional, engrossando o caldo do que próprio governo chama de “pauta dos costumes”.

Os direitos reprodutivos das mulheres podem entrar no jogo como moeda de troca no processo de votação de reformas impopulares, como o caso da Previdência, e será feito por uma bancada fundamentalista, cuja agenda prioritária é a criminalização irrestrita do aborto.

As mulheres e a reforma da Previdência

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

Nesse mês de março, em que comemoramos o dia internacional de luta da mulher trabalhadora, o tema da Reforma da Previdência aparece com centralidade. Isso porque a proposta do governo de Jair Bolsonaro significa um duro golpe na classe trabalhadora, e em especial às mulheres.

Em primeiro lugar, a Previdência Social – que compõe a Seguridade Social ao lado da saúde e da assistência social – é muito mais do que apenas uma política de amparo à sobrevivência após a perda da capacidade laboral das pessoas. Ela é a MAIOR política pública e social brasileira e tem o maior impacto – entre todas as políticas sociais – na redistribuição de renda e redução das desigualdades sociais.

O pacote de perversidades contra as mulheres

Por Maria do Rosário Nunes, no site Sul-21:

Nos últimos tempos o Brasil tem sido marcado pela imposição de um conservadorismo moralista, que falseia discursos religiosos com objetivos políticos, enquanto ameaça de forma autoritária as liberdades civis e democráticas e desmonta políticas públicas com um projeto ultraneoliberal no manejo da economia e das relações internacionais.

Isso tem ficado bem evidente nos posicionamentos excêntricos da titular da pasta de direitos humanos e pela proposta de criminalização de movimentos sociais, endurecimento da lei e da ordem e a liberação de armas. No pano de fundo encontra-se em execução o plano que interessa às elites do dinheiro – a entrega das riquezas do país ao grande capital, inclusive as terras indígenas à exploração mineral por estrangeiros. O plano de desmonte da previdência social contido na PEC 006/2019, de Jair Bolsonaro, coroa as medidas que atingem trabalhadores, pobres, pequenos agricultores, mas sobretudo é cruel com as mulheres.

Crônica às mulheres assassinadas

Por Lucilene Machado, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Salve, mulheres! Ave irmãs! Eu vos saúdo e choro a vossa sina. Humilhadas, estupradas, perseguidas, vilipendiadas e forçadas prematuramente ao silêncio eterno, apenas por serem mulheres. O machismo matou mulheres públicas, matou profissionais, matou mães, matou tias, vizinhas, amigas, primas, esposas, amantes… matou uma a uma, por séculos de vileza e a vida seguiu como se nada de mais grave estivesse acontecendo.

O estranho fundo bilionário da Lava-Jato

Do blog Cafezinho:

O Fundo tenta disfarçar a picaretagem informando que 50% dos recursos irão para programas de cunho social, não dando ênfase no fato que a outra metade será alocada para pagamento de acionistas que entrarem com pedido de indenização contra a Petrobras. Ou seja, antes mesmo de haver qualquer resultado judicial, a Lava Jato se posiciona contra o interesse da União e do erário público.

Com medo de cair, Bolsonaro apela a militares

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Em pouco mais de dois meses, Bolsonaro já se envolveu em escândalos de corrupção, sofreu derrotas no Congresso e protagonizou cenas patéticas e bizarras através dos ministros que escolheu ou através da própria bocarra. Eis a explicação para a ameaça que o capitão reformado fez ao Brasil ao insinuar que os militares podem dar um golpe, “se quiserem”.

A primeira vítima do discurso de Bolsonaro nesta quinta-feira (7) durante a cerimônia de aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais no Rio de Janeiro, foi o idioma ao dizer que “Democracia e liberdade só existe quando a sua respectiva Forças Armadas assim o quer” – a concordância verbal foi ferida de morte por três vezes na mesma frase…

A chantagem do capitão

Por Fernando Rosa, no blog Senhor X:

Depois de espantar a Nação e até mesmo o mundo com seu twitter pornográfico, o capitão-presidente tirou o dia para enquadrar o Congresso Nacional.

A fala de Bolsonaro pela manhã advertindo que “democracia só existe se os militares quiserem”, em um ambiente militar, ladeado por generais, teve um endereço certo.

No Jornal Nacional, à noite, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, deixou claro que entendeu perfeitamente o que foi dito, e pelo visto não gostou do que ouviu.

A dispersão como tática do governo

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

O Carnaval de 2019 foi um dos mais politizados dos últimos tempos. Massas de foliões, espontaneamente, saíram às ruas em todo o Brasil, e, entre as folias e esbornias carnavalescas, entoaram em uníssimos protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Trata-se de novidade, pois nenhum outro presidente, em início de mandato, projetou-se tão negativamente quanto o novo inquilino do Planalto.

Diante dos protestos que ganharam as ruas do País, Bolsonaro reagiu, no sábado (2), com crítica pesada e inusitada à festa mundana, que é uma instituição no Brasil. Divulgou tuíte crítico à festa popular, com vídeo em que apareciam 2 jovens em cenas escatológicas e obscenas registradas durante a folia de um suposto bloco de rua em São Paulo.

A privacidade segundo Zuckerberg

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Nesta quarta-feira de cinzas, o CEO da Facebook Inc., Mark Zuckerberg, publicou artigo para apresentar suas preocupações com a privacidade e suas iniciativas neste terreno. Sob o título ‘A Privacy-Focused Vision for Social Networking‘ (Uma visão focada em privacidade para redes sociais) Zuckerberg mostra, mais uma vez, uma visão superficial e bem inadequada de privacidade.

Desde o escândalo Cambridge Analytica, o Facebook tem sido alvo de uma enxurrada de denúncias e processos em função do vazamento de dados de seus usuários. As cobranças públicas e governamentais sobre mecanismos mais seguros de proteção de dados têm se intensificado. Legislações e diretrizes sobre o tema têm sido aprovadas em muitos países, com destaque para a entrada em vigor do Regulamento Geral para a Proteção de Dados da União Europeia (RGPD) e para a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais no Brasil.

Aposentadoria da mulher: um sonho distante

Por Tiago Pereira, na Rede Brasil Atual:

As mudanças que o governo Bolsonaro pretende realizar com a reforma da Previdência podem resultar numa combinação explosiva que torna o acesso às aposentadorias um sonho cada vez mais distante, especialmente para as mulheres. Mesmo após o presidente, Jair Bolsonaro (PSL), afirmar que a idade mínima de acesso às aposentadorias, para elas, poderia cair de 62 anos, como consta na proposta atual, para 60, ainda assim, pouca diferença fará, caso não se alterem os critérios relativos ao tempo de contribuição do projeto que foi apresentado ao Congresso Nacional

quinta-feira, 7 de março de 2019

Depois do post pornô, Bolsonaro faz ameaças

Nós precisamos voltar a sonhar

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Sonho [*] - John Lennon 


(tradução de Flávio Aguiar)

Sonhe que não há paraíso
É fácil, se você tentar.
Abaixo não há inferno
Acima, só estrelas pra se olhar
Sonhe com todo mundo
Vivendo apenas o presente…

Sonhe que não há países
Não é difícil não
Nada por que morrer ou matar
Num mundo sem religião
Sonhe com todo mundo
Vivendo sua vida em paz...

Pode me chamar de sonhador
Mas não estou só não
Quem sabe você um dia
Também nos dê a sua mão...

Sonhe que tudo é de todos
Será que você se esmera?
Um mundo sem ganância ou fome
Onde a fraternidade impera
Sonhe com todo mundo
Dividindo com todos tudo...

Pode me chamar de sonhador
Mas não estou só não
Quem sabe você um dia
Escolha o mundo sem divisão…


* Optei pelo verbo sonhar porque “Sonhe”, em português, tem a mesma sonoridade bonita de “Imagine” em inglês.

“Imagine”, em português, não tem a mesma beleza sonora.

Aproveitando a leveza do Carnaval, começo nossa conversa com a belíssima canção de John Lennon, traduzida especialmente para Carta Maior pelo companheiro Flavio Aguiar.

Carnaval vaia Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

O uso da cor laranja neste carnaval foi maior do que o usual. Cor imposta pela política: protestar contra o governo retrógrado de Jair Bolsonaro e seu partido, o PSL (Partido Só Laranja, como registraram foliões em Bezerros, PE), contra o qual se multiplicam as denúncias de uso de candidaturas de araque ("laranjas") para arrecadar ilegalmente dinheiro para as campanhas na eleição de 2018. Nesta quarta-feira de cinzas (6), o próprio Bolsonaro de certa forma passou recibo e deu mostras do incômodo com as críticas recebidas e divulgou, pelas redes sociais, uma mensagem obscurantista, obscena e grotesca contra o Carnaval, dirigida - pode se adivinhar - contra as críticas feitas a ele e à direita na festa popular.