domingo, 28 de julho de 2019

O desencanto com a direita na América Latina

Por Aitor Molina, na Rede Brasil Atual:

Jair Bolsonaro no Brasil, Sebastián Piñera no Chile, Iván Duque na Colômbia e anteriormente Mauricio Macri na Argentina se tornaram os estandartes da nova onda neoliberal que deu início à prodigiosa década da direita latino-americana.

No entanto, apenas um ano após sua ascensão ao poder, a situação econômica, as greves e os movimentos sociais começam a cercar os principais líderes liberais da região.

Durante os anos de 2017 e 2018, os eleitores escolheram esses candidatos sob a promessa de melhorar a situação econômica de seus países e combater a corrupção. Após o período de graça, esses políticos não conseguiram reverter a recessão econômica e seus índices de popularidade são baixos.
Macri tentará resistir ao retorno de Kirchner

E se o grande hacker for Moro?

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Rememore os fatos, como num filme. O ministro da Justiça está nas cordas, acuado pelo vazamento de diálogos que revelam como, quando juiz, abandonou a imparcialidade, feriu a lei e imiscuiu-se em assuntos políticos para favorecer um candidato que, no ato seguinte, o levaria ao governo. Em certa altura, sua linha de defesa, que jamais nega a possibilidade de os diálogos serem reais, torna-se ineficaz. Ele viaja aos Estados Unidos, pela segunda vez em apenas três semanas, tomando agora o cuidado de licenciar-se do posto – o que desobriga tanto a si próprio quanto (em especial) as autoridades norte-americanas de reportarem com quem se encontrou, e em que circunstâncias.

Globo, Record e SBT: rede de proteção a Moro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Sábado, 27 de julho de 2019.

O sujeito liga para um Disque-Denúncia qualquer e avisa que um carro está sendo roubado na esquina da casa dele.

Em vez de mandar uma patrulha atrás do ladrão, a polícia resolve investigar o autor da denúncia.

É isso que está acontecendo no Brasil bolsonariano, com essa história rocambolesca dos hackers fajutos de Araraquara, para esconder o que já foi apurado e denunciado pelo The Intercept e outros veículos sobre o modus-operandi do ex-juiz Sergio Moro e seus procuradores amestrados.

Bolsonaro ofende 56 milhões de brasileiros

Por Guilherme Boulos, na revista CartaCapital:

Uma semana após outra, Bolsonaro segue empenhado em bater o próprio recorde de disparates. Num único dia, conseguiu defender abertamente o nepotismo, a censura e a inexistência da fome no Brasil. Num intervalo entre as declarações, foi flagrado chamando o Nordeste de “Paraíba” e atacando diretamente o governador do Maranhão, Flávio Dino.

Bolsonaro é a caricatura do neoliberalismo

Por Fernando Brito, em seu blog:

O Estado precisa parar de se meter na vida das pessoas.

Não precisa de autoescola para poder dirigir, logo nem precisará de carteira de motorista.

Não precisa obrigar a usar cadeirinha de segurança para transportar bebês, os pais é que devem decidir.

Aliás, eles também devem decidir se colocam o filho na escola e se os levam ou não a tomar vacinas.

Também não precisa de licença ambiental para explorar recursos naturais, esta história é uma burocracia danada.

Mea culpa do MBL é puro oportunismo

Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:

JP Morgan, Morgan Stanley, Barclays, Nomura Goldman, Sacha Merrill, Lynch Cresit Suisse, Deutsche Bank, Citibank, BNP, Paribas, Natixis Societe, Generale Standard, Chartered State Street, Macquarie Capital, UBS, Toronto Dominion, Bank Royal Bank of Scotland, Itaú, Bradesco, Verde e Santander.

Isso são mais de 20 bancos ou empresas de investimento com atuação no Brasil. Basta ver a compra da BR Distribuidora.

A maioria entidades privadas que deveriam competir entre si, pelos menos teoricamente, por ter o mesmo nicho de mercado.

Deltan Dallagnol, o lobista da Lava-Jato

Por Renato Rovai, em seu blog:

Há uma questão que ainda não foi explorada com a devida importância da matéria publicada hoje (26/7) pela Folha de S. Paulo em parceria com The Intercept Brasil: o fato de o procurador Deltan Dallagnol se comportar como lobista da empresa Neoway num grupo de procuradores, buscando entregar todo banco de dados das investigações dos MPs para uma empresa investigada e delatada.

Esse fato, que está passando despercebido, é muito mais grave do que a cobrança de 33 mil reais por uma palestra. O que também é gravíssimo.

Sigam estra trilha:

Moro cria clima para ditadura de Bolsonaro

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Quando era juiz, Moro ao mesmo tempo atuava como acusador dos seus inimigos.

Agora, como investigado, Moro simula se auto-investigar através da sua Gestapo – a Polícia Federal transformada em polícia política do regime de exceção.

Moro não passa de um gângster, “membro de um bando organizado de malfeitores; um indivíduo inescrupuloso, disposto a tudo para atingir seus objetivos” [Houaiss].

Desmascarado e desmoralizado, ele luta desesperadamente para sobreviver da revelação das práticas criminosas suas e da sua gangue. Para isso, lança mão de dispositivos típicos de regimes totalitários contra a liberdade da imprensa e de expressão.

sábado, 27 de julho de 2019

Brasil é um grande navio negreiro

Portaria contra Greenwald e cinismo de Moro

Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

“Um cínico é um homem que sabe o preço de tudo, mas o valor de nada”, escreveu Oscar Wilde.

Sergio Moro afirmou a interlocutores que a portaria Nº 666, o número da besta, publicada no “Diário Oficial da União”, que trata sobre “impedimento de ingresso, repatriação e deportação sumária de pessoa perigosa”, não se aplica a Glenn Greenwald.

O Valor relata que o ministro da Justiça foi questionado sobre a associação da medida com sua nêmesis, o jornalista americano do Intercept - que vive, de resto, em situação completamente regular no Brasil.

MP promove “nova reforma trabalhista”

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

O próximo semestre legislativo, que começa oficialmente em 1º de agosto, deverá trazer a bordo mais uma investida contra os direitos dos trabalhadores. Na pauta de votações no plenário da Câmara, está uma medida provisória (MP) que altera 36 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Editada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no final de abril, a MP 881 dificulta, por exemplo, o acesso da Justiça aos bens de empregadores com dívidas trabalhistas. Atualmente, essa possibilidade é prevista como meio para viabilizar eventuais indenizações.

A proposta também acaba com o e-Social, sistema que centraliza o envio de dados trabalhistas pelas empresas, como contribuições previdenciárias, folhas de pagamento, notificação de acidentes de trabalho e aviso prévio, entre outras.

União Europeia-Mercosul: acordo regressivo

Por Giorgio Romano Schutte, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

No dia 28 de junho, houve o anúncio político da conclusão da fase de negociação do Acordo de Associação entre a União Europeia (28 países, incluindo ainda o Reino Unido) e o Mercosul. O acordo tem três pilares: econômico-comercial, político e cooperação. E, mesmo o primeiro pilar vai muito além de livre-comércio. Envolve regras sobre compras governamentais, investimentos, atuação de empresas estatais, propriedade intelectual, denominações de origem geográfica, entre outros. Em relação ao comércio propriamente dito, em parte se negociou livre comércio, mas, para os segmentos mais importantes como a exportação agrícola do Mercosul, se negociou justamente a restrição comercial, por meio de cotas.


Glenn passa bem; falador passa mal

Bolsonaro promove a destruição da cinema

Moro questiona palavra de hackers

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A menos que esteja preparando uma auto-crítica radical das condenações mais pesadas da Lava Jato, o ministro da Justiça e da Segurança Pública Sérgio Moro deveria ser mais cuidadoso nos tuítes sobre os quatro suspeitos de vazar diálogos eletrônicos para o Intercept-Brasil.

Embora tenha se negado a fazer reparos à substância das mensagens quando depôs no Senado ("Quanto ao conteúdo, não vejo nada demais"), assim que a prisão dos russos de Araraquara foi anunciada Moro passou a questionar a credibilidade dos diálogos que lhe foram atribuídos. Referiu-se ao grupo como "pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes." Tentando avançar com ironia sobre o Intercept-Brasil, acrescentou: "Elas, as fontes de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime".

A última cartada de Sergio Moro

Portaria 666 de Moro: o país da piada pronta

Como o Facebook quer controlar o mundo

Por Vicente Ferreira, no site Carta Maior:

Há algumas semanas, o Facebook anunciou a intenção de criar uma nova criptomoeda, a Libra, para servir de meio de pagamento digital global. No Livro Branco entretanto divulgado, a Libra é apresentada como “uma moeda global simples capaz de dar poder a milhões de pessoas”, projetada para que seja “tão fácil enviar dinheiro como enviar um e-mail”, sendo o seu valor de mercado indexado a um cabaz de moedas tradicionais (como o dólar ou o euro). Embora existam já 28 empresas envolvidas no projeto, entre as quais a Visa, Mastercard, Paypal, Vodafone, eBay, Uber e Spotify, é o Facebook que o tem liderado desde o início.

A elite neocolonial abraçou o fascismo

Por Bernardo Gomes, no site Vermelho:

Para implementar a sua agenda neoliberal e entreguista, a elite brasileira, após o golpe parlamentar de 2016, decidiu abraçar o fascismo como consequência da violência política contra a esquerda e seus governos democráticos e populares. O outro paralelo na história dessa união resultou na Ditadura Militar, sabemos como isso termina.

Semana passada talvez tenha sido a mais simbólica e emblemática para aqueles que ainda tratavam o governo de Jair Bolsonaro com alguma esperança institucional. O atual Presidente da República – que nunca mentiu quanto aos seus desejos ditatoriais – mostrou toda a sua “inclinação autoritária” segundo editorial da Folha de S. Paulo.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Fingindo-se de idiota – para sobreviver

Por Paulo Nogueira Batista Jr.

A nossa antiga tendência a mimetizar americanos e europeus está se fazendo sentir outra vez, agora com consequências deploráveis e verdadeiramente dramáticas.

O nível do governo e da política no Brasil deixa a desejar, como diria um inglês das antigas, que por aqui aportasse.

A observação, discreta, comedida, seria bem-vinda.

Em tempos de overstatement, temos que recuperar a arte do understatement, não é mesmo?

O inglês teria de reconhecer, diga-se de passagem, que a sua observação se aplica também ao Reino Unido, onde um Boris Johnson agora é primeiro-ministro.