sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Bolsonaro, o falastrão de sorveteria

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

A sabedoria popular costuma nos oferecer frases de senso comum, mas que podem nos propiciar lampejos de elementos importantes para compreender os fenômenos políticos, sociais e econômicos. “A vida é dura!”. “Não se faz o omelete sem quebrar os ovos!”. “Nada como um dia após o outro!”. “É grande a distância entre intenção e gesto!”. “Bem-vindo à realidade!”. “Não dá pra fazer de outro jeito!”.

Pois lá já se vão 10 meses do governo do capitão. Um candidato que não aparecia como um dos possíveis ganhadores nem mesmo no início do ano passado. Um deputado federal que passou sete mandatos ininterruptos, passeando pelos corredores da Câmara dos Deputados entre 1991 e 2018, sem nenhuma atuação parlamentar de expressão. Bolsonaro era conhecido apenas por seu discurso extremista para os saudosistas da ditadura e para os que achavam que a pena de morte seria a solução mais adequada para todos os problemas da violência em nosso País.

O desastre latino-americano

Por Ladislau Dowbor, no site Carta Maior:

É tempo de pararmos de apenas comentar os irresponsáveis no poder, nos países latino-americanos, e pensar de maneira mais ampla sobre o que está acontecendo. A Venezuela é um ótimo exemplo: país grande e com imensas reservas de petróleo, criou uma elite que entregava o óleo para os grupos americanos, em troca de gordas royalties que serviam para o consumo de luxo de uma minoria dirigente, complementado com férias em Miami. Esta elite, amplamente satisfeita com a sua prosperidade, nunca concebeu o petróleo venezuelano como um recurso natural do país, destinado ao usufruto de todos; e nunca investiu esses recursos no desenvolvimento nacional. O resultado disso, foi um vazio econômico que não abriu espaço para a crescente população, nem em termos de infraestruturas, nem de produção agrícola e industrial, e muito menos em termos de políticas sociais decentes. Para a população venezuelana, evidentemente, isto não funcionou.

O canto dos galos na Argentina e no Chile

Por Leonardo Avritzer, no site A terra é redonda:

Agnes Heller, a intelectual húngaro americana recentemente falecida, dizia que a modernidade constitui um pêndulo entre mercado e Estado. Certos momentos da modernidade consistiram em fortes desenvolvimentos do mercado que mostrou, no entanto, em cada um deles, sua limitação enquanto forma única de organização da sociabilidade. Foram esses momentos que geraram o seu contrário, uma estrutura de proteção social garantida pelo Estado capaz de relativizar a mercantilização.

Bolsonaro, o criador de hienas

Por Antonio Barbosa Filho

Jair Bolsonaro nada tem a ver com o leão com o qual quis comparar-se ao postar o vídeo que causou gargalhadas em todos os continentes. O leão de quatro patas é chamado de Rei das Selvas, por sua força, caminhar altivo e seu poderoso urro.

O ex-capitão expulso do Exército é bem o contrário. Suas flexões de solo mostram-no como um fracote que apenas mexe com o pescoço, ao invés de realizar o exercício. Deve ter levado muita bronca do seu instrutor na caserna, por ser um enganador até nisso. Superou suas humilhações transformando a flexão de pescoço num ato presidencial, aplaudido pela corja de puxa-sacos de sempre.

O futuro tem um coração antigo

Por João Guilherme Vargas Netto

O mundo das grandes montadoras de veículos (e da indústria automobilística em geral) acostumou-se, durante todo o século passado, a regular o mundo industrializado.

Os grandes fabricantes com seu gigantismo, além de criarem um padrão de sociabilidade, interferiram na organização dos trabalhadores (dentro e fora das fábricas com o fordismo) e foram contestados por poderosos sindicatos de trabalhadores, cujas bases reforçaram.

A história sindical do século passado não pode ser contada se não se levar em conta esta presença e a reação sindical a ela, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial. O Brasil faz parte dessa história.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A crise no Sistema Bolsonarista de TV (SBT)

Promotora do caso Marielle precisa ser afastada

Por Leandro Demori, no site The Intercept-Brasil:

Essa na foto é Carmen Eliza Bastos de Carvalho, uma das promotoras do Ministério Público do Rio de Janeiro responsáveis pelo caso Marielle Franco.



Radicalização e o risco de golpe em marcha

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Eu começava a escrever que, por tudo que já aprendemos sobre o bolsonarismo, o caso do porteiro devia adubar a radicalização política de Bolsonaro e seu clã. Tendo dito em depoimento que um dos supostos assassinos de Mariele deu a casa de Bolsonaro como destino, ao visitar o condomínio em que se reuniu com suposto comparsa no dia do crime, foi desmentido pelos registros de chamada e voz da portaria. Bolsonaro deu seu show, atiçando as bases, e a TV Globo ficou vulnerável. Mal comecei a escrever, vejo na tela a última ameaça de perpetração de um golpe, com Eduardo Bolsonaro avisando que se a esquerda radicalizar pode haver um novo AI-5. Repito a pergunta de meu último artigo: quem vai deter Bolsonaro?

"Eduardo Bolsonaro é um doente"

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

“Eduardo Bolsonaro é um doente. Eu não levo a sério. Não pode ser levado a sério. Mal entende de fritar hambúrguer”, diz o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, sobre a fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendendo “um novo AI-5” para combater a esquerda. “Mas, realmente, isso não é uma coisa gratuita. É um atentado à democracia. O ideal seria que o procurador-geral da República (Augusto Aras) tomasse providência. Mas, com Aras, que faz tudo o que Bolsonaro manda, é difícil”, acrescenta Aragão.

Onde está Moro diante do “volta AI-5”?

Por Fernando Brito, em seu blog:

É estrondoso o silêncio de Sergio Moro sobre a declaração do filho presidencial de que poderia haver uma volta do AI-5 se houvesse radicalização política no Brasil.

Não se ouviu ou leu uma palavra de Sua Excelência, mesmo depois do pai do filho dizer que não adiantava “sonhar” com a medida autoritária.

Está esperando uma “autorização formal” do presidente para abrir a boca?

A gente sabe que tipo de mascote é tão submisso que fica sentado e quieto até que o mestre autorize-o a se mover.

Eduardo Bolsonaro propõe "novo AI-5"

A convulsão social chegará ao Brasil?

Eduardo Bolsonaro ataca as instituições

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O histérico "capetão" Bolsonaro

Bolsonaro ameaça destruir a TV Globo

A guerra mundial entre Bolsonaro e Globo

O Chile, o leão e as hienas

Chilenos se revoltam contra o neoliberalismo

Moro virou refém da família Bolsonaro

Por Leandro Fortes

O principal rescaldo do ataque de pânico de Jair Bolsonaro, na madrugada saudita, é que os canhões da República estão sendo voltados, um a um, para a cabeça de um porteiro do condomínio Vivendas da Barra. Trata-se de um curioso habitat onde convivem, em rara harmonia, milicianos assassinos e a família do presidente da República.

Conforme notícia veiculada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, o tal porteiro, por ora, anônimo, foi à Polícia Civil do Rio de Janeiro depor no caso do duplo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, e disse o seguinte, em resumo:

Eleições e revoltas enfrentam neoliberalismo

Editorial do site Vermelho:

As reviravoltas que começam a se configurar na vizinhança do Brasil têm causas bem definidas. Essa mescla de vitórias progressistas nas eleições na Bolívia e na Argentina, e a possibilidade de acontecer também no Uruguai, com vigorosas manifestações populares como as do Chile e do Equador resulta de dois fatores básicos e fundamentais.