terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A ideologia da violência em Paraisópolis

Editorial do site Vermelho:

Não existe explicação para o massacre policial que resultou em nove mortes em Paraisópolis, na cidade de São Paulo, fora da ideologia da violência. Com a extrema direita ganhando espaço no país, a tese da violência para combater a violência se espalhou. É a exacerbação do desrespeito aos direitos civis, legado da ditadura militar que sobreviveu em muitas delegacias e em muitos quarteis.

Quando os neoliberais encontram os fascistas

Por Eleutério F. S. Prado, no site Outras Palavras:

O neoliberalismo é, sim, criador. Do que mesmo, na prática!? De má distribuição da renda, da destruição da proteção social dos mais pobres, da precarização da condição de vida dos trabalhadores – tudo isso é bem conhecido. Ainda que procure se justificar em nome da liberdade, o que ele procura mesmo é elevar a taxa de lucro do capital industrial e manter intocado e em processo de valorização o volumoso capital fictício acumulado nas últimas décadas. Mas a sua mais terrível – tem gente que gosta desse último termo e o emprega positivamente – criação não é bem conhecida. E ela precisa, sim, ser mostrada e bem mostrada.

Cuidado: Paulo Guedes tem razão!

Por Eric Nepomuceno

Cada vez que abre a boca, Paulo Guedes sabe o que diz.

Economista formado, no mais puro sentido da palavra, pela escola de Chicago, ex-funcionário do regime sanguinário de Augusto Pinochet no Chile – dava aulas numa faculdade comandada por um general do governo exterminador –, Guedes é ardoroso defensor das teses neoliberais mais fundamentalistas.

Isso mesmo: as mesmas teses que, aplicadas no Chile desde os tempos de Pinochet, acabaram resultando na explosão social que há mais de um mês sacode as ruas do mesmo país que até agora era visto por ele como uma espécie de modelo a ser seguido.

Bolchevismo e Antissemitismo (1917-1953)

Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

Desde o início da Revolução de 1917 o antissemitismo foi usado contra o bolchevismo. Os “exércitos brancos”, apoiados pelo imperialismo, afirmavam que a Revolução de Outubro era mais uma página da conspiração judaica universal e organizavam pogroms. Lênin declarou: “Apenas as pessoas totalmente ignorantes ou embrutecidas podem acreditar nas mentiras e calúnias disseminadas contra os judeus (...). Os inimigos dos trabalhadores não são os judeus, e sim os capitalistas”. O governo soviético reconheceu-os como nação, com direito a uma língua, uma cultura e território próprios. Criminalizou o racismo e o antissemitismo. Algumas décadas depois o Exército Vermelho, comandado por Stalin, derrotou as hordas nazifascistas, salvando milhões de judeus. A própria criação e sobrevivência do Estado de Israel se deve, em grande parte, aos soviéticos.,

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

A comunicação nas administrações públicas

O debate sobre os desafios da comunicação

Nordeste resiste também na comunicação

A comunicação no Consórcio Nordeste

Por Rafael Duarte, no site Saiba Mais:

O Consórcio Nordeste vai receber em breve uma lista de sugestões para a área de comunicação. A iniciativa partiu do presidente do Centro de Estudos de Mídia Independente Barão de Itararé Altamiro Borges durante o seminário “Desafios da Comunicação nas Administrações Públicas” promovido pela entidade dias 29 e 30 de novembro, em Salvador (BA). O evento teve o apoio do governo da Bahia.

O jornalista e escritor Fernando Morais ficará responsável por reunir as primeiras ideias e encaminhar para os demais profissionais incluírem novas sugestões.

A comunicação na batalha de ideias

Por Mayara Paixão, no jornal Brasil de Fato:

A importância da comunicação para conscientizar a sociedade e disputar ideias foi tema de debate em Salvador (BA) na manhã deste sábado (30). Reunidos na capital baiana, comunicadores defenderam o investimento em veículos contra-hegemônicos como essencial para reorganizar o campo progressista frente o avanço do conservadorismo no Brasil e no mundo.

A mesa “A comunicação como questão estratégica” faz parte do seminário “Os desafios da comunicação nas administrações públicas”, que acontece desde sexta-feira (29). O evento está em sua terceira edição e é organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

A cultura para a emancipação humana

A comunicação como questão estratégica

Lula e a grande encruzilhada da democracia

Por Marcelo Zero

A América Latina assiste hoje a uma grave crise, que combina forte instabilidade política, fragilização das instituições democráticas, falta de legitimidade dos sistemas tradicionais de representação, intensa polarização ideológica e, em certos casos, erosão de garantias típicas do Estado Democrático de Direito.

As extensas e intensas rebeliões populares no Equador e no Chile, que exigem o fim da experiência neoliberal, e o golpe de Estado militarizado na Bolívia são as demonstrações mais recentes e evidentes desse amplo fenômeno.

Marx e ecossocialismo

Por Michael Löwy, no site A terra é redonda:

Ecologistas tradicionais frequentemente rejeitam Marx por considerá-lo “produtivista” e cego para problemas ecológicos. Um corpo crescente de escritos eco-marxistas tem sido desenvolvido recentemente nos Estados Unidos, o que contradiz agudamente esse senso comum. Os pioneiros desta nova linha de pesquisa foram John Bellamy Foster e Paul Burkett, seguidos por Ian Angus, Fred Magdoff e outros; eles contribuíram para transformar a Monthly Review em uma revista eco-marxista. Seu principal argumento é que Marx estava completamente ciente das consequências destrutivas da acumulação capitalista para o meio-ambiente, um processo que ele descreveu por meio do conceito de ruptura metabólica. Alguém pode discordar de algumas das interpretações feitas sobre os escritos de Marx, mas essas pesquisas foram decisivas para um novo entendimento da contribuição dele para a crítica ecológica do capitalismo.

As esquerdas frente ao bolsonarismo

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Será uma tragédia para a democracia e nosso país se as forças progressistas não se derem conta das transformações político-sociais mais recentes, notadamente aquelas que se fizeram conhecidas a partir de 2013, sismo social que demoramos a entender e, por isso mesmo, só nos foi dado assistir (e sofrer) ao cortejo de suas consequências.

É fundamental ter em conta que o mundo mudou, mas nós, nossos partidos, nossas organizações e seus intérpretes, não mudamos, nem como discurso, nem como práxis.

Os crimes que Moro e Globo escondem

Por Jeferson Miola, em seu blog:                             

A Rede Globo não publicou, em absolutamente nenhum de todos os veículos deste império de comunicação que deturpa a opinião de mais de 80% da população brasileira, a denúncia de que o procurador Januário Paludo, colega e inspirador “moral” do Deltan, recebia propina para proteger os crimes e as práticas ilícitas de Dario Messer, o rei dos doleiros [aqui].

Nada foi publicado no saite G1, nem no Jornal Nacional, nem no jornal O Globo e tampouco nas centenas de emissoras e repetidoras de rádio e TV que cobrem todo território nacional.

Democracia é empecilho à agenda de Guedes

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Paulo Guedes foi um professor não muito chegado ao batente. Faltava com frequência às aulas, não corrigia os exercícios e depois cobrava nas provas os exercícios que não havia corrigido. Era um professor tão medíocre que os alunos se mobilizaram para tirá-lo da PUC. E conseguiram.

Esse preguiça em lecionar contrasta com a dedicação do Chicago Boy em implementar uma política econômica ultraliberal para a ditadura sanguinária de Pinochet. Contrasta também com o empenho em multiplicar sua fortuna no day-trade, o cassino do mercado financeiro em que a sorte é decisiva para o investidor. Guedes tinha obsessão por esse jogo e passava muitas horas comprando e vendendo ações. Segundo seus ex-sócios, chegou a perder R$20 milhões nessa cracolândia dos investidores.

Em defesa do papel impresso

Por João Guilherme Vargas Netto

Nas guerras da comunicação o papel impresso anda levando uma goleada das mídias digitais.

De acordo com o site Poder 360, de dezembro de 2014 a outubro de 2019, no Brasil, a evolução da circulação impressa de uma amostra de dez veículos grandes caiu em média 52%, enquanto a evolução em média da circulação digital (assinaturas pagas) de nove destes veículos aumentou 96%, com os espetaculares 322% do Valor Econômico.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Neoliberalismo: capitalismo como terrorismo

Por Marcia Tiburi, no site da revista Cult:

As tentativas de compreender e explicar o capitalismo servem ao processo de superá-lo. Está provado que o capitalismo não é justo para a maior parte das pessoas que habitam o mundo porque o acúmulo do capital nas mãos de poucos seres humanos, alguns indivíduos e suas famílias, em detrimento da imensa maioria da população mundial, uma grande parte em estado de inanição, implica processos de exploração do trabalho humano e de apropriação indébita do patrimônio universal, incluso o imaterial, marcados por processos de injustiças sociais e políticas até o extremo da violência.

O "pacote anticrime" e o Estado de Exceção

Por Orlando Silva, no site da Fundação Maurício Grabois:

O projeto de lei 882/2019, encaminhado ao Congresso Nacional pelo Ministério da Justiça, propõe uma série de alterações substanciais na legislação penal brasileira, afetando 14 diplomas, entre eles o Código Penal (decreto-lei 2848/40), o Código de Processo Penal (decreto-lei 3689/41), a Lei de Execução Penal (Lei 7210/84) e a Lei de Crimes Hediondos (Lei 8072/90). Alega-se que o objetivo da reforma é melhorar as condições de combate à corrupção, ao crime organizado e aos crimes violentos contra a pessoa.

A tragédia do AI-5 contra a democracia

Editorial do site Vermelho:

Em O Dezoito Brumário de Luis Bonaparte, Karl Marx escreveu: "Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.” Seria, segundo ele, um processo “em que a tradição das gerações mortas volta para assombrar a memória dos vivos”.