sábado, 17 de outubro de 2020
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
As redes sociais e o submundo das eleições
Entrevista com Mauro Panzera, diretor da agência Grito Propaganda e ex-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), trata do papel das redes sociais, principalmente no ataque, nas eleições municipais
O clube do livro da Boitempo Editorial
Do site da Boitempo Editorial:
Assine o ARMAS DA CRÍTICA, clube do livro da Boitempo.
www.armasdacritica.com.br
Uma biblioteca para interpretar e transformar o mundo
Para comemorar os 25 anos da editora, temos a alegria de lançar o Armas da crítica, nosso aguardado clube do livro, que já nasce descomplicado: fácil de entrar, sem fidelidade, sem multa.
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Deep-fake, arma radical contra a democracia
Charge: Sagar Vikmani |
Em menos de seis anos, o desenvolvimento da inteligência artificial tornou possível que quase qualquer um pudesse criar imagens falsas indistinguíveis da realidade. Do negócio pornográfico ao golpe no Gabão, a Internet dissemina essa nova ameaça fantasma: a de nunca mais sabermos o que é verdade.
Nas últimas eleições legislativas em Nova Déli, o candidato Manoj Tiwari surpreendeu seus eleitores com um vídeo falando em hindi, outro em inglês e outro em haryanvi. Antes de se tornar a figura principal do Partido Popular Indiano (BJP, na sigla em hindi) na capital do país, Tiwari foi ator, cantor popular e estrela de um reality show, mas ninguém desconfiava que ele falasse inglês (capital muito valorizado nas classes urbanas), e muito menos o dialeto da região de Haryana.
Nas últimas eleições legislativas em Nova Déli, o candidato Manoj Tiwari surpreendeu seus eleitores com um vídeo falando em hindi, outro em inglês e outro em haryanvi. Antes de se tornar a figura principal do Partido Popular Indiano (BJP, na sigla em hindi) na capital do país, Tiwari foi ator, cantor popular e estrela de um reality show, mas ninguém desconfiava que ele falasse inglês (capital muito valorizado nas classes urbanas), e muito menos o dialeto da região de Haryana.
Plataformas digitais e o discurso de ódio
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:
A base social que tem apoiado a ultradireita é um fenômeno global, consequência direta da precarização generalizada promovida pelo capitalismo em seu atual estágio. O discurso de ódio alimenta o crescimento deste fenômeno, que encontra terreno fértil nas plataformas digitais, conforme explica Marcos Dantas, professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ).
Em debate dentro da programação da 23ª Plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, nesta terça-feira (13), o pesquisador avalia que “bancários, comerciários e industriários perderam seus empregos e a classe média também vê portas fecharem. Esta desagregação social encontra seu canal de manifestação na Internet”. “Este processo”, acrescenta Dantas, “passou a ser financiado por quem enxergou isso como uma ferramenta útil para atender seus interesses”.
A base social que tem apoiado a ultradireita é um fenômeno global, consequência direta da precarização generalizada promovida pelo capitalismo em seu atual estágio. O discurso de ódio alimenta o crescimento deste fenômeno, que encontra terreno fértil nas plataformas digitais, conforme explica Marcos Dantas, professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ).
Em debate dentro da programação da 23ª Plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, nesta terça-feira (13), o pesquisador avalia que “bancários, comerciários e industriários perderam seus empregos e a classe média também vê portas fecharem. Esta desagregação social encontra seu canal de manifestação na Internet”. “Este processo”, acrescenta Dantas, “passou a ser financiado por quem enxergou isso como uma ferramenta útil para atender seus interesses”.
O potencial da esquerda na eleição municipal
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:
A um mês das eleições municipais, em 15 de novembro, candidaturas do campo da centro-esquerda em capitais ou cidades importantes do país demonstram fôlego nas pesquisas para chegar à reta final e ir ao segundo turno. Maior cidade brasileira, São Paulo assiste ao avanço de Guilherme Boulos (Psol) e Jilmar Tatto (PT), segundo pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (15). Em relação ao levantamento anterior, de 2 de outubro, Boulos oscilou de 8% para 10%, enquanto o petista foi de 1% para 4%.
Apoiado por setores importantes do próprio PT, como o cientista político André Singer e a filósofa Marilena Chaui, além de personalidades da cultura, como Chico Buarque e Caetano Veloso, o ex-candidato à presidência da República do Psol tem como vice em sua chapa a ex-prefeita Luiza Erundina.
Apoiado por setores importantes do próprio PT, como o cientista político André Singer e a filósofa Marilena Chaui, além de personalidades da cultura, como Chico Buarque e Caetano Veloso, o ex-candidato à presidência da República do Psol tem como vice em sua chapa a ex-prefeita Luiza Erundina.
Subserviência aos EUA custa caro ao Brasil
Editorial do site Vermelho:
As atitudes do governo do presidente Jair Bolsonaro de prolongar a isenção do etanol importado dos Estados Unidos, no momento em que o setor sofre com a queda do consumo, e de apoiar o candidato norte-americano para presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), rompendo uma tradição histórica da instituição desde a sua criação há 61 anos, têm o claro objetivo de tentar ajudar a reeleição de Donald Trump. O entreguismo bolsonarista já havia se manifestado explicitamente na facilitação da venda da Embraer, que não se concretizou pela desistência da Boeing.
Quando teremos o monumento para Ustra?
Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:
Sempre pensei que, das muitas maneiras de dilapidar dinheiro público, dificilmente alguma delas seria mais idiota do que gastar para formar um general como Hamilton Mourão. Até a semana passada. Na entrevista ao programa Zona de Conflito, da Deutsche Welle, o vice do Bolsonaro prestou, enfim, um serviço à nação.
Mourão esclareceu, de forma importante e definitiva, o padrão de decência aceito e cultuado nas Forças Armadas. Aconteceu quando, atordoado pelas perguntas do apresentador Tim Sebastian – um tratamento que jamais recebeu do pet jornalismo nativo – descreveu o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra como “um homem de honra”.
Sempre pensei que, das muitas maneiras de dilapidar dinheiro público, dificilmente alguma delas seria mais idiota do que gastar para formar um general como Hamilton Mourão. Até a semana passada. Na entrevista ao programa Zona de Conflito, da Deutsche Welle, o vice do Bolsonaro prestou, enfim, um serviço à nação.
Mourão esclareceu, de forma importante e definitiva, o padrão de decência aceito e cultuado nas Forças Armadas. Aconteceu quando, atordoado pelas perguntas do apresentador Tim Sebastian – um tratamento que jamais recebeu do pet jornalismo nativo – descreveu o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra como “um homem de honra”.
Pela democracia e a soberania na Bolívia
Por Leonardo Wexell Severo, de El Alto
Acendendo uma fogueira próxima ao palanque, com um pedido de permissão à Pachamama (Mãe Terra), centenas de milhares de manifestantes enfrentaram o poderoso frio de El Alto no final desta quarta-feira para o ato de encerramento da campanha de Luis Arce e David Choquehuanca, candidatos à presidência e à vice da Bolívia pelo Movimento Ao Socialismo - Instrumento Pela Soberania dos Povos (MAS-IPSP).
Em suas intervenções, os líderes se comprometeram a recuperar a democracia, a soberania e a estabilidade econômica no país andino e exortaram a todos os bolivianos a marcharem unidos contra o retrocesso praticado e proposto pelos que querem se manter no poder a qualquer custo.
Em suas intervenções, os líderes se comprometeram a recuperar a democracia, a soberania e a estabilidade econômica no país andino e exortaram a todos os bolivianos a marcharem unidos contra o retrocesso praticado e proposto pelos que querem se manter no poder a qualquer custo.
Mídia não se levanta contra TV do Bolsonaro
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
Fui a primeira presidente da Empresa Brasil de Comunicação - EBC, cumpri um mandato de quatro anos (2007-2011), período em que foram implantadas a empresa e a TV Pública nacional, a TV Brasil.
Ao longo daqueles quatro anos, a mídia comercial vigiou obsessivamente a TV Brasil em busca de sinais de "governismo" ou "chapabranquismo".
O Ministério Público também fiscalizou severamente a EBC, especialmente em momentos eleitorais, para evitar partidarismo na cobertura. Os canais públicos precisam ser mesmo fiscalizados. Não perseguidos.
Fui a primeira presidente da Empresa Brasil de Comunicação - EBC, cumpri um mandato de quatro anos (2007-2011), período em que foram implantadas a empresa e a TV Pública nacional, a TV Brasil.
Ao longo daqueles quatro anos, a mídia comercial vigiou obsessivamente a TV Brasil em busca de sinais de "governismo" ou "chapabranquismo".
O Ministério Público também fiscalizou severamente a EBC, especialmente em momentos eleitorais, para evitar partidarismo na cobertura. Os canais públicos precisam ser mesmo fiscalizados. Não perseguidos.
Brasil só perde com alinhamento total aos EUA
Por Fernando Brito, em seu blog:
O Valor publica hoje o que deveria fazer muita gente repensar a ideia primária de que “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil”, frase estúpida pronunciada por Juraci Magalhães, embaixador brasileiro nos Estados Unidos no início da ditadura militar de 1964.
Estamos comerciando menos com o país de Trump do que fazíamos com o país de Obama, voltando aos níveis de comércio de 2009, quando a economia estava deprimidíssima por conta de crise do subprime.
O Valor publica hoje o que deveria fazer muita gente repensar a ideia primária de que “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil”, frase estúpida pronunciada por Juraci Magalhães, embaixador brasileiro nos Estados Unidos no início da ditadura militar de 1964.
Estamos comerciando menos com o país de Trump do que fazíamos com o país de Obama, voltando aos níveis de comércio de 2009, quando a economia estava deprimidíssima por conta de crise do subprime.
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
O peso da TV e das redes sociais nas eleições
Entrevista com Chico Malfitani, jornalista e publicitário com 35 anos de trabalho com marketing político. Comandou a histórica campanha que elegeu Luiza Erundina prefeita de São Paulo e hoje está na coordenação da campanha de televisão do candidato Guilherme Boulos
O contrato de vassalagem dos militares
Por José Luís Fiori, no site Outras Palavras:
Na verdade, é a insegurança generalizada e crescente
em que se debate, agoniada a humanidade de hoje,
o ópio venenoso que cria e alimenta estas hórridas visões,
capazes, entretanto, de se tornarem
uma realidade monstruosa.
Golbery do Couto e Silva - Conjuntura, Política Nacional, o Poder Executivo & Geopolítica do Brasil
Nunca houve consenso ideológico dentro das Forças Armadas brasileiras, e sempre existiram militares que foram democratas, nacionalistas e comunistas. O mais famoso talvez tenha sido o capitão Luiz Carlos Prestes, que participou do “movimento tenentista” dos anos 20 e da “Revolta dos 18 do Forte” de Copacabana, e depois liderou – ao lado do Major Miguel Costa – a famosa Coluna que marchou pelo Brasil, durante 2 anos e 5 meses, antes de ser derrotada, defendendo a justiça social, a universalização do ensino gratuito e a adoção do voto secreto nas eleições brasileiras. E mesmo depois da Segunda Guerra Mundial, houve muitos que se opuseram aos golpes de Estado de 1954, 55, 61 e 64, e que tiveram participação importante na luta pelo monopólio estatal do petróleo e pela criação da Petrobras. Mais do que isto, sempre houve militares que defenderam a centralidade do Estado no desenvolvimento econômico e a luta contra a desigualdade social do Brasil.
Na verdade, é a insegurança generalizada e crescente
em que se debate, agoniada a humanidade de hoje,
o ópio venenoso que cria e alimenta estas hórridas visões,
capazes, entretanto, de se tornarem
uma realidade monstruosa.
Golbery do Couto e Silva - Conjuntura, Política Nacional, o Poder Executivo & Geopolítica do Brasil
Nunca houve consenso ideológico dentro das Forças Armadas brasileiras, e sempre existiram militares que foram democratas, nacionalistas e comunistas. O mais famoso talvez tenha sido o capitão Luiz Carlos Prestes, que participou do “movimento tenentista” dos anos 20 e da “Revolta dos 18 do Forte” de Copacabana, e depois liderou – ao lado do Major Miguel Costa – a famosa Coluna que marchou pelo Brasil, durante 2 anos e 5 meses, antes de ser derrotada, defendendo a justiça social, a universalização do ensino gratuito e a adoção do voto secreto nas eleições brasileiras. E mesmo depois da Segunda Guerra Mundial, houve muitos que se opuseram aos golpes de Estado de 1954, 55, 61 e 64, e que tiveram participação importante na luta pelo monopólio estatal do petróleo e pela criação da Petrobras. Mais do que isto, sempre houve militares que defenderam a centralidade do Estado no desenvolvimento econômico e a luta contra a desigualdade social do Brasil.
Combater a agenda de Guedes e Damares
Por Esther Solano, na revista CartaCapital:
Muita gente me pergunta se não deveríamos focar na luta pelas pautas materiais para derrotar Bolsonaro.
Se não seria a disputa por trabalho e renda dignos a estratégia para implodir o monstro no poder.
Sempre respondo a mesma coisa.
Talvez seja o caminho para derrotar Bolsonaro, mas me parece que não será o caminho para derrotar o bolsonarismo e as sequelas no médio e longo prazo que ele deixará na sociedade brasileira.
O bolsonarismo constrói-se na convergência, na conjunção das pautas neoliberal e neoconservadora.
Muita gente me pergunta se não deveríamos focar na luta pelas pautas materiais para derrotar Bolsonaro.
Se não seria a disputa por trabalho e renda dignos a estratégia para implodir o monstro no poder.
Sempre respondo a mesma coisa.
Talvez seja o caminho para derrotar Bolsonaro, mas me parece que não será o caminho para derrotar o bolsonarismo e as sequelas no médio e longo prazo que ele deixará na sociedade brasileira.
O bolsonarismo constrói-se na convergência, na conjunção das pautas neoliberal e neoconservadora.
O pavor da taxação das grandes fortunas
Por Jair de Souza
Precisamos nos lembrar que no final do ano passado, ainda bem antes de que a pandemia do coronavírus aparecesse no cenário, a situação econômica do Brasil se mostrava catastrófica. O índice de crescimento do PIB era irrisório, a desvalorização de nossa moeda tinha atingido patamares impensados e o desemprego havia se estendido a milhões e milhões de pessoas.
As tão badaladas reformas milagrosas, pregadas através da rede Globo e de toda a grande mídia corporativa, que garantiriam a retomada do crescimento tão logo o PT fosse afastado do governo serviram, na verdade, para acentuar ainda mais a estagnação de nossa economia.
Precisamos nos lembrar que no final do ano passado, ainda bem antes de que a pandemia do coronavírus aparecesse no cenário, a situação econômica do Brasil se mostrava catastrófica. O índice de crescimento do PIB era irrisório, a desvalorização de nossa moeda tinha atingido patamares impensados e o desemprego havia se estendido a milhões e milhões de pessoas.
As tão badaladas reformas milagrosas, pregadas através da rede Globo e de toda a grande mídia corporativa, que garantiriam a retomada do crescimento tão logo o PT fosse afastado do governo serviram, na verdade, para acentuar ainda mais a estagnação de nossa economia.
Eleições e esquerdas: Esperando Godot
Por Roberto Amaral, em seu blog:
Qualquer que seja o ponto de vista da análise, forçoso é reconhecer: estamos diante do pior dos governos que já assolaram esta república. Pior mesmo que os governos dos generais Hermes da Fonseca e João Baptista Figueiredo (Este, por exemplo, teve como chanceler o embaixador Saraiva Guerreiro, que difere do atual como o homo sapiens difere de seu antecessor, o homem de Neanderthal). A diferença do governo do capitão ante os antecessores é que o desastre, desta feita, não se deve à inépcia de seus condutores, mas, ao contrário, resulta de uma franca e planejada opção: a de pôr por terra o projeto (que vem dos militares e civis de 1930) de desenvolver o país mediante sua industrialização. Isso porque, até para ter forças armadas dignas dessa denominação, precisávamos de desenvolvimento industrial, o que terminou por unir Getúlio Vargas e generais reacionários como Góes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra.
Qualquer que seja o ponto de vista da análise, forçoso é reconhecer: estamos diante do pior dos governos que já assolaram esta república. Pior mesmo que os governos dos generais Hermes da Fonseca e João Baptista Figueiredo (Este, por exemplo, teve como chanceler o embaixador Saraiva Guerreiro, que difere do atual como o homo sapiens difere de seu antecessor, o homem de Neanderthal). A diferença do governo do capitão ante os antecessores é que o desastre, desta feita, não se deve à inépcia de seus condutores, mas, ao contrário, resulta de uma franca e planejada opção: a de pôr por terra o projeto (que vem dos militares e civis de 1930) de desenvolver o país mediante sua industrialização. Isso porque, até para ter forças armadas dignas dessa denominação, precisávamos de desenvolvimento industrial, o que terminou por unir Getúlio Vargas e generais reacionários como Góes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra.
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