Editorial do site Vermelho:
A decisão da Câmara dos Deputados sobre a manutenção da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de prender em flagrante por crime inafiançável o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) tem importância que transcende o caso propriamente dito. Houve um alinhamento dos Poderes Judiciário e Legislativo na defesa do Estado Democrático de Direito, um enérgico pronunciamento contra mais esse arreganho do bolsonarismo. O resultado de 364 votos favoráveis à manutenção da prisão e apenas 130 votos contra foi importante, posto que neste episódio o golpismo bolsonarista ficou isolado, execrado e punido.
domingo, 21 de fevereiro de 2021
Pazuello e o cronograma fictício de vacinação
Por Alexandre Padilha, no jornal Brasil de Fato:
O general do Ministério da Saúde, mal acostumado com os tempos de caserna, quando o general fala qualquer coisa e cabo bate continência, imaginou que poderia divulgar e mandar pro noticiário um cronograma fictício de vacinação no Brasil, que iria passar quieto por todos sem provocar uma profunda reação.
Isso foi motivado pelo documento apresentado, divulgando o cronograma fictício de entrega de vacinas pelo ministério que, até hoje, só contratou duas vacinas para o país, se omitindo ou negando a oferta de 70 milhões de doses de vacinas da Pfizer, a oferta da Johnson com a vacina Jansen, a oferta da Moderna e a oferta da Sputinik V, que desde junho do ano passado procura o governo federal pra construir uma parceria sólida principalmente da vacina aqui no Brasil.
Isso foi motivado pelo documento apresentado, divulgando o cronograma fictício de entrega de vacinas pelo ministério que, até hoje, só contratou duas vacinas para o país, se omitindo ou negando a oferta de 70 milhões de doses de vacinas da Pfizer, a oferta da Johnson com a vacina Jansen, a oferta da Moderna e a oferta da Sputinik V, que desde junho do ano passado procura o governo federal pra construir uma parceria sólida principalmente da vacina aqui no Brasil.
General na Petrobras: muito além do diesel
Por Fernando Brito, em seu blog:
Não é uma mudança no comando da Petrobras, apenas.
A entronização do general Joaquim Luna e Silva na presidência da empresa. com a missão definida de “segurar” os preços dos combustíveis, é um marco cravado numa trajetória, que não é nova, de transformar endividamento em politica econômica.
À demagogia arrogante do “este ano zeramos o déficit e em 2020 já teremos superavit” com que Paulo Guedes estreou no Governo, à situação atual, na qual não temos nem onde cortar míseros R$ 30 bilhões para estender, como necessário, o auxílio emergencial pela pandemia.
A entronização do general Joaquim Luna e Silva na presidência da empresa. com a missão definida de “segurar” os preços dos combustíveis, é um marco cravado numa trajetória, que não é nova, de transformar endividamento em politica econômica.
À demagogia arrogante do “este ano zeramos o déficit e em 2020 já teremos superavit” com que Paulo Guedes estreou no Governo, à situação atual, na qual não temos nem onde cortar míseros R$ 30 bilhões para estender, como necessário, o auxílio emergencial pela pandemia.
Exército como facção partidária antipetista
Por Jeferson Miola, em seu blog:
A confissão do general Villas Bôas sobre o ultimato do Alto-Comando do Exército à Suprema Corte para impedir ilegalmente a liberdade e a candidatura presidencial do Lula em 2018 é acompanhada de revelações que evidenciam a deturpação da atuação do Exército.
A geração de generais no comando nos últimos anos, originária das turmas AMAN 1971 a 1980, se caracteriza pela atividade conspirativa e pela condução do Exército não como instituição permanente de Estado, mas como um órgão faccional, politizado e partidarizado.
O livro-confissão “General Villas Bôas: conversa com o comandante” [Celso Castro/FGV, 2021] evidencia a intoxicação do Exército Brasileiro pelo pensamento reacionário, antipetista e ultraliberal.
Os desdobramentos do caso Daniel Silveira
Por Bepe Damasco, em seu blog:
1) Ficou claro que o caminho de Bolsonaro para implantar um regime autoritário no Brasil não será propriamente um passeio no parque. Mesmo contando potencialmente para uma aventura golpista com o apoio de milicianos, boa parte das polícias militares e civis, além de contingentes das forças armadas e da PF, o que vem sendo visto até agora é o recuo de Bolsonaro sempre que as instituições batem o pé.
2) Entre 25% e 30% da população brasileira aplaudiriam o conteúdo da fala do troglodita preso. Esses seres das trevas conterão a disseminação do ódio e a pregação antidemocrática nas redes sociais, e eventualmente nas ruas, ou dobrarão a aposta, tentando emparedar Bolsonaro por ter atirado o deputado aliado ao mar? A conferir.
1) Ficou claro que o caminho de Bolsonaro para implantar um regime autoritário no Brasil não será propriamente um passeio no parque. Mesmo contando potencialmente para uma aventura golpista com o apoio de milicianos, boa parte das polícias militares e civis, além de contingentes das forças armadas e da PF, o que vem sendo visto até agora é o recuo de Bolsonaro sempre que as instituições batem o pé.
2) Entre 25% e 30% da população brasileira aplaudiriam o conteúdo da fala do troglodita preso. Esses seres das trevas conterão a disseminação do ódio e a pregação antidemocrática nas redes sociais, e eventualmente nas ruas, ou dobrarão a aposta, tentando emparedar Bolsonaro por ter atirado o deputado aliado ao mar? A conferir.
E os ministérios da Fazenda e Planejamento?
Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:
Muitas vezes, algumas mudanças de natureza política e institucional ocorrem para a boa direção, mas se dão por vias tortas. Esta parece ser a realidade do início do segundo biênio do mandato de Jair Bolsonaro. Desde a época da campanha eleitoral de 2018, o capitão prometia mundos e fundos no que se refere à configuração de seu governo. A identificação de um profundo descontentamento da população para com os rumos seguidos pelo país e com a forma como se desenvolvia a política de forma geral, abriu caminho para propostas do tipo panaceia, que iam desde a suposta ruptura com a forma fisiológica de governar junto ao Congresso Nacional até a liberalização geral da posse de armas para a população.
Muitas vezes, algumas mudanças de natureza política e institucional ocorrem para a boa direção, mas se dão por vias tortas. Esta parece ser a realidade do início do segundo biênio do mandato de Jair Bolsonaro. Desde a época da campanha eleitoral de 2018, o capitão prometia mundos e fundos no que se refere à configuração de seu governo. A identificação de um profundo descontentamento da população para com os rumos seguidos pelo país e com a forma como se desenvolvia a política de forma geral, abriu caminho para propostas do tipo panaceia, que iam desde a suposta ruptura com a forma fisiológica de governar junto ao Congresso Nacional até a liberalização geral da posse de armas para a população.
Desgoverno Bolsonaro e a política da caverna
Por Ricardo Antunes, no site A terra é redonda:
“Finalmente, a ralé da sociedade burguesa constituiu a sagrada falange da ordem e o herói Crapulinski se instaura nas Tulherias como o “salvador da sociedade”. (Marx, O 18 Brumário).
1.
Bolsonaro apresentou-se, durante a campanha eleitoral de outubro de 2018, como sendo um “radical” crítico do “sistema”, embora seja sua autêntica criação, onde nasceu e proliferou. O mesmo “sistema”, vale dizer, que foi responsável pelo golpe parlamentar em 2016.
Aproveitando-se de uma conjuntura internacional favorável, bem como de contingências internas que muito lhe beneficiaram no período imediatamente anterior às eleições presidenciais, o inesperado acabou por acontecer. A “contarrrevolução preventiva”, para recordar Florestan Fernandes,[1] que estava em curso desde o golpe que levou Temer ao poder, acabou por abrir o caminho para o trágico desfecho nas eleições em 2018.
Bolsonaro apresentou-se, durante a campanha eleitoral de outubro de 2018, como sendo um “radical” crítico do “sistema”, embora seja sua autêntica criação, onde nasceu e proliferou. O mesmo “sistema”, vale dizer, que foi responsável pelo golpe parlamentar em 2016.
Aproveitando-se de uma conjuntura internacional favorável, bem como de contingências internas que muito lhe beneficiaram no período imediatamente anterior às eleições presidenciais, o inesperado acabou por acontecer. A “contarrrevolução preventiva”, para recordar Florestan Fernandes,[1] que estava em curso desde o golpe que levou Temer ao poder, acabou por abrir o caminho para o trágico desfecho nas eleições em 2018.
sábado, 20 de fevereiro de 2021
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