Por Cristina Serra, em seu blog:
O ministro do TCU Augusto Nardes tomou chá de sumiço, valendo-se de conveniente licença médica depois do vazamento de sua conversa de teor golpista com interlocutor do “time do agro”.
É esse “time” que tem financiado os bloqueios em rodovias que contestam a vitória de Lula. O site “De Olho nos Ruralistas” levantou a ficha de Nardes e de parentes dele, conectados em intrincada rede de empresas.
A esposa do ministro, Adriana Beatriz Freder, é sócia da NPC Mineradora e Incorporadora Ltda. A empresa conseguiu quatro autorizações para pesquisar diamantes no Piauí, duas delas no governo Bolsonaro. No mesmo endereço da NPC, em Brasília, funciona a Progresso Participações, que tem como sócio o próprio Nardes.
domingo, 27 de novembro de 2022
sábado, 26 de novembro de 2022
sexta-feira, 25 de novembro de 2022
Os generais querem virar “Valdemar”?
Charge: Jefferson Portela |
Enquanto os brasileiros torciam e comemoravam, hoje, a estreia vitoriosa do Brasil na Copa do Mundo de futebol, Jair Bolsonaro promovia uma soturna reunião com os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Ao contrário da alegria de jogadores e torcedores, o que dominou o encontro foi o inconformismo dos derrotados, porque é completamente descabido que o ainda presidente da República fosse envolver-se justamente com o setor do governo que menos precisa de atenção e, pior, cuidar de produzir um “comício” pós-eleitoral para que apareça sendo saudado por centenas de aspirantes a oficial da Academia Militar das Agulhas Negras, e com uma penca de generais a lhe prestarem continência.
PL é um instrumento da guerra fascista
La finestra dentata/Marco Papiro |
O PL encampou a trajetória antidemocrática da sua chapa militar à Presidência e se assumiu como uma organização incompatível com a democracia. O PL é, hoje, um instrumento da guerra fascista contra a democracia.
Na realidade, o PL é uma máquina de fachada nominalmente presidida por Valdemar da Costa Neto, mas manietada e controlada de fato pelas cúpulas partidarizadas das Forças Armadas – que, muito provavelmente, “têm o Valdemar na mão” e, por isso, têm mais “eficiência de comando”.
A ação do Partido no TSE para anular votos de 279 mil urnas não buscava garantir um direito legítimo, mas tinha como objetivo central alimentar o clima de hostilidade fascista contra o Tribunal Eleitoral e atiçar os atos terroristas da extrema-direita em frente aos quartéis e em várias rodovias do país.
Assuntos correntes do sindicalismo
Catadoras/José Claúdio. Obra da exposição ‘Primeiro a fome, depois a lua’, curadoria de Clarissa Diniz |
Passar aos assuntos correntes deve significar para os dirigentes e ativistas sindicais recomeçarem a fazer o que sempre fizeram: cuidar dos interesses imediatos dos trabalhadores representados, dos ganhos reais de salários, do 13º terceiro pagamento, das PLRs, enfrentar as demissões e as ações antissindicais, em suma, travar a luta de classe de resistência como sempre.
Por incrível e contraditório que possa parecer este comportamento combativo ajuda a normalizar a atual conjuntura, reagrupa unitariamente as bases sindicais e isola os arreganhos golpistas dos seguidores desiludidos do bolsonarismo, derrotados nas urnas presidenciais.
Qual república queremos?
Charge: Adão |
Passados cinco séculos de processo civilizatório – da exportação do Pau-Brasil ao capitalismo rentista, que, na pobreza do país, faz a festa do sistema financeiro internacionalizado –, passados 200 anos da descolonização (nada obstante a dependência econômico-política que chega aos nossos dias), e após 133 anos, completados este mês, de experiência republicana, sem republicanismo e quase sempre sem povo, somos, na imperecível gravura de Darcy Ribeiro, “um país por ser”: a permanente expectativa de um futuro que teima em não chegar, traída a nação pela sua classe dominante, a mesma de sempre, aquela que nasce com os latifundiários da casa-grande colonial e os armadores de navios negreiros para instalar-se hoje na FIESP e na Faria Lima: uma burguesia sem pioneiros, herdeira da lavoura de exportação sustentada pelo braço escravo de africanos e semiescravo de emigrantes sobre-explorados; uma “elite” alienada e alienígena, presa, econômica e ideologicamente, aos projetos de dominação das metrópoles; uma elite que pode dizer: “o país vai mal, mas meus negócios vão bem”.
Mercado não é Faria Lima, Leblon ou Paulista
Charge: Nani |
Presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), o professor Antonio Corrêa de Lacerda foi abordado por um jornalista a respeito do “furo” do teto de gastos, considerando que a medida era unanimidade entre os economistas. Coube a Lacerda explicar, inicialmente, que o teto nunca foi consenso. “Talvez da parte dos economistas que eles entrevistam”, afirmou, durante debate que tinha como tema central justamente a relação entre mídia e o chamado “mercado”.
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