domingo, 31 de outubro de 2010

Dossiê Serra: colapso no transporte (4)

Por Altamiro Borges

Durante a campanha eleitoral, a mídia demotucana evitou exibir as imagens dos quilométricos congestionamentos na capital paulista. Até parecia que o problema havia sido superado. Mas os paulistas sabem que está drama cotidiano, que inferniza o trabalhador e empaca a economia, não deve acabar tão cedo. Para piorar, alguns especialistas já prevêem o dia em que a capital paulista vai parar completamente, com o colapso total do seu péssimo sistema de transporte.

A culpa deste caos é, única e exclusivamente, das ineficientes gestões do PSDB, que há 16 anos não possuem um planejamento estratégico para o setor. Os governos tucanos pouco investiram em transportes públicos, o que ocasiona congestionamentos recordes, principalmente na capital e nos centros urbanos do interior. A obsessão por obras viárias, própria da doença da civilização dos automóveis, não resolve o problema. Mais rodovias, mais carros, mais congestionamentos.

Malha ferroviária e metroviária

A malha metroviária é uma das menores do mundo. Quando o PSDB assumiu o governo, em 1995, o metrô na capital possuía 43,4 quilômetros de extensão. Hoje, são 62,5 quilômetros. Em quinze anos, o metrô avançou somente 18,9 quilômetros – uma média de 1,26 ao ano. Como conseqüência, os trens transportam quase dez passageiros por metro quadrado, tornando o metrô paulista o mais lotado do planeta. Além disso, o valor da passagem é um dos mais caros do mundo. Ele é dez vezes superior ao do metrô do México e cinco vezes ao de Buenos Aires.

No que se refere às ferrovias, o tucanato quase destruiu este meio de transporte. A partir da política criminosa de privatização do governo FHC, os trens deixaram de transportar passageiros a médias e longas distâncias. No caso da Região Metropolitana, a CPTM opera seis linhas, com 270 quilômetros e 89 estações. Os tucanos não investiram na sua modernização. A maior parte dos 115 trens é antiquada, alguns com 50 anos de vida. O número de passageiros, no horário de pico, chega a 10 por metro quadrado. Sem qualidade, todas as linhas operam com superlotação.

A farra dos pedágios

Já no tocante à malha rodoviária, a imagem vendida pelo tucanato é de um sistema de primeiro mundo. Através da concessão de estradas à iniciativa privada, o estado arrecadou R$ 8,4 bilhões de reais – e há fortes suspeitas de desvios de recursos públicos. Fruto da privatização, o usuário paga hoje os mais altos pedágios do planeta. Em 1997, havia 40 praças de pedágio. Atualmente, são 225, todas sob concessão privada. Só o governo José Serra instalou 82 praças de pedágio.

Essa concessão afeta o bolso dos paulistas e encarece o transporte de mercadorias, prejudicando o desenvolvimento econômico do estado. Na outra ponta, ela gera lucros extraordinários para as empresas privadas – conforme monitora online o “pedagiômetro”, que utiliza os relatórios de arrecadação das concessionárias. O governo tucano não investe em transporte público e garante fortunas para a iniciativa privada. Bem típico do modelo neoliberal de governar do PSDB.

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1 comentários:

JamilSR disse...

O que me estranha muito é que minha zona eleitoral é cercada de favela, e até conhecida como reduto do PT, e nas apurações Serra levou a melhor com bastante folga.
Zona Eleitoral 413
Serra = 59,52%
Dilma = 40,48%
Fico até triste com esse fato, mas ver Dilma eleita pela maioria brasileira me deixa muito feliz.