segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Globo e Veja: derrotados da eleição

Reproduzo dois artigos de Marco Antonio Araujo, publicados no blog O provocador:

Globo: o altar do sacrifício perdeu

As Organizações Globo agiram como um partido de oposição durante as eleições que levaram Dilma Rousseff à presidência da República.

Preferiam continuar aliados ao candidato das elites, como sempre estiveram durante a ditadura militar e os governos Collor, Itamar e FHC. Mas perdeu, playboy.

O jornal O Globo virou um panfleto diário. Sem nenhum pudor, estampou um ódio incontido ao governo Lula e à sua candidata. Mas foi na bancada do Jornal Nacional que se ergueu o altar do sacrifício petista.

O padrão Globo de qualidade é fácil de entender. Consiste em tratar escândalos conforme a coloração partidária e os interesses da firma.

O caso Erenice Guerra mereceu do JN 35 sangrentos minutos de reportagem só na primeira semana de repercussão. Já a denúncia envolvendo o aloprado tucano Paulo Preto teve uma única reportagem, quase nada.

Em sua entrevista de dez minutos ao vivo no JN, Dilma Rousseff ficou infinitos 4 minutos e 40 segundos respondendo sobre aborto. Mais 3 minutos e 25 segundos falando sobre a onipresente Erenice.

Ao final, teve tempo para responder a mais uma perguntinha. José Serra pode discorrer levemente sobre nove questões. Isso, sim, é tratamento diferenciado.

Com a vitória de Dilma, vai ser constrangedor o olhar de William Bonner e Fátima Bernardes. Cúmplices que são, nem vão tocar no assunto de como espremeram e destrataram a presidente eleita.

E tanta gentileza e profissionalismo com o candidato da família Marinho. Em vão.

São pagos pra isso, têm filhos para sustentar. Ok. Podem levar essa derrota pra casa. E convidar Arnaldo Jabor e Merval Pereira para jantar. Haja estômago. Mas amigos são fundamentais na hora da derrota.

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Veja não forma mais opinião

Das 42 capas da revista em 2010, até as vésperas do segundo turno, dezoito continham ataques a Lula, Dilma e o PT. Quase metade da existência da Veja é dedicada a montar palanque contra o governo federal e espalhar pânico e ódio.

Ainda reclamam que não há liberdade de imprensa neste país. Terrorismo jornalístico: é isso que faz a semanal da família Civita.

É uma publicação que poderia ter a honestidade de se assumir como oráculo do que há de mais reacionário e perverso na direita deste país.

Mas tem essa mania feia de se travestir de revista de informação. Só se for distorcida, tendenciosa. Não fazem reportagens; fazem editoriais. Por isso é que não forma mais opinião; causa tédio. E desprezo.

E há os soldados da Editora Abril. Ou capangas, a ver. Os rancorosos Diogo Mainardi, Lauro Jardim, Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes. Escribas a soldo que insinuam termos um presidente alcoólatra, menos interessante que um “vaso sanitário”.

E que chamam distribuição de renda de Esmola-Família. Logo eles, que devem fechar o vidro do carro quando veem um pobre.

Bem feito. Foram derrotados por essa gentinha que não assina Veja.

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9 comentários:

Anônimo disse...

Entre ontem e hoje ouvi pelo menos umas 10 a 12 pessoas dizendo que votaram em Dilma por minha causa. Que eu havia conseguido mudar os votos deles.
Apenas esclareci o como a midia age, como VEJA, GLOBO, FDS, Estadão agem... deturpando, mentindo, ocultando ou mostrando o que querem...

Anônimo disse...

Miro, não entendi: por que deixaste a Folha de S. Paulo de fora?

Anônimo disse...

E o pior é que hoje a Dilma estava toda faceira no jornal nacional, dando entrevista especial aos falsos William Boner e Fátima Bernardes. A globo mandou o jornalista direto a brasilia no jato da emissora. Depois a "esquerda" reclama da midia, levam pau na campanha e depois faz de conta que não aconteceu nada. É por isso que a midia é parcial, pois sabe ela que com uma semana depois cai tudo no esquecimento. Pobre povo brasileiro.

kalango Bakunin disse...

a nasper, antigo pig que apoiava o partheid na áfrica do sul é quem manda na Zóia há anos. os mafiosos civita estão em boa companhia

Oksana disse...

Hoje eu acordei feliz. Coloquei um vestido vermelho, pequeno gesto de homenagem. Saí contente da minha casa - casinha linda, adquirida graças ao programa Minha Casa Minha Vida. Passei o dia com um sorriso no rosto, apesar da carranca dos pessimistas, do ar desenxabido dos infelizes.

Gente que torceu muito para que a crise internacional arrasasse a nossa economia, só para poder ridicularizar a previsão - correta - do Lula, de que aqui chegaria só uma marolinha. Pessoas que alardeiam índices dramáticos lidos em hebdomadários símbolos da canalhice. Veja, não estou citando nomes.

Gente supostamente esclarecida, cheia de títulos acadêmicos, e aparentemente incapaz de usar o Google para checar a veracidade de uma história antes de repassar mais uma lorota por e-mail. O que me faz pensar: encaminham por ignorância ou é por má-fé mesmo?

Quantos de meus amigos, colegas, vizinhos, conhecidos, tantos de meus compatriotas sussurram seus maus-agouros, profetizam tragédias, vaticinam dias funestos, colapsos econômicos, escândalos de corrupção nunca antes vistos (saudades dos tempos da pizzaria FHC, quando ao menos tínhamos um engavetador para organizar a casa), aprovação de leis assustadoras, aumento vertiginoso da criminalidade, da violência contra os humanos direitos dessa nação... E com a mesma intensidade com que predizem, eles torcem, fazem figas. Muitos rezam (são cristãos, afinal de contas) para que nosso país se transforme no inferno na terra. Pois assim eles poderão dizer: eu avisei.

Quem enfrentou os requintes de crueldade dos torturadores nos porões da ditadura terá forças para enfrentar a sanha dos abutres infelizes fazendo cerco? Eu e outros mais de 55 milhões de brasileiros esperamos que sim. Ser feliz ainda é a melhor maneira de desapontar os pessimistas e calar o bico dos corvos.

Abraços!

Cristiana Castro disse...

Miro, vc tem toda a razão mas, o que me preocupa é esse discurso da sagrada liberdade de Imprensa, ou seja, ao que tudo indica tudo ficará assim mesmo. Eu espero que outros estejam dispostos a dar mais oito anos de suas vidas tentando manter um governo eleito, no poder, enquanto a liberdade de Imprensa tenta derrubá-lo. Essa estória de liberdade de Imprensa já tá que nem o tal tabu da virgindade; qdo a gente for contar para as gerações futuras, todo mundo vai rir na nossa cara. Para mim, já deu. Se nada for feito a respeito, nesse governo, e, logo de cara, aquele abraço...

Gilmar Antonio Crestani disse...

E lá estava Dilma no Jornal Nacional... Será a Síndrome de Estocolmo?

Unknown disse...

O blogs tem que representação nesse novo governo, nada mais justo que ele devem ser ouvidos para reforma dos meios de comunicação, não da mais aguentar o PIG destilar o seu veneno.
As mentiras, manipulações e omissão feitas pelo PIG, devem ser combatidas. Temos que ter jornalismo responsavel como Mino carta, Luis Nassif, Rodrigo Vianna, Ines Nassif entre outros.

Flávio Irala disse...

Sobre a Veja, há ainda uma jogada muito sacana em conluio com os supermercados: ela é a única revista ABERTA nas estantes que ficam ao lado dos caixas. Todas as outras estão envoltas em plástico. Com isso, quem enfrenta as filas cada vez maiores, para passar o tempo, vai naturalmente pegar a Veja e distrair-se com seu conteúdo "edificante". Argh!!!