Reproduzo artigo de Lino Bocchini, publicado no blog Desculpe a nossa falha:
Ano passado, por duas vezes a Folha abriu espaço em seu jornal para longos artigos do vereador paulistano Carlos Apolinário defender que a lei da homofobia é um absurdo e um atentado à liberdade de expressão porque ele (e outros) não poderiam mais dizer que os gays são deontes, anti-naturais etc. Aliás, teve até editorial nessa linha. Hoje, o jornal que cunhou o já célebre termo “ditabranda” – para referir-se à ditadura brasileira–, abre um enorme espaço na página 3 para o deputado carioca Jair Bolsonaro defender a ditadura militar e atacar os movimentos de esquerda que lutaram contra ela.
Agora vem cá: Fazer piada com a Folha não pode, rende censura, processo e pedido de multa em dinheiro. Agora, detonar os gays e defender a ditadura militar, tudo bem, está dentro do “exercício da liberdade de expressão”, pelo menos de acordo com a avaliação do jornal. Sugiro que os neonazistas brasileiros peçam hoje mesmo um espaço na Folha para argumentar que os judeus tem mais é que ser todos mortos, que a TFP ganhe espaço para defender a chacina dos sem-terra e que a KKK defenda nas páginas do jornal dos Frias que é urgente sua entrada no Brasil para matar essa negrada toda. Afinal, liberdade de expressão é isso, não é Folha? Faça-me o favor!
Agora vem cá 2: A ombudsman da Folha, Susana Singer, nos acusa de “insultar jornalistas“. Com que moral ela fala isso??? Fico pensando na Dilma, nos meus pais, nos milhares de outros militantes de esquerda mortos e torturados pela ditadura mMilitar tendo que ler esse paspalho do Bolsonaro na Folha. Susana, isso sim é insulto! E não por a cabeça da Eliane Tucanhêde Cantanhêde no corpo de outra mulher. Pára o mundo que eu quero descer!
Caso você queira ler a barbariadade inteira, por enquanto achei só esse link, pra um site de milico (no site da Folha o conteúdo é fechado). Mas abaixo, reproduzo o “best of” do capitão de reserva do exército:
“Foram 20 anos de ordem e de progresso. Os guerrilheiros do Araguaia foram vencidos, evitando-se que hoje, a exemplo da Colômbia, tivéssemos organizações como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) atuando no coração do Brasil”.
“O regime, dito de força, negociou e foi além das expectativas dos derrotados ao propor anistia até mesmo para crimes de terrorismo praticados pela esquerda. Agora, no poder, eles querem escrever a história sob sua ótica, de olhos vendados para a verdade”.
“É notório que a esquerda quer passar para a história como a grande vítima que lutou pelo Estado democrático atual, invertendo completamente o papel dos militares, que, em 1964, por exigência da imprensa, da Igreja Católica, de empresários, de agricultores e de mulheres nas ruas intervieram para que nosso país não se transformasse, à época, em mais um satélite da União Soviética”.
Por favor, releiam a frase acima com atenção.
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