Por Cíntia Alves, no Jornal GGN:
Na quarta-feira (16), Dilma Rousseff (PT) recebeu líderes de Estados que compõem o BRICS para oficializar a criação de um banco paralelo e mandar uma mensagem de insatisfação ao FMI. No mesmo dia, Aécio Neves (PSDB), principal adversário eleitoral da presidente, foi ovacionado no Teatro Folha, em São Paulo, ao afirmar que, caso eleito, manterá o Mais Médicos, mas sem "submissão" a Cuba. “Não temos de concordar com o governo cubano. Ele tem de concordar conosco. Olha o tamanho do Brasil!”, disparou o candidato.
Uma breve análise dos programas de governo que ambos os postulantes à Presidência apresentaram ao Tribunal Superior Eleitoral é suficiente para concluir que a política externa brasileira pode continuar seguindo a lógica dos acertos preferenciais com países emergentes ou mudar de rumo e priorizar associações a potencias econômicas lideradas pelos Estados Unidos. Dependerá do resultado das urnas.
A partir da página 56, o programa de governo de Aécio Neves, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, versa sobre o assunto reforçando as diretrizes já conhecidas do PSDB. A ideia principal é “reavaliar as prioridades” para o desenvolvimento do Brasil (classificado pelo lado tucano, aliás, como um país “isolado” nas "negociações comerciais interessantes").
Na proposta de Aécio, o Itamaraty ganhará mais poder de decisão na formulação da nossa política externa. “Ao mesmo tempo, serão garantidos o contínuo aprimoramento de seus quadros e a modernização da sua gestão”, promete o candidato.
A Ásia, na visão do bloco tucano, terá mais atenção do governo brasileiro, “em função de seu peso crescente”, além, de claro, os Estados Unidos e outros países desenvolvidos, “pelo acesso à inovação e tecnologia”.
O grupo de Aécio propõe o “reexame das políticas seguidas [durante os últimos anos de administração petista no plano federal] no tocante à integração regional para, com a liderança do Brasil, reestabelecer a primazia da liberalização comercial”.
O texto ainda classifica o Mercosul como um grupo “paralisado e sem estratégia”, e afirma que é preciso “recuperar seus objetivos iniciais e flexibilizar suas regras a fim de poder avançar nas negociações com terceiros países”.
Já o programa de governo da presidente Dilma deixa claro que o princípio é priorizar os vizinhos no fomento do comércio e na integração produtiva. “A prioridade à América do Sul, América Latina e Caribe se traduzirá no empenho em fortalecer o Mercosul, a Unasul e a Comunidade dos Países da América Latina e Caribe, sem discriminação de ordem ideológica", sustenta.
Na visão da ala petista, “a importância dada aos países do sul do mundo, que tem expressão concreta nos BRICS, não significa desconsiderar os países desenvolvidos. Ao contrário: é de grande relevância o relacionamento com os Estados Unidos, por sua importância econômica, política científica e tecnológica". O mesmo vale para a União Europeia e o Japão.
Porém, Dilma promete intensificar as relações com a África, asiáticos e com a China, além de afastar o fantasma do Estado que se sobrepõe ideologicamente a outras nações. “Nossa presença no mundo será marcada pela defesa da democracia, pelo princípio de não-intervenção e respeito à soberania", diz o programa.
Por fim, a candidata à reeleição reafirma que a “visão multilateral do mundo nos conduz e conduzirá a lutar pela reforma dos principais organismos internacionais, como a ONU, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, entre outros, cuja governança hoje não reflete a atual correlação de forças global.”
O programa de governo do presidenciável Eduardo Campos (PSB), terceiro colocado na disputa, não apresenta um campo específico sobre política externa.
Na quarta-feira (16), Dilma Rousseff (PT) recebeu líderes de Estados que compõem o BRICS para oficializar a criação de um banco paralelo e mandar uma mensagem de insatisfação ao FMI. No mesmo dia, Aécio Neves (PSDB), principal adversário eleitoral da presidente, foi ovacionado no Teatro Folha, em São Paulo, ao afirmar que, caso eleito, manterá o Mais Médicos, mas sem "submissão" a Cuba. “Não temos de concordar com o governo cubano. Ele tem de concordar conosco. Olha o tamanho do Brasil!”, disparou o candidato.
Uma breve análise dos programas de governo que ambos os postulantes à Presidência apresentaram ao Tribunal Superior Eleitoral é suficiente para concluir que a política externa brasileira pode continuar seguindo a lógica dos acertos preferenciais com países emergentes ou mudar de rumo e priorizar associações a potencias econômicas lideradas pelos Estados Unidos. Dependerá do resultado das urnas.
A partir da página 56, o programa de governo de Aécio Neves, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, versa sobre o assunto reforçando as diretrizes já conhecidas do PSDB. A ideia principal é “reavaliar as prioridades” para o desenvolvimento do Brasil (classificado pelo lado tucano, aliás, como um país “isolado” nas "negociações comerciais interessantes").
Na proposta de Aécio, o Itamaraty ganhará mais poder de decisão na formulação da nossa política externa. “Ao mesmo tempo, serão garantidos o contínuo aprimoramento de seus quadros e a modernização da sua gestão”, promete o candidato.
A Ásia, na visão do bloco tucano, terá mais atenção do governo brasileiro, “em função de seu peso crescente”, além, de claro, os Estados Unidos e outros países desenvolvidos, “pelo acesso à inovação e tecnologia”.
O grupo de Aécio propõe o “reexame das políticas seguidas [durante os últimos anos de administração petista no plano federal] no tocante à integração regional para, com a liderança do Brasil, reestabelecer a primazia da liberalização comercial”.
O texto ainda classifica o Mercosul como um grupo “paralisado e sem estratégia”, e afirma que é preciso “recuperar seus objetivos iniciais e flexibilizar suas regras a fim de poder avançar nas negociações com terceiros países”.
Já o programa de governo da presidente Dilma deixa claro que o princípio é priorizar os vizinhos no fomento do comércio e na integração produtiva. “A prioridade à América do Sul, América Latina e Caribe se traduzirá no empenho em fortalecer o Mercosul, a Unasul e a Comunidade dos Países da América Latina e Caribe, sem discriminação de ordem ideológica", sustenta.
Na visão da ala petista, “a importância dada aos países do sul do mundo, que tem expressão concreta nos BRICS, não significa desconsiderar os países desenvolvidos. Ao contrário: é de grande relevância o relacionamento com os Estados Unidos, por sua importância econômica, política científica e tecnológica". O mesmo vale para a União Europeia e o Japão.
Porém, Dilma promete intensificar as relações com a África, asiáticos e com a China, além de afastar o fantasma do Estado que se sobrepõe ideologicamente a outras nações. “Nossa presença no mundo será marcada pela defesa da democracia, pelo princípio de não-intervenção e respeito à soberania", diz o programa.
Por fim, a candidata à reeleição reafirma que a “visão multilateral do mundo nos conduz e conduzirá a lutar pela reforma dos principais organismos internacionais, como a ONU, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, entre outros, cuja governança hoje não reflete a atual correlação de forças global.”
O programa de governo do presidenciável Eduardo Campos (PSB), terceiro colocado na disputa, não apresenta um campo específico sobre política externa.
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