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A imprensa abre a semana estimulando especulações sobre uma reviravolta nas perspectivas eleitorais com o ingresso da ex-ministra Marina Silva, do PSB, como candidata a presidente. Como não podem publicar o balanço do acompanhamento feito pelos comitês de campanha, porque a legislação pune com pesadas multas quem divulga números sem registrar a pesquisa na Justiça Eleitoral, analistas e repórteres saem a campo buscando informações que confirmem cada aposta. O resultado pode ser visto no modo como as principais revistas semanais de informação se referem ao novo quadro.
Basicamente, o saldo dos acontecimentos da semana produz mais perguntas que respostas e demonstra o propósito da imprensa de domesticar o fenômeno eleitoral nascido nos seringais do Acre. Sintetizando as incertezas que acompanham a candidata, a revista IstoÉ questiona: “Quem decifra Marina? – Oficializada como candidata pelo PSB, Marina Silva entra no jogo eleitoral e demonstra fôlego para chegar à Presidência da República, mas hoje é uma esfinge política” diz a publicação.
Carta Capital, em editorial intitulado “Aécio que se cuide”, opina que “Marina Silva, por ora, ameaça em primeiro lugar a candidatura tucana”. Solitária publicação no campo político que não vive em guerra declarada com o governo do Partido dos Trabalhadores, a publicação comandada por Mino Carta aposta que o ingresso da ex-ministra na cabeça de chapa carrega um potencial mais perigoso para o candidato do PSDB do que para a presidente que tenta a reeleição. A revista explora contradições entre o projeto “sonhático” de Marina e o apoio que ela recebe de personagens carimbados na política do PSDB, como os economistas André Lara Resende e Eduardo Giannetti da Fonseca.
A revista Época segue na linha da dúvida: “Até onde ela pode ir? – Em 2010, Marina Silva era uma candidata de protesto. Agora, tem chance de ganhar a eleição. Precisa, no entanto, mostrar ao eleitor que tem propostas sólidas e sabe fazer política”, diz a revista do grupo Globo.
Veja questiona: “Quão sustentável é Marina Silva?”, mas nunca se sabe quando Veja é uma revista de informações ou um panfleto de campanha.
Portanto, fiquemos no campo do jornalismo.
A esfinge do Acre
Desde sábado (23/8), quando o assunto foi levantado pelo Estado de S.Paulo, os jornais vasculham detalhes da morte de Eduardo Campos e levantam a suspeita de que o avião Cessna Citation que ele usava na campanha fora comprado por um sócio seu, com dinheiro de caixa 2 de campanha eleitoral. Por esse caminho, pode-se desmontar o discurso central da campanha do PSB, calcado na proposta de “uma nova política” distante dos esquemas de financiamento que podem comprometer a independência dos governantes.
Se as investigações da Polícia Federal confirmarem que Eduardo Campos tinha alguma participação na compra do jato, seu legado pode se transformar em um fantasma a assombrar a candidatura de Marina Silva. Essa possibilidade fica estocada nos arquivos da imprensa, para ser usada caso a candidatura da ex-ministra desidrate perigosamente as chances do ex-governador Aécio Neves, de longe o predileto das grandes empresas de comunicação.
Como alternativa, para a eventualidade de não ser possível conter a maré de apoio a Marina Silva, que se desenha nos levantamentos em mãos dos coordenadores de campanhas, a imprensa trata de constranger a candidata a assumir compromissos com um programa de governo mais palatável.
Não é por sua aura de filósofo que o economista Eduardo Giannetti da Fonseca tem conquistado grandes espaços nos jornais nos últimos dias: já foram duas páginas inteiras de amigáveis entrevistas em apenas 48 horas, nas quais ele procura amenizar os temores do mercado financeiro quanto às verdadeiras intenções de Marina Silva. O problema é que, ao apresentar Marina como uma personagem confiável ao grande capital, a imprensa espanta seus potenciais eleitores, em especial aqueles jovens que sentem a necessidade de mudanças na política mas não sabem o lugar certo de colocar seus desejos.
A imprensa, sim, sabe identificar com precisão onde estão seus interesses e com quem pode contar para atendê-los. Por enquanto, tenta decifrar a “esfinge do Acre”. Se ela não atender a seus interesses, a imprensa é que vai devorá-la.
Basicamente, o saldo dos acontecimentos da semana produz mais perguntas que respostas e demonstra o propósito da imprensa de domesticar o fenômeno eleitoral nascido nos seringais do Acre. Sintetizando as incertezas que acompanham a candidata, a revista IstoÉ questiona: “Quem decifra Marina? – Oficializada como candidata pelo PSB, Marina Silva entra no jogo eleitoral e demonstra fôlego para chegar à Presidência da República, mas hoje é uma esfinge política” diz a publicação.
Carta Capital, em editorial intitulado “Aécio que se cuide”, opina que “Marina Silva, por ora, ameaça em primeiro lugar a candidatura tucana”. Solitária publicação no campo político que não vive em guerra declarada com o governo do Partido dos Trabalhadores, a publicação comandada por Mino Carta aposta que o ingresso da ex-ministra na cabeça de chapa carrega um potencial mais perigoso para o candidato do PSDB do que para a presidente que tenta a reeleição. A revista explora contradições entre o projeto “sonhático” de Marina e o apoio que ela recebe de personagens carimbados na política do PSDB, como os economistas André Lara Resende e Eduardo Giannetti da Fonseca.
A revista Época segue na linha da dúvida: “Até onde ela pode ir? – Em 2010, Marina Silva era uma candidata de protesto. Agora, tem chance de ganhar a eleição. Precisa, no entanto, mostrar ao eleitor que tem propostas sólidas e sabe fazer política”, diz a revista do grupo Globo.
Veja questiona: “Quão sustentável é Marina Silva?”, mas nunca se sabe quando Veja é uma revista de informações ou um panfleto de campanha.
Portanto, fiquemos no campo do jornalismo.
A esfinge do Acre
Desde sábado (23/8), quando o assunto foi levantado pelo Estado de S.Paulo, os jornais vasculham detalhes da morte de Eduardo Campos e levantam a suspeita de que o avião Cessna Citation que ele usava na campanha fora comprado por um sócio seu, com dinheiro de caixa 2 de campanha eleitoral. Por esse caminho, pode-se desmontar o discurso central da campanha do PSB, calcado na proposta de “uma nova política” distante dos esquemas de financiamento que podem comprometer a independência dos governantes.
Se as investigações da Polícia Federal confirmarem que Eduardo Campos tinha alguma participação na compra do jato, seu legado pode se transformar em um fantasma a assombrar a candidatura de Marina Silva. Essa possibilidade fica estocada nos arquivos da imprensa, para ser usada caso a candidatura da ex-ministra desidrate perigosamente as chances do ex-governador Aécio Neves, de longe o predileto das grandes empresas de comunicação.
Como alternativa, para a eventualidade de não ser possível conter a maré de apoio a Marina Silva, que se desenha nos levantamentos em mãos dos coordenadores de campanhas, a imprensa trata de constranger a candidata a assumir compromissos com um programa de governo mais palatável.
Não é por sua aura de filósofo que o economista Eduardo Giannetti da Fonseca tem conquistado grandes espaços nos jornais nos últimos dias: já foram duas páginas inteiras de amigáveis entrevistas em apenas 48 horas, nas quais ele procura amenizar os temores do mercado financeiro quanto às verdadeiras intenções de Marina Silva. O problema é que, ao apresentar Marina como uma personagem confiável ao grande capital, a imprensa espanta seus potenciais eleitores, em especial aqueles jovens que sentem a necessidade de mudanças na política mas não sabem o lugar certo de colocar seus desejos.
A imprensa, sim, sabe identificar com precisão onde estão seus interesses e com quem pode contar para atendê-los. Por enquanto, tenta decifrar a “esfinge do Acre”. Se ela não atender a seus interesses, a imprensa é que vai devorá-la.
1 comentários:
Infelizmente o PIG , vai continuar caluniando , fico apreensivo com nosso governo, que vai muito bem, porém morre de medo do PIG !
Então não reclamem !
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