Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
A edição do Jornal Nacional da última sexta-feira (23) começou tratando da crise hídrica em SP. Como sempre, tratou-se de uma reportagem absolutamente despolitizada que tentou dividir entre governo federal e governo paulista a responsabilidade pela calamitosa situação do abastecimento de água no Estado mais rico do país.
Em seguida, outra reportagem tenta equiparar a situação paulista com a de Minas Gerais, que, apesar de estar sofrendo com falta de água em algumas cidades, não tem um desastre urbano em sua metrópole, Belo Horizonte, como tem a capital paulista, onde milhões ficam sem água quase todo dia.
A terceira reportagem sobre a seca no país tenta colocar também o Rio de Janeiro no mesmo barco paulista falando sobre redução no nível do maior reservatório fluminense. A reportagem sobre a seca no Rio, tal qual a da seca em SP, não explica ao expectador que não há termo de comparação com SP.
Mas é na quarta reportagem que a Globo vai mais longe. A matéria versa sobre notícia do jornal Valor econômico que diz que se o governo federal tivesse construído usinas previstas em 2006 não estaria havendo um problema de geração de energia elétrica que só se constata na mídia, já que o que vem sofrendo racionamento não é a energia, é a água.
A matéria do JN recorre a um dos famigerados “especialistas” da Globo para dizer “onde foi que o governo Dilma errou” e qual sua responsabilidade por uma situação energética que, ao menos até aqui, não causou nenhum transtorno à população, já que blecautes episódicos de poucos minutos ou horas acontecem em qualquer lugar do mundo por acidentes em linhas de transmissão.
Entram os comerciais. Eis que em um dos spots comemorativos aos 50 anos da Globo – fundada em 1965 com ajuda da ditadura militar para que esta tivesse uma grande tevê para ludibriar os brasileiros – mostra um William Bonner, com ares de satisfação, prometendo “imparcialidade” aos telespectadores.
Faltou a propaganda dizer quando a Globo começará a fornecer essa “imparcialidade” aos telespectadores.
Senão, vejamos: a mesma edição do JN que versou sobre suposta “responsabilidade” do governo federal em uma crise energética que, até aqui, simplesmente não existe, para ser imparcial não deveria versar, também, sobre as responsabilidades do governo Alckmin sobre o racionamento que já está sendo aplicado em São Paulo sem aviso oficial?
Como se sabe, em 2004 o governo paulista comprometeu-se com a Agência Nacional de Águas a construir um novo aquífero, já que os então existentes – incluso o Cantareira – já eram considerados insuficientes pelos técnicos. Por que o “imparcial” JN não deu essa informação ao seu público?
A resposta é simples: a tão alardeada “imparcialidade” da Globo – alardeada pela própria Globo, é claro – é idêntica ao volume de água do Cantareira: a cada dia fica menor. Para fazer um trocadilho infame, poder-se-ia dizer que a emissora já está usando o “volume morto” de sua imaginária “imparcialidade”.
Em seguida, outra reportagem tenta equiparar a situação paulista com a de Minas Gerais, que, apesar de estar sofrendo com falta de água em algumas cidades, não tem um desastre urbano em sua metrópole, Belo Horizonte, como tem a capital paulista, onde milhões ficam sem água quase todo dia.
A terceira reportagem sobre a seca no país tenta colocar também o Rio de Janeiro no mesmo barco paulista falando sobre redução no nível do maior reservatório fluminense. A reportagem sobre a seca no Rio, tal qual a da seca em SP, não explica ao expectador que não há termo de comparação com SP.
Mas é na quarta reportagem que a Globo vai mais longe. A matéria versa sobre notícia do jornal Valor econômico que diz que se o governo federal tivesse construído usinas previstas em 2006 não estaria havendo um problema de geração de energia elétrica que só se constata na mídia, já que o que vem sofrendo racionamento não é a energia, é a água.
A matéria do JN recorre a um dos famigerados “especialistas” da Globo para dizer “onde foi que o governo Dilma errou” e qual sua responsabilidade por uma situação energética que, ao menos até aqui, não causou nenhum transtorno à população, já que blecautes episódicos de poucos minutos ou horas acontecem em qualquer lugar do mundo por acidentes em linhas de transmissão.
Entram os comerciais. Eis que em um dos spots comemorativos aos 50 anos da Globo – fundada em 1965 com ajuda da ditadura militar para que esta tivesse uma grande tevê para ludibriar os brasileiros – mostra um William Bonner, com ares de satisfação, prometendo “imparcialidade” aos telespectadores.
Faltou a propaganda dizer quando a Globo começará a fornecer essa “imparcialidade” aos telespectadores.
Senão, vejamos: a mesma edição do JN que versou sobre suposta “responsabilidade” do governo federal em uma crise energética que, até aqui, simplesmente não existe, para ser imparcial não deveria versar, também, sobre as responsabilidades do governo Alckmin sobre o racionamento que já está sendo aplicado em São Paulo sem aviso oficial?
Como se sabe, em 2004 o governo paulista comprometeu-se com a Agência Nacional de Águas a construir um novo aquífero, já que os então existentes – incluso o Cantareira – já eram considerados insuficientes pelos técnicos. Por que o “imparcial” JN não deu essa informação ao seu público?
A resposta é simples: a tão alardeada “imparcialidade” da Globo – alardeada pela própria Globo, é claro – é idêntica ao volume de água do Cantareira: a cada dia fica menor. Para fazer um trocadilho infame, poder-se-ia dizer que a emissora já está usando o “volume morto” de sua imaginária “imparcialidade”.
1 comentários:
Nem as mais fieis noveleiras donas de casa acreditam mais na imparcialidade da TV GLOBO. Tanto assim é que, uma amiga fanática assistente de novelas, amigas de nossa família indagada como conseguia "sobreviver" com os
"constantes" apagões, perguntou entre surpresa e apreensiva: "que apagões"? Por vocês vejam a quanto anda credibilidade da GLOBO
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