Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Depois de passar o primeiro mandato colecionando antipatias e mau humor entre governantes da União Européia em função das críticas públicas aos programas de austeridade adotados pelo Velho Mundo depois da crise de 2008/2009, Dilma Rousseff está perdendo o prazo para fazer um brinde de simpatia pela vitória do Syriza e de seu líder, Alexis Tripas, na Grécia.
Uma manifestação de solidariedade e simpatia por uma vitória importante num Continente em regressão social, ameaçado pelo fascismo, faria bem a Grécia e ao governo brasileiro.
Dilma fez críticas corretas aos absurdos programas de austeridade em vigor na Europa desde o primeiro ano de seu mandato. Em 2012 ela disse, durante a Cúpula Ibero-Americana, que o Brasil defende que “a consolidação fiscal exagerada não é melhor resposta a crise mundial e pode agravá-la, levando a recessão.” Dois anos depois, afirmou que a “austeridade duríssima” fez com que a Europa não tivesse dado “um único passo a frente” em sua recuperação.
Essa postura de Dilma lhe valeu críticas na Europa e, especialmente, no Brasil. Num comportamento que era expressão de um provincianismo insuperável, a oposição insinuava que a presidente do Brasil estava “se intrometendo aonde não fora chamada” ao questionar a política econômica da região que abriga o maior PIB do planeta. Falta de cultura globalizada, na verdade. Hoje está claro a austeridade européia contaminou a economia global, criando uma fragilidade crônica que se espalhou pelo planeta inteiro e ajudou a criar dificuldades para o Brasil, também. Enquanto os homens de mercado celebravam o corte nos investimentos e a alta no desemprego como um sacrifício necessário, Dilma mostrava para onde ela conduzia.
Esse comportamento fez do Brasil, um país com um PIB dez vezes maior que o da Grécia, uma referência nas discussões dos adversários da austeridade na Europa, como ficou claro logo depois da contagem dos votos. Economistas dos dois países conversam.
O fato de, no início deste segundo mandato, seu governo ter tomado medidas de austeridade, não deve ser um impedimento a essa manifestação. Pelo contrário. A solidariedade com o esforço da população grega para derrotar a recessão e o desemprego ajudaria a lembrar que o ajuste econômico que o país atravessa envolve um período passageiro, mas não compromete as prioridades do governo desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, que é a criação de empregos e a defesa do salário.
Depois de passar o primeiro mandato colecionando antipatias e mau humor entre governantes da União Européia em função das críticas públicas aos programas de austeridade adotados pelo Velho Mundo depois da crise de 2008/2009, Dilma Rousseff está perdendo o prazo para fazer um brinde de simpatia pela vitória do Syriza e de seu líder, Alexis Tripas, na Grécia.
Uma manifestação de solidariedade e simpatia por uma vitória importante num Continente em regressão social, ameaçado pelo fascismo, faria bem a Grécia e ao governo brasileiro.
Dilma fez críticas corretas aos absurdos programas de austeridade em vigor na Europa desde o primeiro ano de seu mandato. Em 2012 ela disse, durante a Cúpula Ibero-Americana, que o Brasil defende que “a consolidação fiscal exagerada não é melhor resposta a crise mundial e pode agravá-la, levando a recessão.” Dois anos depois, afirmou que a “austeridade duríssima” fez com que a Europa não tivesse dado “um único passo a frente” em sua recuperação.
Essa postura de Dilma lhe valeu críticas na Europa e, especialmente, no Brasil. Num comportamento que era expressão de um provincianismo insuperável, a oposição insinuava que a presidente do Brasil estava “se intrometendo aonde não fora chamada” ao questionar a política econômica da região que abriga o maior PIB do planeta. Falta de cultura globalizada, na verdade. Hoje está claro a austeridade européia contaminou a economia global, criando uma fragilidade crônica que se espalhou pelo planeta inteiro e ajudou a criar dificuldades para o Brasil, também. Enquanto os homens de mercado celebravam o corte nos investimentos e a alta no desemprego como um sacrifício necessário, Dilma mostrava para onde ela conduzia.
Esse comportamento fez do Brasil, um país com um PIB dez vezes maior que o da Grécia, uma referência nas discussões dos adversários da austeridade na Europa, como ficou claro logo depois da contagem dos votos. Economistas dos dois países conversam.
O fato de, no início deste segundo mandato, seu governo ter tomado medidas de austeridade, não deve ser um impedimento a essa manifestação. Pelo contrário. A solidariedade com o esforço da população grega para derrotar a recessão e o desemprego ajudaria a lembrar que o ajuste econômico que o país atravessa envolve um período passageiro, mas não compromete as prioridades do governo desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, que é a criação de empregos e a defesa do salário.
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