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Esta última semana de funcionamento do Congresso antes do recesso indicará a temperatura atual da base parlamentar do governo em relação à crise política. As indicações são de maior coesão, depois de um aparente refluxo nas articulações golpistas e de um também aparente reposicionamento do PMDB – mais propenso a defender Dilma e Temer das manobras pelo afastamento de Dilma ou de ambos.
O Senado deve deixar para agosto a votação do projeto que reduz a desoneração das empresas, e isso é ruim para o governo: a medida pode só vigorar em 2016. Renan teve hoje uma conversa com o ministro Joaquim Levy onde avisou que dificilmente a matéria será votada antes do recesso. Por outro lado, elimina-se o risco de uma derrota agora.
Câmara e Senado, em sessão conjunta, precisam aprovar até o final da semana a Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano que vem, depois de concluída a votação do parecer final pela Comissão de Orçamento. Bola com o PMDB: a presidente da comissão é a peemedebista Rose de Freitas, mas não há sinais de que o Congresso queira adiar o recesso discutindo a lei que regerá o orçamento de 2016.
Ainda em sessão conjunta serão apreciados 12 vetos de Dilma mas não figura nesta lista o que trata do fator previdenciário. As matérias não são de importância crucial e a tendência é pela manutenção dos veto.
No mais, a Câmara se dedicará à matéria que mais inspira seu presidente, Eduardo Cunha, as reformas política e eleitoral.
Como se vê, não há, para Dilma, risco de grandes derrotas esta semana. Depois vem o recesso e o governo deve aproveitá-lo para apresentar medidas para mitigar os efeitos da crise econômica, a exemplo da decisão hoje, de elevar de 30% para 35% o limite de comprometimento dos salários com empréstimos consignados. E, principalmente, para se preparar politicamente para a batalha da aprovação das contas de 2014, mesmo que o TCU venha a aprovar o parecer pela rejeição.
Um recesso precioso, que o governo deverá aproveitar para tomar fôlego, porque agosto promete: no mês aziago da politica brasileira o TCU votará o parecer sobre as contas e a oposição tentará turbinar as manifestações contra o governo marcadas para o dia 17. Se o governo tiver conseguido baixar a temperatura política com o refresco do recesso, terão menor chance de êxito. Para qualquer manobra para apear Dilma, a oposição continua avaliando que ainda falta o fator “povo na rua”. Mas povo mesmo, e não os grupos de direita que comandaram os últimos protestos.
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