Por Altamiro Borges
"Como tudo isso vai impactar no modelo de negócios da televisão tradicional em um futuro distante é difícil saber – 'é como um cartógrafo medieval escrevendo ‘aqui existiram dragões’ em uma parte desconhecida em um mapa medieval', conta Robert Miner, CEO da Miner & Co. – mas a curto prazo o impacto já é visível nas avaliações da Nielsen. No acumulado do ano, todos os canais infantis sustentados por publicidade, com exceção de Cartoon Network da Turner, estão apresentando declínio em suas avaliações. Até agora, a Nickelodeon está enfrentando o cenário mais duro dentre a turbulência das estatísticas, caindo mais de 30% entre as crianças da faixa etária de 2 até 11 anos".
Pesquisa recente realizada pela empresa estadunidense "Miner & Co. Studio" revela que a televisão já não atrai tanto as crianças. Não são apenas os adolescentes e os adultos que abandonaram a telinha da tevê e migraram para a internet. Segundo o estudo, 57% dos pais entrevistados afirmaram que os seus filhos preferem assistir a vídeos e se entreter em dispositivos móveis. O maior acesso aos tablets e smartphones tem reduzido as taxas de consumo das programações destinadas ao público infantil. Em artigo publicado no site do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Anthony Crupi ironiza: "A TV tradicional é vista como castigo e os iPads vencem a sobremesa".
"Os dispositivos móveis são tão queridos entre as crianças que aproximadamente metade dos 800 pais entrevistados pela pesquisa da Miner & Co. alegaram que eles confiscam os tablets de seus filhos e os fazem ver TV quando desejam que eles comportem-se. Desta forma os pais acabam tornando o ato de assistir TV tradicional um castigo para os filhos... Algumas crianças são tão obcecadas com a telinha que até mesmo dispensam outros atrativos para ficar mais alguns minutos assistindo a vídeos com seu dispositivo portátil. Quando pedidos para escolher entre passar mais tempo com o seu device ou ganhar sobremesa, 41% dos pais entrevistados disseram que seus filhos escolheriam a tela ao invés do doce".
A consultoria realizou vários testes com crianças, que ajudam a explicar a grave crise do modelo de negócios das empresas tradicionais de mídia. Conforme aponta o autor, os testes devem deixar "os executivos da Viacom e da Disney arrepiados até a medula". Ao ser questionado sobre sua aversão à televisão, uma criança respondeu: 'Bom, basicamente, a TV é um saco”. Para o especialista, ainda não dá para prever qual será o futuro das emissoras, mas já é certo que algo mudará radicalmente:
"Como tudo isso vai impactar no modelo de negócios da televisão tradicional em um futuro distante é difícil saber – 'é como um cartógrafo medieval escrevendo ‘aqui existiram dragões’ em uma parte desconhecida em um mapa medieval', conta Robert Miner, CEO da Miner & Co. – mas a curto prazo o impacto já é visível nas avaliações da Nielsen. No acumulado do ano, todos os canais infantis sustentados por publicidade, com exceção de Cartoon Network da Turner, estão apresentando declínio em suas avaliações. Até agora, a Nickelodeon está enfrentando o cenário mais duro dentre a turbulência das estatísticas, caindo mais de 30% entre as crianças da faixa etária de 2 até 11 anos".
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