sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Nasce a frente Povo Sem Medo


Por Renato Bazan, no site da CTB:

A noite desta quinta-feira (8) foi marcada pelo encontro de 27 diferentes movimentos sociais e sindicais em São Paulo, que em solenidade lançaram oficialmente a frente Povo Sem Medo. Idealizada pelo coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, a iniciativa se apresentou como uma reação independente à ascensão do conservadorismo e à retirada de direitos que vêm acontecendo desde 2014.

Depois de uma homenagem aos 48 anos da morte de Che Guevara, assassinado pelo governo boliviano em 1967, o coletivo compôs uma mesa que contou, para além da presença de dezenas de líderes civis, com a subscrição de mais de uma centena de intelectuais e artistas brasileiros, entre eles Gregório Duvivier, Frei Betto, Juca Kfouri, Leonardo Sakamoto, Laerte e Tico Santa Cruz.

A CTB esteve presente na cerimônia, representada pelo presidente Adilson Araújo, que fez seu discurso em torno da necessidade de defender a ordem democrática. “Nesse momento de crise, o espectro do autoritarismo começa a rondar o nosso continente. É sob o olhar de Che Guevara que nós precisamos ter a sapiência de enxergar a guinada que esta sendo armada na Venezuela, na Argentina, no Chile, no Equador, e sobretudo no Brasil. Eu diria que um povo sem medo é aquele que sabe enxergar o valor da democracia, que faz o que for preciso em nome da própria soberania!”, exclamou Araújo, sob aplausos dos presentes.

Boulos, por outro lado, dedicou boa parte de sua fala para criticar a direção que o governo federal tem adotado na sua política econômica. "Esse ajuste fiscal imposto pelo ministro Levy e aceito pela presidente Dilma Rousseff coloca na costa dos trabalhadores e dos pobres a conta dessa crise, que foi criada pelos ricos", acusou. "Os cortes nos investimentos sociais e nos direitos dos trabalhadores, na educação pública, a suspensão dos concursos, tudo isso é parte da chamada 'Agenda Brasil'. Enquanto isso, cresce a riqueza dos 1% mais ricos, e seus patrimônios seguem sem nenhuma taxação. Somos nós que estamos pagando a conta!", concluiu. A presidente da UNE, Carina Vitral, fez críticas no mesmo sentido.

Todos os líderes disseram ver na criação do coletivo Povo Sem Medo uma ferramenta de diálogo e articulação das diferentes vertentes da sociedade civil organizada, que precisa estar de prontidão para denunciar e enfrentar as investidas reacionárias.

Ao final, ficou definido que a primeira mobilização de rua coletivo será realizada no dia 8 de novembro. Os detalhes da mobilização serão disponibilizados, conforme forem definidos, na página da Frente Povo Sem Medo e no perfil do MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

2 comentários:

Anônimo disse...

Devemos lembrar ao Boulos, que desde a ditadura militar a promessa era o bolo crescer para depois dividir, o PT inverteu essa máxima cumprindo o que sempre pregou em suas campanhas.
Ora, o cobertor ficou curto e a presidenta buscou minimizar o impacto sobre os trabalhadores.
Alterar algumas regras do salário desemprego não é jogar nas costas do trabalhador o ajuste necessário e sim buscar aperfeiçoar a regra para dar coloração de contribuição da classe trabalhadora ao ajuste.

Anônimo disse...

Já existe a Frente Brasil Popular que inclusive participa dentre outros movimentos sociais e partidos de esquerda , o (MTST). Tá na hora de União , não esta na hora de confundir com criações de frentes diversas. A esquerda deve entender isto, não esta na hora de estrelismos pessoal.Deste jeito vamos criar um paredão.