Por Jeferson Miola
A ameaça da violência e do ódio ronda Porto Alegre, uma cidade que em tempos nem tão distantes se notabilizou no Brasil e no mundo com as experiências democráticas avançadas como o Orçamento Participativo; e foi a capital que um dia sediou a enorme pluralidade mundial dedicada à construção de um futuro de generosidade, de paz, igualdade e justiça para a humanidade.
Esta tradição de convivência democrática, tolerância e respeito às diferenças de opinião, todavia, está sendo ameaçada pelo prefeito Marchezan Júnior, do PSDB, que faz da intolerância, do preconceito e da incitação ao ódio e à violência a política oficial do seu governo.
A postura do tucano Marchezan Júnior, que como liderança política maior da cidade deveria servir de referência de comportamento na sociedade, libera o espírito autoritário e truculento de alguns vereadores da sua base de apoio, a ponto de encorajar um deles [do PMDB] a se dirigir até uma repartição pública com o intuito exclusivo de vingança, para agredir um funcionário municipal que criticou seu voto na Câmara de Vereadores favorável ao aumento da alíquota previdenciária.
Os conflitos de interesse, as diferenças de posição e de opinião política são naturais em qualquer sociedade. É, contudo, somente no terreno da democracia, da discussão racional e do confronto político organizado – que pode, às vezes, ser duro e áspero – que se consegue encontrar denominadores comuns para a abordagem dos conflitos existentes na sociedade.
Marchezan Júnior não esconde a raiva arraigada que nutre pelos trabalhadores em geral e pelos servidores municipais em particular, o que é mera conseqüência do desprezo que ele tem por tudo o que é público e por tudo o que diz respeito aos pobres e ao povo humilde.
Valendo-se de um dicionário ideológico rasteiro e embolorado, o prefeito faz do trabalhador municipal um sinônimo de comunista – que deve ser, por isso, agredido e eliminado, como pretexto para a destruição das políticas e dos serviços públicos que “tais comunistas” executam.
No subterrâneo do facebook, imaginando-se num esconderijo fora do alcance da arena e da vista pública, o prefeito não desperdiça oportunidades para disseminar o discurso do ódio e de incitação à violência.
Nos ridículos “decretos de fim de semana” por ele criados, e em outras publicações bizarras que faz nas redes sociais, não perde oportunidade para xingar os funcionários públicos de “vagabundos”. Ele também desqualifica as opiniões divergentes, porque provindas dos “vermelhos”; seres que considera inferiores e que por isso, na visão dele, devem ser agredidos e exterminados.
O desprezo pelo debate democrático e plural é uma realidade nova na vida política porto-alegrense. A indisposição ao diálogo; a truculência e a intolerância em relação a quem pensa diferente e tem necessidades diferentes, contrasta com a tradição de relação democrática e respeitosa do prefeito da cidade com os próprios secretários municipais, com os vereadores, com a população, com os conselhos temáticos, com os empresários, com a comunidade escolar, com os trabalhadores ambulantes, com os permissionários do Mercado Público, com os funcionários públicos etc.
Esta política oficial de governo, que incita o ódio e a violência, tem como contraparte a ação miliciana do MBL na sociedade – um agrupamento que, embora carregue no nome a palavra “movimento”, não pode continuar sendo considerado um movimento político, porque age como uma verdadeira milícia paramilitar, nos mesmos moldes que agiam os “camisas negras” da Itália dos anos 1920 – as milícias criadas e treinadas por Benito Mussolini para agredir e matar os comunistas, os operários, os camponeses, os gays, os pobres e todos os segmentos sociais que divergiam ou não eram tolerados pelo regime fascista.
O confronto político e ideológico é legítimo e próprio de sociedades democráticas e civilizadas. A intolerância política e a violência desfechada contra pessoas pelo simples fato de pensarem diferente, todavia, são práticas ofensivas à democracia e ao Estado de Direito.
Porto Alegre está marchando perigosamente nesta direção. Esta é uma circunstância em que a mídia, o Ministério Público, as instituições do judiciário, as organizações democráticas da sociedade, os trabalhadores, empresários e o conjunto da população devem se unir contra os riscos gestados por esta política irresponsável de incitação ao ódio e à violência.
É necessário um compromisso imediato da sociedade para conter esta loucura, antes que a barbárie se aposse da cidade.
A ameaça da violência e do ódio ronda Porto Alegre, uma cidade que em tempos nem tão distantes se notabilizou no Brasil e no mundo com as experiências democráticas avançadas como o Orçamento Participativo; e foi a capital que um dia sediou a enorme pluralidade mundial dedicada à construção de um futuro de generosidade, de paz, igualdade e justiça para a humanidade.
Esta tradição de convivência democrática, tolerância e respeito às diferenças de opinião, todavia, está sendo ameaçada pelo prefeito Marchezan Júnior, do PSDB, que faz da intolerância, do preconceito e da incitação ao ódio e à violência a política oficial do seu governo.
A postura do tucano Marchezan Júnior, que como liderança política maior da cidade deveria servir de referência de comportamento na sociedade, libera o espírito autoritário e truculento de alguns vereadores da sua base de apoio, a ponto de encorajar um deles [do PMDB] a se dirigir até uma repartição pública com o intuito exclusivo de vingança, para agredir um funcionário municipal que criticou seu voto na Câmara de Vereadores favorável ao aumento da alíquota previdenciária.
Os conflitos de interesse, as diferenças de posição e de opinião política são naturais em qualquer sociedade. É, contudo, somente no terreno da democracia, da discussão racional e do confronto político organizado – que pode, às vezes, ser duro e áspero – que se consegue encontrar denominadores comuns para a abordagem dos conflitos existentes na sociedade.
Marchezan Júnior não esconde a raiva arraigada que nutre pelos trabalhadores em geral e pelos servidores municipais em particular, o que é mera conseqüência do desprezo que ele tem por tudo o que é público e por tudo o que diz respeito aos pobres e ao povo humilde.
Valendo-se de um dicionário ideológico rasteiro e embolorado, o prefeito faz do trabalhador municipal um sinônimo de comunista – que deve ser, por isso, agredido e eliminado, como pretexto para a destruição das políticas e dos serviços públicos que “tais comunistas” executam.
No subterrâneo do facebook, imaginando-se num esconderijo fora do alcance da arena e da vista pública, o prefeito não desperdiça oportunidades para disseminar o discurso do ódio e de incitação à violência.
Nos ridículos “decretos de fim de semana” por ele criados, e em outras publicações bizarras que faz nas redes sociais, não perde oportunidade para xingar os funcionários públicos de “vagabundos”. Ele também desqualifica as opiniões divergentes, porque provindas dos “vermelhos”; seres que considera inferiores e que por isso, na visão dele, devem ser agredidos e exterminados.
O desprezo pelo debate democrático e plural é uma realidade nova na vida política porto-alegrense. A indisposição ao diálogo; a truculência e a intolerância em relação a quem pensa diferente e tem necessidades diferentes, contrasta com a tradição de relação democrática e respeitosa do prefeito da cidade com os próprios secretários municipais, com os vereadores, com a população, com os conselhos temáticos, com os empresários, com a comunidade escolar, com os trabalhadores ambulantes, com os permissionários do Mercado Público, com os funcionários públicos etc.
Esta política oficial de governo, que incita o ódio e a violência, tem como contraparte a ação miliciana do MBL na sociedade – um agrupamento que, embora carregue no nome a palavra “movimento”, não pode continuar sendo considerado um movimento político, porque age como uma verdadeira milícia paramilitar, nos mesmos moldes que agiam os “camisas negras” da Itália dos anos 1920 – as milícias criadas e treinadas por Benito Mussolini para agredir e matar os comunistas, os operários, os camponeses, os gays, os pobres e todos os segmentos sociais que divergiam ou não eram tolerados pelo regime fascista.
O confronto político e ideológico é legítimo e próprio de sociedades democráticas e civilizadas. A intolerância política e a violência desfechada contra pessoas pelo simples fato de pensarem diferente, todavia, são práticas ofensivas à democracia e ao Estado de Direito.
Porto Alegre está marchando perigosamente nesta direção. Esta é uma circunstância em que a mídia, o Ministério Público, as instituições do judiciário, as organizações democráticas da sociedade, os trabalhadores, empresários e o conjunto da população devem se unir contra os riscos gestados por esta política irresponsável de incitação ao ódio e à violência.
É necessário um compromisso imediato da sociedade para conter esta loucura, antes que a barbárie se aposse da cidade.
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