sábado, 15 de setembro de 2018

O sangue frio de Haddad no JN

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Meu amigo Joaquim de Carvalho diz que um candidato perde se tiver que ficar se explicando.

Fernando Haddad foi às cordas no início da sabatina no Jornal Nacional.

Não respondeu de maneira convincente às acusações da dupla Bonner e Renata Vasconcelos de que o PT fez o governo mais corrupto desde Nabucodonosor e Tutancâmon.

Gaguejou e se deixou intimidar.

Mas cresceu depois. Não é fácil. Foram 62 interrupções em 28 minutos de interrogatório, registrou a Revista Fórum.

Manteve a fleuma, recuperou o controle, conseguiu se impor diante de “William”.

O apresentador estava claramente deliciado com o papel de inquisidor, o tronco projetado para a frente, cheio de querer.

Seu melhor momento foi quando Bonner incluiu Dilma em uma lista de petistas investigados pela Lava Jato.

- A Dilma é ré?, questionou Haddad.

- Ela é investigada, retrucou Bonner.

- Investigado por investigado, a Rede Globo é investigada na Receita. A Rede Globo condena por antecipação. Vocês não tratariam os problemas da Rede Globo (na Justiça) como tratam os do PT.

Bingo.

A mudança de assunto foi imediata.

Deveria ter mantido o ritmo e partido para finalizar a dupla, já que o clima é esse.

Mas Haddad é um contendor com um estilo diferente.

Ele não é Ciro. Não é Bolsonaro.

E não é Lula. É melhor jair se acostumando.

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