sábado, 11 de abril de 2020

TVs escondem vaias ao catarrento Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Nesta sexta-feira (10), dia em que o número de mortes por coronavírus superou a triste marca de mil – o país atingiu 1.056 óbitos –, o "capetão" voltou a estimular o fim do isolamento social ao passear por Brasília. Jair Bolsonaro cumprimentou alguns seguidores mais fanáticos, mas também ouviu panelaços, vaias e gritos de “assassino”. Talvez o insano presidente não tenha mais como sair nas ruas nas próximas semanas fúnebres.

Muita gente inclusive vai lembrar do vídeo – meio nojento, catarrento – que viralizou nas redes sociais com imagens desse tétrico passeio por Brasília. Ele mostra Jair Bolsonaro, aparentemente resfriado, coçando seu nariz e, pouco depois, cumprimentado uma senhora idosa e dois homens. De forma totalmente irresponsável, contrária a todas as orientações do Ministério da Saúde, ele não demonstra qualquer preocupação com a propagação do vírus mortal.

Esta provocação do “capetão” novamente não foi destaque nas emissoras de TV – que são concessões públicas exploradas pela iniciativa privada. Um dia antes, outro passeio macabro de Bolsonaro pelas ruas de Brasília também foi ofuscado pela mídia. O colunista de mídia Mauricio Stycer apontou no UOL que “só dois telejornais registram que Bolsonaro foi vaiado... Os principais telejornais de três das seis maiores redes simplesmente ignoraram o fato. ‘Jornal da Record’, ‘Jornal da Band’ e ‘RedeTV! News’ não encontraram espaço para falar do assunto”.

Jornal da Record e JN da Globo

Ainda segundo o seu levantamento, o Jornal da Record – emissora que pertence ao “bispo” Edir Macedo, um dos principais aliados do “capetão” – “não apenas omitiu o passeio como deu a entender que o presidente está respeitando as recomendações da OMS”. Já no telejornal do SBT (já apelidado de Sistema Bolsonarista de Televisão), pertencente ao mercenário Silvio Santos, a menção foi de apenas 12 segundos e “sem críticas”.

Mauricio Stycer observa que até o JN da TV Globo, o de maior audiência do país, foi cuidadoso ao tratar do criminoso passeio presidencial. “O Jornal Nacional evitou mostrar imagens da visita à padaria, mas William Bonner leu uma nota em tom crítico, de 26 segundos”. O âncora fustigou: “Entre cumprimentos com abraços e apertos de mão de alguns – e também ao som de vaias e de algumas panelas – ele voltou a contrariar as recomendações da OMS, acolhidas por países de todos os continentes’”.

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