Editorial do site Vermelho:
O Brasil ultrapassou a marca de dois milhões de infectados e de mais 77 mil mortos pelo novo coronavírus. Nestes dois marcadores o país é o segundo do mundo em números absolutos – só perde para os Estados Unidos –, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, e está na fase de alta transmissão, com forte letalidade.
O primeiro caso registrado no país ocorreu em 26 de fevereiro, chegou a 500 mil em 31 de maio, dobrou esse número em apenas 19 dias. O salto de um milhão para a atual marca de mais de dois milhões se deu em apenas 27 dias. Há que considerar, ainda, o número de mortos por cem mil habitantes, que atingiu a média de 36,7, enquanto na vizinha Argentina a proporção é de 4,6.
O Brasil chegou a essa situação em grande medida por conta da irresponsabilidade do governo Bolsonaro. O presidente da República sempre negou a gravidade da pandemia e se recusou a pôr o governo na defesa da nação. Não instituiu uma estratégia de combate à doença, tampouco criou uma coordenação nacional para harmonizar as ações com estados e municípios.
E mais: combateu o distanciamento social – a principal orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) – e não adotou a testagem, o rastreamento e o isolamento dos infectados para baixar a transmissão. Num recente pronunciamento pela internet, voltou a fazer propaganda da cloroquina e do vermífugo Anita, uma atitude que além de boçal pode ser classificada como criminosa por induzir a automedicação e utilização de medicamento sem comprovada eficácia.
Bolsonaro também se ocupou em elogiar o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, segundo ele um bom soldado, do qual o Exército tem motivo para se orgulhar. Ou seja: suga as Forças Armadas para a crise permanente do seu governo e para o centro das irresponsabilidades diante da pandemia.
Depois de demitir dois ministros da Saúde, Bolsonaro militarizou a pasta, adensada com mais de duas dezenas de militares em postos-chaves. Mais 6 mil militares da reserva e da ativa, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU) ocupam cargos civis no governo federal.
O Brasil ultrapassou a marca de dois milhões de infectados e de mais 77 mil mortos pelo novo coronavírus. Nestes dois marcadores o país é o segundo do mundo em números absolutos – só perde para os Estados Unidos –, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, e está na fase de alta transmissão, com forte letalidade.
O primeiro caso registrado no país ocorreu em 26 de fevereiro, chegou a 500 mil em 31 de maio, dobrou esse número em apenas 19 dias. O salto de um milhão para a atual marca de mais de dois milhões se deu em apenas 27 dias. Há que considerar, ainda, o número de mortos por cem mil habitantes, que atingiu a média de 36,7, enquanto na vizinha Argentina a proporção é de 4,6.
O Brasil chegou a essa situação em grande medida por conta da irresponsabilidade do governo Bolsonaro. O presidente da República sempre negou a gravidade da pandemia e se recusou a pôr o governo na defesa da nação. Não instituiu uma estratégia de combate à doença, tampouco criou uma coordenação nacional para harmonizar as ações com estados e municípios.
E mais: combateu o distanciamento social – a principal orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) – e não adotou a testagem, o rastreamento e o isolamento dos infectados para baixar a transmissão. Num recente pronunciamento pela internet, voltou a fazer propaganda da cloroquina e do vermífugo Anita, uma atitude que além de boçal pode ser classificada como criminosa por induzir a automedicação e utilização de medicamento sem comprovada eficácia.
Bolsonaro também se ocupou em elogiar o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, segundo ele um bom soldado, do qual o Exército tem motivo para se orgulhar. Ou seja: suga as Forças Armadas para a crise permanente do seu governo e para o centro das irresponsabilidades diante da pandemia.
Depois de demitir dois ministros da Saúde, Bolsonaro militarizou a pasta, adensada com mais de duas dezenas de militares em postos-chaves. Mais 6 mil militares da reserva e da ativa, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU) ocupam cargos civis no governo federal.
A dupla Bolsonaro-Pazuello expurgou do Ministério profissionais gabaritados, gente com expertise no Sistema Único de Saúde (SUS) e no combate à pandemia para pôr leigos no lugar.
Pazzuelo realizou o sonho do chefe; baixou um protocolo indicando a cloroquina como medicamento a ser prescrito desde início do tratamento no SUS, contrariando pareceres da OMS e de pesquisadores. Com isso, Bolsonaro determinou que os laboratórios das Forças Armadas produzissem o medicamento em massa, consumindo recursos públicos que deveriam ser aplicados em outros insumos.
Ao mesmo tempo, o governo adotou a prática de sonegar dados, negando à população o direito à informação, e de reter recursos para o combate à pandemia. Enquanto o número de mortos não para de crescer, apenas cerca de um terço do orçamento do Ministério da Saúde foi utilizado. Daí resulta que o SUS não recebeu os aportes necessários, daí que o estados e municípios não receberam ajuda necessária, como insumos, entre eles, respiradores e kits de testes aos estados e municípios. Com essas simples medidas, milhares de mortes poderiam ser evitadas.
Diante desse cenário, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes decidiu pôr o dedo na ferida. Afirmou que não é admissível essa tragédia, com uma sequência de mais mil mortes diariamente, sem ministro da Saúde condizente com a realidade do país. E aconteceu o que Bolsonaro desejava.
O Ministério da Defesa e as Forças Armadas reagiram de modo contundente. O ministro da Defesa sacou contra o ministro Gilmar a Lei de Segurança Nacional um entulho autoritário da época da ditadura, e até o Código Penal Milita. Diante do contencioso, Bolsonaro saiu de “fininho”. Oportunisticamente, ficou quase em silêncio, até porque um dos inquéritos que envolve seu filho – o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) – no STF é relatado por Gilmar Mendes.
Ele enfia a cabeça no buraco, tenta se desvencilhar de suas responsabilidades e busca lançar a montanha de mortos sobre ombros alheios, inclusive de Pazzuelo e das Forças Armadas quando, em grande medida, ele é o responsável por essa tragédia nacional. Em consequência dessa conduta criminosa, o Brasil está longe de controlar a pandemia. É imperativo que os demais Poderes da República – o Judiciário e o Legislativo –, os governadores e prefeitos, as entidades e instituições sociedade civil sigam se desdobrando para deter essa escalada de mortes.
Do ponto de vista técnico, respeitados pesquisadores (as) de nosso país indicam, apoiados inclusive na experiência internacional relatada pela OMS que, no estágio atual da pandemia, impõe-se testar largamente a população, rastrear contaminados e isolá-los em quarentena. Mas não se vê, por parte do Ministério da Saúde, sob a gestão de leigos, nenhuma iniciativa.
As amplas forças democráticas e progressistas precisam convergir para ações capazes de pôr um ponto final neste governo, em defesa da vida e para a preservação da democracia. Ações que faça o Brasil sair da crise para voltar a crescer, a produzir e gerar emprego, assegure renda aos mais necessitados, solução que passa por um governo sem Bolsonaro na Presidência da República.
Pazzuelo realizou o sonho do chefe; baixou um protocolo indicando a cloroquina como medicamento a ser prescrito desde início do tratamento no SUS, contrariando pareceres da OMS e de pesquisadores. Com isso, Bolsonaro determinou que os laboratórios das Forças Armadas produzissem o medicamento em massa, consumindo recursos públicos que deveriam ser aplicados em outros insumos.
Ao mesmo tempo, o governo adotou a prática de sonegar dados, negando à população o direito à informação, e de reter recursos para o combate à pandemia. Enquanto o número de mortos não para de crescer, apenas cerca de um terço do orçamento do Ministério da Saúde foi utilizado. Daí resulta que o SUS não recebeu os aportes necessários, daí que o estados e municípios não receberam ajuda necessária, como insumos, entre eles, respiradores e kits de testes aos estados e municípios. Com essas simples medidas, milhares de mortes poderiam ser evitadas.
Diante desse cenário, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes decidiu pôr o dedo na ferida. Afirmou que não é admissível essa tragédia, com uma sequência de mais mil mortes diariamente, sem ministro da Saúde condizente com a realidade do país. E aconteceu o que Bolsonaro desejava.
O Ministério da Defesa e as Forças Armadas reagiram de modo contundente. O ministro da Defesa sacou contra o ministro Gilmar a Lei de Segurança Nacional um entulho autoritário da época da ditadura, e até o Código Penal Milita. Diante do contencioso, Bolsonaro saiu de “fininho”. Oportunisticamente, ficou quase em silêncio, até porque um dos inquéritos que envolve seu filho – o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) – no STF é relatado por Gilmar Mendes.
Ele enfia a cabeça no buraco, tenta se desvencilhar de suas responsabilidades e busca lançar a montanha de mortos sobre ombros alheios, inclusive de Pazzuelo e das Forças Armadas quando, em grande medida, ele é o responsável por essa tragédia nacional. Em consequência dessa conduta criminosa, o Brasil está longe de controlar a pandemia. É imperativo que os demais Poderes da República – o Judiciário e o Legislativo –, os governadores e prefeitos, as entidades e instituições sociedade civil sigam se desdobrando para deter essa escalada de mortes.
Do ponto de vista técnico, respeitados pesquisadores (as) de nosso país indicam, apoiados inclusive na experiência internacional relatada pela OMS que, no estágio atual da pandemia, impõe-se testar largamente a população, rastrear contaminados e isolá-los em quarentena. Mas não se vê, por parte do Ministério da Saúde, sob a gestão de leigos, nenhuma iniciativa.
As amplas forças democráticas e progressistas precisam convergir para ações capazes de pôr um ponto final neste governo, em defesa da vida e para a preservação da democracia. Ações que faça o Brasil sair da crise para voltar a crescer, a produzir e gerar emprego, assegure renda aos mais necessitados, solução que passa por um governo sem Bolsonaro na Presidência da República.
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