domingo, 30 de maio de 2021

Emissoras de TV abafam atos do 'Fora Bolsonaro'

Av. Paulista, 29/5/21. Foto: Allan White/Fotos Públicas
Por Altamiro Borges

As emissoras privadas de tevê – que exploram concessões públicas – sempre sabotaram os movimentos sociais, omitindo ou ofuscando as suas iniciativas. Neste sábado (29) de massivas e unitárias manifestações pelos "Fora Bolsonaro", mesmo as TVs que criticam o fascismo e obscurantismo do "capetão" evitaram dar holofotes aos atos que agitaram todo o país.

A cobertura sacana chamou a atenção de Mauricio Stycer em sua coluna no site UOL: "Os protestos contra o governo Jair Bolsonaro (sem partido), registrados neste sábado em ao menos 22 estados e no Distrito Federal, não mereceram maior destaque nos principais telejornais na TV aberta brasileira", escreveu.

Especialista em mídia, ele constatou que todos os canais "exibiram imagens das manifestações, mas narradas à distância, sem entrevistas ou muitos detalhes. O ‘Jornal Nacional’ e o ‘Jornal da Band’ ainda fizeram menção às manifestações na 'escalada' (a leitura dos destaques do dia na abertura do telejornal)".

SBT e Record são as piores

Já "SBT Brasil" – do mercenário Silvio Santos – e "Jornal da Record" – do mercador da fé Edir Macedo – nem isso fizeram. “Ambos abriram com notícias policiais e não citaram o assunto em seus destaques. Na Record, curiosamente, um dos sete destaques foi: 'Na Inglaterra, manifestantes vão às ruas protestar contra o confinamento'", registrou o site UOL.

O colunista cita ainda que “o telejornal da Globo, numa reportagem de 3min20, foi o único que teve a preocupação de dimensionar o tamanho dos protestos e especificar as pautas que foram levadas às ruas”. Já a Band tratou dos atos em 1min15. "Protestos contra o governo fecham avenidas e provocam aglomeração em várias cidades do país", informou.

Mauricio Stycer também anotou que no Jornal da Record, “o nome do presidente Jair Bolsonaro não foi mencionado em momento algum da reportagem de 55 segundos... O JR responsabilizou os manifestantes pela violência policial em Recife, dizendo que ‘a manifestação que seguia pacífica terminou em confronto com a polícia quando um grupo tentou seguir por um trajeto não autorizado’”.

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