Bruna Brelaz/Facebook |
Grande foi a polêmica, no seio dos partidos progressistas e das entidades representativas dos movimentos sociais se deveriam ou não aceitar o convite do MBL e participar do ato pelo Fora Bolsonaro ocorrido no último dia 12 de setembro em São Paulo.
Na época ficou evidente uma divisão de opiniões, não apenas entre partidos e movimentos, mas no interior das próprias organizações.
Foi nesse ambiente de divisão de opiniões que inúmeras lideranças, parlamentares de esquerda e dirigentes de várias entidades decidiram, como uma manifestação em favor de uma Frente Ampla contra Bolsonaro, participar do referido ato.
É necessário destacar antes de tudo que hoje a maioria dos partidos políticos de esquerda defendem a formação de uma ampla frente em defesa da democracia e do Estado de Direito, pois sabem que essa é a única forma viável para isolar e derrotar Bolsonaro e, assim, fazer cessar suas constantes atitudes e ameaças antidemocráticas.
A defesa da frente ampla é portanto uma bandeira do PCdoB, do PSB, PT, PSOL, REDE, PV, PDT e de outros partidos, que têm convicção de que a única forma de frear o genocida que está no poder é ampliando o movimento para muito além das esquerdas.
Não se trata de uma frente ideológica, tampouco eleitoral. É uma frente de diferentes, que se unem por um único objetivo comum e imediato: cessar o governo antidemocrático e fascista de Jair Bolsonaro.
Não estamos, portanto, tratando de divergências de conteúdo (pelo menos aparente e formalmente), mas de divergências quanto aos encaminhamentos. Ocorre que por terem participado do ato de 12/09, organizado pelo MBL - cuja mobilização deixou muito a desejar - inúmeras lideranças, sobretudo mulheres, vêm sofrendo ameaças e ataques agressivos pelas redes sociais.
Isso é inadmissível! venha de onde vier, seja contra quem for!
Violência política de gênero é crime e as agressões devem ser apuradas e punidas! A luta de ideias é sempre bem-vinda e deve ser feita através do debate, que pode até ser duro, mas desrespeitoso e agressivo jamais!
Sei o quanto é doloroso e assustador sofrer agressões, pois sofri muito, principalmente quando estava no Senado combatendo e enfrentando o golpe contra nossa democracia – hoje inteiramente desmascarado - contra a presidenta Dilma Rousseff .
Nós mulheres que, num ambiente machista, ousamos fazer política e nos posicionarmos com firmeza temos sofrido constantemente e lamentavelmente toda forma de violência.
No momento, a maior e mais evidente ação de ódio tem se voltado contra Bruna Brelaz, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), pelo simples fato dela cumprir o seu papel como liderança da juventude e, coerentemente, se dedicar a combater, sem medo, o governo Bolsonaro, que tanto mal tem causado ao Brasil.
O que tem feito a jovem presidenta da UNE para sofrer tantas agressões e ameaças? O que tem dito e defendido Bruna Brelaz?
A necessidade da formação de uma Frente Ampla para derrubar Bolsonaro; O combate à intolerância e a necessidade de uma convivência respeitosa e de combate aos ataques e fake news, que muitas vezes se manifestam dentro do nosso próprio campo;
Quem pode ser contra essa pauta? Apenas extremistas de direita. Jamais qualquer pessoa com bom senso.
Por que atacar tão violentamente uma jovem mulher, liderança do Brasil? Será por que é mais fácil atingir uma mulher?
Li com muita atenção a entrevista de Bruna na Folha de São Paulo, da última segunda feira, 18. Seu único alvo é Bolsonaro e a premência da sua derrota.
Nada, absolutamente nada, justifica os ataques que ela vem sofrendo, muito menos a tentativa de desvirtuar suas declarações.
De igual forma, as agressões e ameaças sofridas recentemente pela deputada Tábata Amaral – de cujo posicionamento político divirjo na maioria das vezes - uma delas, de forte conteúdo ameaçador, recebeu um retuite do querido e combativo ator José de Abreu, que, felizmente, logo em seguida se retratou e fez uma autocrítica pública.
Espero que essa autocrítica venha também daqueles que, no momento, destilam ódio e a intolerância contra Bruna Brelaz.
À Bruna, uma liderança que vi se formar e crescer politicamente no nosso Amazonas, manifesto não só solidariedade, mas a disposição de, juntas, continuarmos o enfrentamento à cultura do ódio, o machismo e a misoginia.
Força Bruna e Frente Ampla pelo Fora Bolsonaro!
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