No passado 5 de agosto, comemoramos (comemorar não é celebrar) 77 anos da perpetração do mais vil, cruel e satânico crime já praticado por seres humanos contra outros seres humanos.
Evidentemente, estou fazendo referência ao lançamento por parte dos Estados Unidos de uma bomba atômica sobre a população civil da cidade japonesa de Hiroshima, a qual foi seguida, alguns dias depois, com outra sobre Nagasaki.
Foram cerca de 140.000 mortos imediatos só no primeiro caso e mais quase uma centena de milhares no segundo. Isto num momento em que o Japão já estava inteiramente incapacitado para dar continuidade à guerra. A pergunta que nunca foi satisfatoriamente respondida é: Por que se decidiu por tais atos tão anti-humanos e desnecessários do ponto de vista bélico?
O que muitos acreditam é que os alvos prioritários dessas bombas não eram de fato as forças militares do Império Japonês, as quais, como mencionáramos anteriormente, já estavam cambaleantes nesta etapa da conflagração, e sim aqueles novos adversários que os Estados Unidos viam despontar como possíveis ameaças a sua hegemonia recém consolidada: a União Soviética e a República Popular da China.
Se atentarmos para as formas típicas com as quais os fascistas-nazistas-bolsonaristas da atualidade buscam se impor nos meios em que atuam, vamos concluir que elas se derivam desta ideia de que “se você não consegue obter o respeito e a admiração de seus concorrentes, faça-os ter medo de seu poderio e de sua violência”. Portanto, na condição de único país detentor da bomba atômica, os Estados Unidos poderiam deitar e rolar num mundo submetido totalmente à sua mercê por temor.
Porém, em pouco tempo, outras potências também se assenhoraram da tecnologia nuclear para fins bélicos e os Estados Unidos perderam sua exclusividade deste privilégio de intimidação e dominação.
No entanto, por mais contraditório que possa parecer, foi a expansão a outros países dessa capacidade de causar mortes por via nuclear que veio a permitir um certo equilíbrio capaz de impedir confrontos diretos entre as grandes potências, o que tenderia a implicar em destruição mútua delas mesmo e de toda a humanidade a seu reboque. Foi assim que, passamos a pensar que jamais voltaríamos a vivenciar os horrores diabólicos do extermínio nuclear como tinha ocorrido em Hiroshima e Nagasaki.
Bem, a coisa andava neste pé até há bem pouquinho. Mas, eis que chegou Nancy Pelosi!
Embora possa soar como uma fantasia algo exagerada para alguns, a verdade é que, com sua viagem provocativa a Taiwan, a presidenta da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, deu uma contribuição das mais significativas para tornar factível a deflagração da Terceira Guerra Mundial, a qual passou a ser uma possibilidade muito mais realística do que até então ousávamos imaginar.
Por que uma senhora de 82 anos de idade, com mais de cinco décadas de envolvimento com a política institucional, tomou a decisão de partir para esse ato de provocação que está colocando o mundo à beira de uma hecatombe nuclear, se nem mesmo o presidente de seu próprio país admite abertamente apoiá-la em seu feito? O que ela esperava conseguir a partir de sua tresloucada atitude?
As respostas para esta indagação é o que se pretende descobrir no debate apresentado neste vídeo do link (https://www.youtube.com/watch?v=Gatac_RLoqc), para o qual fiz a tradução ao português e elaborei as legendas.
Creio ser muito oportuno vê-lo com atenção e refletir sobre as questões ali levantadas.
* Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.
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