segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Condomínio do DF rejeita miliciano Bolsonaro

Charge: Aroeira
Por Altamiro Borges


O site Metrópoles revelou na semana passada que os moradores do Condomínio Ville de Montagne, em Brasília, para onde o “capetão” Jair Bolsonaro e a primeira-dama “Micheque” manifestaram desejo de se mudar após serem despejados do Palácio da Alvorada, não estão nada contentes com os futuros vizinhos. Eles inclusive planejam bancar um outdoor na portaria com os seguintes dizeres amistosos: “Miliciano aqui não é bem-vindo”.

Segundo a matéria postada por Guilherme Amado, “alguns dos futuros vizinhos de Jair Bolsonaro estão questionando a legalidade de o PL alugar uma casa que funcionará como escritório político. Os moradores alegam que o condomínio não tem a estrutura necessária para proteger o presidente e os moradores do fluxo de pessoas que deverá circular para tratar de assuntos políticos com Bolsonaro. O estatuto do condomínio prevê que ele seja estritamente residencial. O local não comportaria, segundo esses moradores, segurança nem logística para um ex-presidente”.

"Seu lugar é na Papuda"

Essa é a parte mais branda, “técnica”, da reação ao vizinho indesejado. Há outra turma mais explícita, mais incisiva, na rejeição ao fascista. “Alguns moradores têm discutido fazer um abaixo-assinado ou divulgar uma nota de repúdio à ideia de Bolsonaro se mudar para o condomínio, além de publicar um outdoor e fazer uma manifestação contra a possibilidade”.

Algumas frases já foram aventadas para o outdoor: “Jair, não venha para o Jardim Botânico. Aqui amamos a natureza e o povo. Seu lugar é na Papuda”; “Os moradores do Jardim Botânico respeitam a natureza e a vida. Jair aqui não”. “Miliciano aqui não é bem-vindo”. Conforme registra o site, o PL – o partido de Valdemar Costa Netto hoje sob domínio das milícias bolsonaristas – ainda não assinou contrato de locação do imóvel, apesar do casal miliciano “ter gostado da casa”.

"Capetão" receberá R$ 85 mil mensais 

A hostilidade da vizinhança pode até levar a desistência do imóvel, mas isso não deve entristecer os “patriotários” que acampam em frente aos quartéis. O “mito” não ficará largado na rua, tomando chuva, usando banheiro químico e pegando doenças. O futuro do clã – com seus 51 imóveis comprados com dinheiro vivo – está garantido. Além disso, o presidente derrotado fez questão de garantir uma boquinha com sua legenda de aluguel.

Conforme registra reportagem da Folha publicada quinta-feira (8), “o presidente Jair Bolsonaro decidiu que continuará em Brasília após deixar o governo e deverá morar em uma casa bancada por seu partido, o PL, do qual será presidente de honra. Integrantes do PL disseram reservadamente que a intenção do presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, é pagar a Bolsonaro um salário equivalente ao teto constitucional do setor público, que hoje está em R$ 39,2 mil”.

“Dessa forma, a previsão é que Bolsonaro tenha uma renda mensal próxima de R$ 85 mil a partir de 2023. Isso porque ele também tem direito a aposentadorias de militar (R$ 11.945,49) e de deputado federal, no valor de R$ 33.763”. A Folha lembra, porém, que os planos que envolvem os gastos bancados pelo partido enfrentam um obstáculo:

“O bloqueio de contas do PL pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, após a sigla ter sido multada em R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé pela ação golpista que visava invalidar votos depositados em parte das urnas no segundo turno das eleições. O PL entrou com recurso, que ainda não foi julgado. Segundo integrantes da legenda, o partido está enfrentando dificuldades em alguns diretórios para pagar salários de funcionários e demais contas. Assim, se não houver desbloqueio no julgamento do TSE, o aluguel da casa do presidente pode ficar prejudicado”.

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