quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Primo de Carluxo é alvo de busca da PF


Por Altamiro Borges


Nesta quarta-feira (25), a Polícia Federal desencadeou a 19ª etapa da Operação Lesa Pátria, que apura as ações golpistas do 8 de janeiro. Ao todo, foram expedidos treze mandados de busca e apreensão e cinco ordens de prisão em cidades como Cuiabá (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e Brasília (DF). Entre os alvos está o sinistro Léo Índio, que ganhou fama como priminho e ex-assessor do vereador Carlos Bolsonaro, vulgo Carluxo Pitbull.

Segundo a PF, o objetivo dessa fase da Lesa Pátria é identificar os que incitaram, financiaram e planejaram os atos de vandalismo contra as sedes do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal. Eles responderão por sete crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado; associação criminosa; incitação ao crime; destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido; e crimes da lei de terrorismo.

Sobrinho de Bolsonaro é um golpista assumido

O priminho de Carluxo e sobrinho do ex-presidente fujão é um golpista assumido. Ele fez questão de registrar em imagens que participou dos atos de vandalismo em Brasília. Entre outros registros, ele posou todo metido a valentão no topo de prédio do Congresso Nacional e próximo ao STF. Em uma das postagens, ele até se jacta de estar com os olhos vermelhos em função do gás lacrimogêneo lançado pela Polícia Militar. Por convicção, oportunismo ou intimidade, Léo Índio sempre militou na extrema-direita e esteve metido em mutretas.

O jornalista Plinio Teodoro fez um breve perfil do picareta na revista Fórum. “Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, tem estreita ligação com o primo, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), e pode levar definitivamente o clã para o centro das investigações sobre os atos golpistas do 8 de janeiro. Ele já havia sido alvo de uma das primeiras fases da operação Lesa Pátria, em 27 de janeiro... Sem curso superior e profissão definida, Léo Índio disse em depoimento ao STF que era vendedor. Ele realmente vendia calças jeans antes da ascensão do clã na política, quando passou a orbitar principalmente a esfera do primo, Carlos, de quem chegou a ser assessor”.

A biografia de um típico picareta

“No início do governo Bolsonaro, ele atuava como uma espécie de olheiro do primo frequentando o Palácio do Planalto sem ter sido nomeado para cargo algum. Filho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues, irmã de Rogéria Nantes, ex-mulher de Jair Bolsonaro e mãe dos três filhos mais velhos do ex-presidente, Léo Índio foi nomeado em abril de 2019 como assessor no gabinete do vice-líder no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), com salário de R$ 22 mil. Ele deixou o cargo em outubro de 2020 quando o senador foi pego em flagrante pela PF com dinheiro nas nádegas. Após a demissão, ele passou a pedir emprego, mas seguiu ajudando o tio presidente”.

“Em agosto de 2021, ele atuou na arrecadação de dinheiro para viabilizar o ato de 7 de Setembro na Avenida Paulista, em que Jair Bolsonaro chamou Alexandre de Moraes de ‘canalha’. Juntamente com o atual deputado Marcos Gomes, o Zé Trovão, Léo Índio foi articulador do movimento que tinha como ‘pauta principal’ retirar os 11 ministros do STF. Um mês depois, ele passou a ser investigado pela atuação. Léo Índio também atuou como assessor da liderança do PL no Senado, mas foi exonerado por não trabalhar. Ele tentou se eleger deputado em 2022 com a alcunha de Léo Bolsonaro, mas não obteve sucesso, terminando a eleição com 1.801 votos”.

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