domingo, 5 de maio de 2024

GM demite metalúrgicos por telegrama

Foto: Alex Cruz/EFE
Por Altamiro Borges


A multinacional ianque General Motors segue desrespeitando os trabalhadores brasileiros. Na sexta-feira passada (03), ela demitiu metalúrgicos da sua unidade em São José dos Campos, no interior paulista, por telegrama. A GM não informou a quantidade exata das vítimas do facão. A fábrica no município tem 3.200 operários. Em nota lacônica, a montadora apenas afirmou que as dispensas permitirão “que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade”.

No telegrama, a GM orienta que os demitidos compareçam à sede “para as providências administrativas” e “demais orientações relacionadas ao término do contrato de trabalho”. Entre os demitidos encontram-se vários funcionários que estavam em licença remunerada, que terminaria nesta semana. A multinacional tem três unidades em São Paulo – São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes. No final de 2023, ela abriu um programa de demissão voluntária (PDV) após a Justiça do Trabalho determinar a reintegração de trabalhadores que tinham sido dispensados sem qualquer acordo.

Agora, a GM retoma as demissões. Para Weller Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos – que é filiado ao Conlutas –, o facão vai na contramão da decisão de novos aportes no Brasil. Em janeiro último, ela anunciou que investiria R$ 7 bilhões com foco na mobilidade sustentável. “O sindicato é contra qualquer demissão. Como a maioria aderiu ao PDV em dezembro, a GM já aplicou a reestruturação pretendida. Os postos de trabalho que ela está fechando agora poderiam ser mantidos”.

O envio dos telegramas ocorreu um dia antes do fim do período de estabilidade no emprego previsto no acordo assinado pela GM e aprovado em assembleia dos metalúrgicos, em novembro de 2023. O acordo foi fruto de 17 dias de greve contra 1.244 demissões realizadas pela GM nas três unidades da empresa – 830 apenas na fábrica de São José dos Campos. As demissões foram barradas pela Justiça e substituídas pela abertura do PDV, que obteve 696 adesões na cidade.

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