sexta-feira, 3 de março de 2017

Aluguéis: nova crise à vista

Do site Outras Palavras:

Conhecida por calcular regularmente o déficit habitacional do Brasil, com números aceitos pelo ministério das Cidades, a Fundação João Pinheiro (FJP), de Minas Gerais, está fechando os cálculos para um novo relatório. Mas Luiza Souza, cordenadora do órgão, já adiantou, em entrevista ao “Valor”: os números só vão piorar, em função da crise e, em especial, das dificuldades para pagar aluguel. Em 2014, o fenômeno já atingiu 3 milhões de domicílios - quase o dobro de há três anos.

"O cerco chegou ao Palácio do Planalto"

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Acuado por denúncias que já chegaram ao seu gabinete, o presidente Michel Temer precisa ganhar tempo e protelar ao máximo o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode cassar a chapa encabeçada por Dilma Rousseff e consequentemente colocar fim ao governo atual.

“Em circunstâncias normais, Temer já seria uma carta fora do baralho, porque – tirando as questões conhecidas, como Eliseu Padilha, José Yunes etc. – ele está contaminado pelo processo de cassação da chapa, que é indivisível. Mas há um esforço do governo para evitar o julgamento”, diz o ex-ministro da Ciência e Tecnologia e ex-presidente do PSB Roberto Amaral.

“É hora de Lula ir para o ataque”

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Autora de um best-seller acadêmico ("Pluralismo, Direito e Justiça Distributiva,") a professora Gisele Cittadino, coordenadora do Programa de Mestrado e Doutorado da PUC-Rio, foi uma das integrantes do grupo de intelectuais que articulou o lançamento de um abaixo assinado em defesa da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República. (O grupo também contou com a participação de Leonardo Boff, do jornalista Eric Nepomuceno, além dos juristas João Ricardo Dornelles e Carol Proner). Aos 59 anos, com um doutorado em Ciência Política pelo IUPERJ (antigo), Gisele Cittadino falou ao 247. Sua entrevista:


Delúbio e o contra-ataque dos golpistas

Por Bepe Damasco, em seu blog: 

Um golpe de estado sofisticado como o desferido contra a democracia brasileira em 2016 não teria logrado êxito sem uma articulação orgânica e permanente das personalidades e instituições que o tramaram e executaram.

O senador Romero Jucá, gravado por um delator, não deixou dúvidas dúvidas quanto à diversidade dos atores envolvidos : "É todo mundo junto, com o Supremo e tudo."

Durante todo o período de sabotagem do governo Dilma que antecedeu a noite dos horrores de 17 de abril, na Câmara dos Deputados, saltava aos olhos a movimentação orquestrada dos golpistas, sua agenda, a exploração coordenada dos fatos relacionados às conjunturas política e econômica, sua precisão cronológica.

A febre da "delação premiada" da Lava-Jato

Por Eugênio Aragão, no site Consultor Jurídico:

O Brasil está com febre, uma febre provocada por delações inflamatórias no âmbito da famigerada operação “lava jato”. Não se especula sobre outra coisa senão as possíveis informações extraídas de Marcelo Odebrecht a respeito da vida financeira de candidatos e de políticos de ponta. A nação se crê apodrecida. Nunca a nudez das “acoxambranças” (ou, em novilíngua, "surubanças") de nossas figuras públicas teria sido exposta em toda a sua extensão.

Que as práticas políticas brasileiras nunca foram negócios ao estilo de Madre Teresa de Calcutá, todos já sabíamos. O imaginário popular é suficientemente crítico para com as transações do "pudê". Mas, agora, o Ministério Público quis entrar nos detalhes da lascívia política.

As contradições no campo golpista

Por Julian Rodrigues, no blog Viomundo:

“Nos filmes policiais é fácil você arrumar aventureiro para assaltar um banco, mas a coisa começa a esquentar quando você vai dividir o saque. É exatamente o que está acontecendo efetivamente. Você assalta a soberania popular, e na hora de dividir o saque acontece o conflito” Jessé de Souza, ex-presidente IPEA

No finalzinho do ano passado, escrevi aqui no Viomundo que havia a possibilidade de as classes dominantes se livrarem de Temer em 2017, avançando no processo golpista com eleições indiretas.

O clima mudou no início do ano. A Globo aliviou para o golpista. FHC mandou seus sinais de apoio. O PSDB ganhou mais espaço no governo, Moro impediu que Cunha “constrangesse” o presidente enquanto o Senado aprovou, sem piscar, a indicação do troglodita tucano Alexandre Moraes para o STF.

A sinuca de bico da mídia

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Os jornais estão entrando em uma encrenca cada vez maior.

Diz-se que o jornalismo é o exercício do caráter. Especialmente no jornalismo opinativo e na linha editorial dos jornais, o caráter é ponto central. Constrói-se o caráter de cada publicação analisando seu apego aos fatos, sua generosidade ou dureza de julgamento, sua capacidade de mediação ou parcialidade gritante. E, principalmente, sua credibilidade, o respeito com que trata a informação. Houve um bom período em que mesmo os adversários mais ferrenhos do Estadão respeitavam a seriedade com que tratava os fatos.

Carnaval do Fora Temer e o ajuste do golpe

Por Renato Rovai, em seu blog:

Se há um evento brasileiro que respeito é o Carnaval. Ele tem seus problemas, suas mercantilizações, mas é muito mais interessante do que outras festas que não têm nossa cara e que fazemos questão de tratar como nossas.

Acho muito mais, mas muito mais legal o Carnaval do que o Natal, por exemplo. E por isso escrevo Carnaval assim, em caixa alta. Não tem essa de por ser festa pagã ter que ser escrito em minúscula.

Em algumas rodas ditas intelectuais o Carnaval é tratado como aquele monstro do lago. Um momento onde imbecis saem de fantasia para expor um pouco mais do seu caráter ridículo.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Temer responderá perguntas de Cunha?

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Contrariando a decisão do “justiceiro” Sergio Moro – que até parece que virou advogado de defesa do Michel Temer, tamanha a sua amabilidade e servilismo –, o juiz da Lava-Jato na Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, aceitou o envio de todas as 19 perguntas do correntista suíço Eduardo Cunha ao usurpador do poder. Como manobra para viabilizar sua imediata saída do presídio em Curitiba, o ex-presidente da Câmara Federal listou o compadre da cúpula do PMDB como testemunha e formulou algumas questões cabeludas, que complicam sua vida. Sergio Moro, porém, vetou as perguntas, alegando que elas seriam uma “reprovável tentativa de intimidação” do Judas. A estranha censura, porém, agora foi revogada.

Não é reforma. É o fim da Previdência!

Aloysio Nunes, o "pitbull" no Itamaraty

Por Altamiro Borges

Apesar das sucessivas quedas no "ministério de notáveis" corruptos – sete já foram defecados do covil golpista , Michel Temer insiste em nomear como ministros velhacos suspeitos por atos ilícitos. Nesta quinta-feira (2), o usurpador anunciou que o substituto de José Serra  o "Careca" da lista de propinas da Odebrecht  no Ministério das Relações Exteriores será Aloysio Nunes (PSDB-SP), que também é citado nas delações premiadas de executivos de várias empreiteiras investigadas por corrupção, como a UTC. Parece que o critério adotado pelo Judas  que não se incomoda com a "suruba" em Brasília  é indicar para o seu governo ilegítimo políticos cada vez mais identificados com posições hidrófobas da direita. O tucano Aloysio Nunes se encaixa perfeitamente neste currículo.

O bobo de um bilhão de dólares

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A hipocrisia é a a irmã siamesa do moralismo.

Quando o irmão entra em cena, ela chega com a imensa prole: o santarrão, o “tolinho”, o distraído, o “espero que a Justiça cumpra seu papel” e outros tantos.

A partir disso é que se deve analisar o suposto conteúdo das declarações de Marcelo Odebrecht, evidentemente que vazadas e traduzida na versão dos advogados de Michel Temer presentes ao interrogatório.

As expressões pinçadas da fala de quatro horas, porém, nos dão a pista do papel que, depois de quase dois anos de cadeia, o herdeiro de Emílio Odebrecht se dispôs a fazer.

Prenúncio do ocaso no carnaval do Fora Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Se Temer e os senhores a quem serve entendem um pouco do Brasil, de seu povo e de sua cultura, devem ter captado o sentido e a gravidade dos gritos de “Fora Temer” que ecoaram em vários pontos do País, nos blocos e eventos carnavalescos de rua. Eles invadiram até mesmo as transmissões de emissoras, como a TV Globo, que tentou ignorá-los mas foi convencida, pela repetência dos fatos, a registrá-los. O “fora Temer” no carnaval não contou com organizadores nem apoiadores. Foi espontaneísmo de massas em estado puro e líquido, um grito do “consciente coletivo” contra o governo golpista e o desmanche do país, um prenúncio do ocaso que se avizinha.

Fãs de Bolsonaro invadem sites de esquerda

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Hackers de direita, fãs do deputado Jair Bolsonaro, invadiram, no domingo de carnaval, a página do blog no Facebook, e logo em seguida também a página Jovens de Esquerda. Agora, ameaçam hackear outras páginas que julgam ser de esquerda no Face, como a Quebrando o Tabu.

O mais bizarro é que os fãs de Bolsonaro não postaram nada sobre política ou sobre sua ideologia nas páginas invadidas. A única coisa que postaram foram fotomontagens de seu ídolo nu, exibindo um pênis enorme e ereto, em poses extravagantes ou tendo relações sexuais com o deputado federal do PSOL Jean Wyllys, a quem vivem insultando. Me recuso a reproduzir as baixarias postadas por estes lixos humanos, mas é o cúmulo da contradição ver homofóbicos postando imagens de sexo entre homens. Só corrobora o que eu sempre digo: o problema desta gente não é nem nunca foi política. Freud explica.

Temer presenteia emissoras de rádio e TV

Do site Vermelho:

A Câmara dos Deputados aprovou Medida Provisória (MP) 747, enviada pelo governo de Michel Temer, que é um verdadeiro presente para as emissoras de rádio e TV. Isso porque a MP concede anistia as emissoras que perderam o prazo para renovação da concessão e amplia os prazos de solicitação de renovação das concessões. O texto, no entanto, beneficia apenas as emissoras comerciais, excluindo as emissoras comunitárias e do campo público.

Texto da medida provisória que entrou em vigor em outubro segue para votação no Senado. Para a coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli, a medida é o pagamento da conta pelo apoio das emissoras ao golpe contra a democracia.

Um espião russo na Casa Branca…

Por Serge Halimi, no site da Fundação Maurício Grabois:

Em 9 de fevereiro de 1950, no auge da Guerra Fria, um senador republicano ainda obscuro fulminou: “Tenho em minhas mãos a lista de 250 pessoas que o secretário de Estado sabe serem membros do Partido Comunista e que, no entanto, determinam a política do Departamento de Estado”. Joseph McCarthy acabava de entrar para a história dos Estados Unidos pela porta da infâmia. Sua lista não existia, mas a onda de histeria anticomunista e de expurgos que isso provocou estraçalhou a existência de milhares de norte-americanos.

Janot leva dois anos para chamar Aécio

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Passaram-se mais de dois anos desde a primeira citação ao senador Aécio Neves, presidente do PSDB, nas delações da Lava Jato como beneficiário dos desvios da estatal Furnas Centrais Elétricas. O primeiro a apontar a participação do tucano, ainda em 2014, foi o doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema de corrupção da Petrobras.

De lá para cá, o senador voltou a ser mencionado nos depoimentos do corrier de propinas Carlos Alexandre de Souza Rocha, do lobista Fernando Moura, do senador cassado Delcídio do Amaral, além de ser lembrado pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, durante uma conversa com o senador Romero Jucá. "Quem não conhece o esquema do Aécio?”

Carta Maior e o enredo do 'Lula lá'

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Quando o espontâneo supera o organizado, coisas extraordinárias podem acontecer na vida de uma nação.

O carnaval de 2017 deveria preocupar o conservadorismo.

Mas também apertar o passo progressista na construção do samba enredo para 2018.

Sim, uma festa popular não tem a articulação, os objetivos, nem a organização de uma agenda política.

Marcelo Odebrecht e o bobo da corte

Foto: Heuler Andrey/AFP
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A audiência de Marcelo Odebrecht no TSE foi a portas fechadas.

O ministro-corregedor Herman Benjamin - que teve “uma atuação considerada firme”, segundo O Globo - teve a companhia de integrantes do Ministério Público Eleitoral.

Além destes, estavam presentes Luciano Feldens, advogado do empresário, Gustavo Guedes, de Michel Temer, José Eduardo Alckmin, advogado do PSDB no processo contra a chapa Dilma-Temer, e Renato Franco, que defende a ex-presidente Dilma Rousseff.

Maior atenção à reforma trabalhista

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

Todas as atenções estão voltadas para a reforma da Previdência (PEC 287/16), como se a reforma trabalhista (PL 6.787/16) não existisse ou fosse menos prejudicial. Ambas as proposições retiram direitos dos trabalhadores. Ambas impõem retrocessos sociais. Por isso, o combate a ambas deve ser na mesma proporção.

Se a reforma da Previdência dificulta ou acaba com o direito à aposentadoria e/ou pensão, porque pode destruir a Previdência Pública; a reforma trabalhista pode destruir os direitos trabalhistas, o Direito do Trabalho e a Justiça do Trabalho. Uma “reforma” completa a outra, numa lógica perversa que precisa ser denunciada. Sem legislação trabalhista, a primeira consequência será a redução drástica de salário. E quanto menor o salário, menores ainda serão os benefícios previdenciários - aposentadorias e pensões.