terça-feira, 8 de agosto de 2017

A utopia moral da extrema-direita

Por Raphael Silva Fagundes, na revista Caros Amigos:

Tirando alguns naturistas e hippies, dificilmente vamos encontrar alguém que deseja voltar no tempo quando se trata de aspectos científicos e tecnológicos. Poucos desejam um mundo sem celulares ou computadores, sem carros velozes ou tratamentos que rejuvenescem. Mas quando se trata de aspectos políticos e culturais, a coisa muda.

“Acho que é a primeira vez desde os anos 1930 que há uma ascensão espetacular da extrema-direita na Europa, em quase todos os países do continente” [1], afirma o sociólogo marxista Michael Löwy. Em março de 2015 saiu a notícia: “Representantes de uma dezena de partidos europeus da extrema-direita se reuniram neste domingo na Rússia em um fórum organizado por uma formação política vinculada ao Kremlin, onde defenderam os ‘valores tradicionais’ familiares”. [2] Já no Brasil, ouvimos vozes que bradam o retorno da ditadura militar.

O lucro contra a sua saúde

Por Aristóteles Cardona Júnior, no jornal Brasil de Fato:

A obesidade é um dos principais problemas de saúde no século XXI. Estatísticas mostram que mais de metade da população brasileira adulta está acima do peso recomendado. Desta, quase 50% são considerados obesos. Na América Latina e Caribe são mais de 140 milhões de obesos. O alerta não se dá por questões estéticas, mas por saúde e qualidade de vida. O problema precisa da atenção e cuidados dos governos e das famílias.

Se há algumas décadas a fome e a desnutrição estavam entre os principais problemas do nosso país, hoje precisamos enfrentar o excesso do peso, um mal que tem forte raiz na alimentação pouco balanceada, em geral rica em carboidratos como pão, massas e alimentos que em geral contêm açúcar.

O fim do mundo na universidade brasileira

Por Margarida Salomão, no site Mídia Ninja:

Este é o ponto em que nos encontramos: diversas universidades federais brasileiras estão na iminência de interromper suas atividades, de cancelar seu calendário acadêmico, por conta do estrangulamento financeiro imposto pelo governo Temer.

Fato, não se trata de uma situação propriamente nova. Mesmo que distem anos, ainda é fácil lembrar dos governos de Fernando Henrique Cardoso, em que a mesmíssima situação se fez presente. Atesto tal realidade enquanto testemunho pessoal. À época, era reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e tinha como um de meus principais desafios administrar um orçamento exíguo.

A imprensa, a Venezuela, o golpe

Por Rosane Borges, no site Jornalistas Livres:

A América Latina parece sempre caminhar em sincronia, seja qual for o prisma adotado para análise. Sempre acossada por um capitalismo que tenta sistematicamente relegá-la à dependência, à não soberania, experimenta “episódios” que se desenrolam em etapas cíclicas e demonstram que, a despeito de nuances, particularidades e diferenças entre os países, segue em marcha, com recuos e avanços, uma história comum que demonstra, com força pedagógica, como certas narrativas se espraiam no tecido social e se impõem como a única possível. O descalabro na Venezuela espelhado no cristal da chamada “grande imprensa” é mais uma mostra dessa nefasta imposição.

Lula: o réu e o candidato

Por Anderson Bahia, no site da UJS:

O maior líder popular e de esquerda da história do Brasil continua sendo uma das peças principais no tabuleiro da política nacional. Diuturnamente, é o pensamento fixo dos setores mais retrógrados, que o querem fora da disputa em 2018; e, da mesma forma, na mente de parte dos setores progressistas, que enxergam na sua candidatura a certeza da vitória para o país voltar a promover direitos.

Razão do ódio neoliberal ao crédito

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

Eu não entendia bem por que na Era Neoliberal houve queda contínua na relação crédito/PIB de 32% em 1995 para 26,1% em 2002. Sempre a gente tem dúvida se algo equivocado é fruto da ignorância ou da má-fé. Geralmente, tem as duas causas.

Podia ser então incompetência dos gestores dos bancos públicos, no período, nomeados um por ser “amigo do rei”, isto é, do ministro da Fazenda, outro por ser conterrâneo do vice. Mas talvez se somasse a essa nomenclatura a missão de aproveitar a oportunidade para privatização dos bancos estaduais e restruturação dos bancos públicos federais. Só não foi adiante a privatização desses bancos pela reação do movimento sindical e das corporações contra o Relatório Booz-Allen Hamilton-FIPE-USP.

Deputado da tattoo ataca jornalista

Do blog Socialista Morena:

O deputado Wladimir Costa (SD-PA), que tatuou o nome de Michel Temer no ombro, voltou a atacar a jornalista Basília Rodrigues, da CBN, que o acusou de assédio moral. O parlamentar paraense usou o Facebook para compartilhar fotos pessoais de Basília, sem autorização, e fazer comentários machistas sobre a aparência da jornalista, incitando seguidores para que fizessem o mesmo.

“Creio que deva ser por um suposto assédio moral, porque assediá-la sexualmente ninguém irá acreditar, pois basta ver as fotos da mesma e todos irão ver que ela foge totalmente dos padrões estéticos que, supostamente despertaria algum tipo de desejo em alguém. Pelo menos dos meus fogem 1000% e também creio que fogem dos interesses padrões que outros homens, possam sentir por uma mulher”, escreveu o deputado.

Pesquisa rejeita 'reforma' trabalhista

Da Rede Brasil Atual:

Nova rodada da pesquisa do Vox Populi, encomendada pela CUT e divulgada hoje (7), aponta rejeição à "reforma" trabalhista do governo Temer, materializada pela Lei 13.467, sancionada em julho. Para 57% dos entrevistados, a mudança é boa apenas para os patrões, enquanto 15% acreditam que não beneficia ninguém. Apenas 12% afirmaram que a reforma é boa para ambos e só 3% disseram que ajuda os empregados. Outros 14% não souberam ou não responderam.

Doria, Meirelles, Maia e o cheiro da traição

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A frase é velha, mas nem por isso menos verdadeira: em política não há vácuo.

Os fatos estão bem evidentes, para quem os quiser ver.

Michel Temer, um Sarney pós- Plano Cruzado, está pendurado no neo-Centrão, com votos no Congresso e desprezo nas ruas.

O PSDB, desmoralizado nacionalmente, vai chegando ao impensável de que já lhe torçam o nariz em São Paulo. Quem imaginaria um editorial do Estadão lavrado nestes termos sobre o tucanato?


Qual é a agenda do Gilmar e do Temer?

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

As saídas para a crise no Brasil

Por Renato Rabelo, em seu blog:

Durante a realização do 17º Congresso da FUP, Federação Única dos Petroleiros, em Salvador, no estado da Bahia, participei de uma mesa de debates na última sexta-feira, dia 4, sobre a atual conjuntura política e econômica, juntamente com João Pedro Stédile e Guilherme Boulos. Naquela ocasião tive a oportunidade de desenhar alguns traços que considero importantes da situação nacional em que estamos vivendo.

O Brasil está sendo governado por um presidente ilegítimo que se coloca de costas para o povo e contra o povo, ou seja a grande maioria da Nação. A classe dominante burguesa tomou de assalto o poder central do país, através de um golpe de Estado, pactuado entre eles.

Temer fechará 360 Farmácias Populares

Não houve qualquer fraude na Venezuela

Por Marco Weissheimer, no site Sul-21:

Há um consenso tanto no Direito quanto na Ciência Política que os impasses profundos das sociedades modernas são resolvidos com a convocação pelo poder político originário de uma Assembleia Constituinte. Na Constituição da Venezuela há expressa previsão que permite ao presidente da República convocar, via eleições, o poder constituinte. Então, não há que falar em fraude nem em ilegitimidade do processo constituinte.

A avaliação é do professor universitário, doutor em Direito Constitucional e integrante do Conselho Nacional do Ministério Público entre 2009 e 2015, Luiz Moreira, que foi um dos 47 observadores internacionais que acompanharam a eleição constituinte realizada no dia 30 de julho, quando os venezuelanos foram às urnas para escolher 545 membros de uma Assembléia Constituinte, que serão encarregados de formular uma nova Constituição para o país.

Mais uma etapa da Operação Estanca Sangria

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

O Congresso mais conservador desde 1964 cumpriu o papel que lhe cabia na Operação Estanca Sangria e enterrou a primeira denúncia por corrupção passiva da história do país contra um presidente da República. A cova é a mesma onde foi enterrada a democracia no ano passado, quando uma presidenta eleita foi deposta não por tentar comprar o silêncio de um criminoso ou por ter assessor flagrado carregando mala com propina, mas pelo hediondo crime das pedaladas fiscais.

Temer e a conciliação das máfias

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

Com o seu tradicional alheamento, o Brasil assiste ao enésimo capítulo da chamada conciliação das elites. A palavra elite soa-me inadequada, por presumir, entre outras, qualidades intelectuais, primazia cultural, saber. No caso, aludo à conciliação das máfias que mandam neste país infeliz, cada vez mais insignificante e tragicamente ridículo.

Honra a quantos votaram “não” na noite de 2 de agosto, mas o espetáculo oferecido pela Câmara de Brasília com os sorrisos da apresentadora da Globo é altamente representativo das penosas condições em que o Brasil precipita.

Oração fúnebre para o Brasil

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

No último dia dois de agosto de 2017 assistimos, paralisados, a morte moral do Brasil. Pela primeira vez na história, um presidente da República foi flagrado cometendo crimes e os falsos representantes do povo decidiram dar-lhe aval para que ele siga impune no exercício da mas alta magistratura do país sem que a tenha recebido da vontade do povo. Pelo contrário, deixaram-no no cargo contra a vontade da esmagadora maioria do povo. De lá para cá, o país sangra sem dignidade e o pavilhão auriverde tremula com as manchas cinzentas da vergonha.

Google está a caminho da ‘censura política’?

Do blog Diário do Centro do Mundo:

Nos últimos três meses, desde que o Google anunciou seus planos de não deixar que usuários acessem “fake news” (notícias falsas), o tráfego global de um amplo leque de organizações de esquerda, progressistas, contra a guerra ou em favor dos direitos democráticos teve queda significativa.

Em 25 de abril, o Google anunciou que havia implementado mudanças em seu serviço de busca para tornar mais difícil acessar o que chamou de informação de “baixa qualidade”, um conceito que inclui as chamadas “teorias de conspiração” e “fake news”. A empresa afirmou, num post de seu blog, que o propósito central da mudança em seu algoritmo de busca era obter maior controle na identificação de conteúdo considerado duvidoso em seus manuais. Declarou que havia “melhorado nossos métodos de avaliação e atualizado os algoritmos” de modo a “evidenciar conteúdos mais autoritários”.

O novo poder do Centrão rural

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Está na hora de encararmos certos fatos. Que milagre fará com que o eleitor que votou neste Congresso não eleja um outro pior ainda? Qual a chance de alguma coisa mudar para melhor com legislaturas cada vez piores? Fica todo mundo debatendo eleição de presidente. O problema e a solução estão no Congresso (Eduardo O. Cavalcanti, de Campo Grande, MS, no Painel do Leitor da Folha).

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Placar final na Câmara: 263 a 227 para o governo. Vitória do presidente Michel Temer e da sua nova base aliada em que o Centrão rural do baixo clero tomou o lugar dos cardeais do PSDB urbano na aliança comandada pelo PMDB.

Socialite golpista presa com mala de dólares

Da revista Fórum:

Proprietária da CVC Manaus, a socialite e empresária Isabel Christine de Mello Távora, foi presa pela Polícia Federal quando tentava embarcar para Miami (EUA) com uma grande quantia de dólares em uma mala, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, na zona Oeste de Manaus. Ironicamente, Isabel, que postou uma foto ao lado de uma placa de sinalização, insinuando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era “marginal”, foi presa por evasão de divisas.

A destruição neoliberal da indústria

Editorial do site Vermelho:

A indústria brasileira está parando e quem pisa no freio, com força, é o governo ilegítimo e ultra-liberal de Michel Temer, que leva às últimas conseqüências sua ação anti-industrialista.

O Brasil já foi campeão mundial de crescimento, entre o final da Segunda Grande Guerra e a década de 1980. Quando se mede a riqueza nacional em termos per capita (com dados do IPEA, calculados com o valor do dólar de 2013), o Brasil de 2013 era quase seis vezes maior do que o de 1947; ou 1,5 vezes maior do que o da década de 1980; ou 1,3 vezes maior do que o de 2002. Este crescimento, florescente até a década de 1980, começou a desacelerar deste então, e o Brasil continua patinando no mesmo marasmo.