domingo, 13 de maio de 2018

Um ano de Macron na França

Foto: Francois Mori/dpa
Por Eduardo Febbro, no site Carta Maior: 

O bom humor com que o periódico matutino Libération celebra o primeiro ano da presidência de Emmanuel Macron é um espelho reflete todas as pesquisas de opinião. A manchete diz: “a direita finalmente tem o seu presidente”. O homem que em algum momento disse ser “socialista” (em 2014) e que logo postulou à presidência com uma proposta “nem de esquerda nem de direita”, ou “ao mesmo tempo de esquerda e de direita”, se afiançou como um dirigente percebido como de direita. O ritmo acelerado das reformas e sua orientação liberal valeram a ele o adjetivo de “presidente dos ricos”, ao qual se agregou outra sentença, pronunciada pelo ex-presidente François Hollande, de quem Macron foi ministro de Finanças: “o presidente dos muito ricos”. 

Carta do MST ao povo brasileiro

Do site do MST:

O Brasil vive uma profunda crise econômica, política, social e ambiental, resultante da crise internacional do capitalismo e da própria incapacidade deste sistema em solucionar as contradições que gera. Neste contexto, as saídas autoritárias, como os golpes e ataques à democracia, tem sido a fórmula adotada para garantir uma violenta ofensiva neoliberal, que retira direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, ao mesmo tempo em que sequestra e subordina o Estado aos interesses de grandes grupos empresariais.

Datafolha prevê crise sem Lula na eleição

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O esforço descomunal da “justiça” para impedir que Lula tenha contatos políticos deriva do medo irracional que a direita acalenta de que o ex-presidente siga forte nas pesquisas. Se isso ocorrer e ele não disputar a eleição ou não indicar sucessor, o Brasil pode sofrer uma cataclísmica crise institucional que aprofundará a crise econômica e tocará fogo no país.

Chega a ser engraçado dizer que quem melhor elaborou a teoria de que o Brasil corre um grave risco de crise institucional se Lula continuar forte ou até se subir nas pesquisas e, depois, não participar da eleição sem indicar substituto, foi um dos artífices do desastre que o país vive hoje…



Relatório da CIA: o sangue nas mãos da Globo

Figueiredo e Roberto Marinho
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Globo perpetrou um editorial canalha sobre o documento da CIA confirmando que Geisel controlava a política de extermínio de seu governo.

“Para as gerações mais novas, fica o ensinamento de como funciona um verdadeiro regime de exceção, instalado a partir de um golpe real, como foi o de 64, impondo uma ditadura radicalizada em 13 de dezembro de 1968, com a edição do Ato Institucional nº 5, o AI-5”, diz o texto.

130 anos de uma abolição inacabada

Do jornal Brasil de Fato:

Conservadora e curta, com pouco mais de duas linhas, a Lei nº 3.353, a chamada Lei Áurea, decretou, no dia 13 de maio de 1888, o fim legal da escravidão no Brasil. Mas se a escravidão teve seu fim do ponto de vista formal e legal há 130 anos, a dimensão social e política está inacabada até os dias atuais. Essa é a principal crítica de estudiosos e militantes dos movimentos negros à celebração do 13 de maio como o dia do fim da escravatura.

A promulgação da Lei Áurea foi uma ação recheada de pompa, como observado no registro fotográfico de António Luiz Ferreira, em que uma multidão aguarda do lado de fora do Paço Imperial, no centro do Rio de Janeiro, para a assinatura.

sábado, 12 de maio de 2018

O trailer oficial do filme "O Processo"

CIA, Globo, ditadores e genocidas

Por Jeferson Miola, em seu blog:

“genocídio
1 extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso

genocida
1 relativo a genocídio
2 que ou quem perpetra ou ordena um genocídio”

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa


Os memorandos da CIA sobre a ditadura civil-militar instalada com o auxílio da Globo em 1º de abril de 1964 revelam uma realidade ainda mais tenebrosa do regime sanguinário que a família Marinho apoiou durante todos os seus 21 anos de existência.


A origem oligárquica de Moro e Dallagnol

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos rostos mais famosos da força-tarefa da Operação Lava Jato, gosta de usar o Facebook para comentar a investigação. Em 23 de abril, compartilhou um artigo do jornal gaúcho Zero Hora que teorizava que a operação só seria possível em Curitiba. Em São Paulo, a grana não deixaria. No Rio, o problema seria a malandragem. Em Porto Alegre, a ideologia.

“Em Curitiba, há uma elite cultural parecida com a porto-alegrense, de boa formação cultural. Só que, em Curitiba, essa elite cultural está a salvo da tacanhice ideológica”, escreveu o jornalista e colunista David Coimbra. “Por estar longe demais das capitais, Curitiba teve tempo e ambiente para se transformar na matriz de uma nova casta de funcionários públicos que se formou no país.”

Não vale censurar Lula, Meritíssima

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao encaminhar uma petição para a juíza Carolina Lebbos para entrevistar Lula na prisão, a Folha, o UOL e o SBT assumiram uma postura adequada ao atual momento político.

Basta lembrar que uma lei em vigor desde 1984 nas penitenciárias brasileiras autoriza entrevistas de condenados para considerar que seria uma vergonhosa forma de auto-censura deixar de ouvir o depoimento de um cidadão que, no atual momento, é um pré-candidato igual a todos os outros -- e só deixará essa condição caso seja impedido de concorrer, decisão que sequer foi tomada pela Justiça.

Do ponto de vista do jornalismo, o interesse também é evidente, pois se trata do líder absoluto em todas as pesquisas e simulações.

"Líderes do mundo inteiro, leiam Marx"

Por Pedro Oliveira, no site da Fundação Maurício Grabois:

Atenção! Este título não foi elaborado por nenhum órgão de imprensa socialista ou comunista. Foi editado para a publicação desta semana da revista mais importante do sistema econômico e financeiro do capitalismo: a The Economist, em um artigo que comemora os 200 anos do nascimento de Karl Marx, ocorrido em 1818.

Dois meses depois da fundação da revista The Economist, em setembro de 1843, que se auto-proclama “journal”, Karl Marx chegava a Paris, em novembro, com a tarefa de construir os Deutsch Franzosische Jahrbucher (O Diário Franco-Alemão), que deveria dar voz a escritores de oposição franceses e alemães.

Máfia da Merenda: Capez no banco dos réus

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou ontem (9) denúncia contra o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), por envolvimento na chamada Máfia da Merenda. Ele vai responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com base na investigação iniciada com a operação Alba Branca, que desbaratou o esquema, que consistia no superfaturamento de produtos da Cooperativa Orgânica da Agricultura Familiar (Coaf) para fornecimento de merenda em escolas estaduais. Em troca de propina, Capez teria intermediado facilidades para contratação da Coaf.

Geisel, Figueiredo e a máquina de matar

Por Adriano Diogo, no site Outras Palavras:

O Brasil foi surpreendido com a revelação do pesquisador Matias Spektor sobre um documento da CIA relatando uma reunião do presidente Ernesto Geisel e generais que, em março de 1974, decidiram prosseguir com o programa macabro de execução sumária de opositores do regime. Geisel assumiu a Presidência da República e logo nomeou o general João Baptista Figueiredo para a chefia do SNI. O motivo da reunião era o relatório segundo o qual no governo Médici 104 pessoas teriam sido executadas. O documento, Centro de Informações do Exército (CIE), pedia autorização ao novo presidente e ao novo chefe do SNI para que as execuções continuassem. Geisel pediu um tempo para reflexão e logo deu luz verde a Figueiredo, orientando-o a supervisionar o programa de execuções, especialmente de “subversivos perigosos” para serem executados.

Trump avança na trilha da guerra

Por Kjeld Jakobsen, no site da Fundação Perseu Abramo:

Como poderia acontecer depois de sua retórica eleitoral em 2016 quando, para “bater” nos democratas, criticava o acordo negociado com o Irã com a participação do governo Obama, e mais recentemente quando substituiu seu Secretário de Estado e o assessor de Segurança Nacional por novos titulares, Mike Pompeo e John Bolton, defensores de atitudes ainda mais beligerantes que os anteriores, Rex Tillerson e H. R. McMaster, Trump decidiu violar o Acordo Nuclear firmado com o governo iraniano em 2015 e retomar as sanções que anteriormente eram aplicadas pelos Estados Unidos e a ONU àquele país.

Filme O processo. O pesadelo do Brasil

Por Urariano Mota, no site Vermelho:

Assistimos ontem no Recife à pré-estreia de O Processo. O cinema São Luiz estava lotado, como em suas melhores noites, com todas idades e classes sociais. Estávamos jovens e muito jovens, maduros e muito maduros, a cantar e gritar várias bandeiras, das quais a mais unitária foi #LulaLivre.
A agitação no público era tamanha, que gritos se ouviam até mesmo quando as luzes no cinema se apagaram. Quanta rebeldia reprimida. As vozes somente pararam quando alguém gritou: “quem fizer barulho é golpista!”. Silêncio na plateia. Então o documentário começou.

Lula na prisão: espiritualidade e política

Por Leonardo Boff, em seu blog:

No dia 7 de maio cumpriam-se 30 dias de prisão do ex-presidente Lula. Foi-lhe concedida pela primeira vez receber a visita de amigos. Tive a honra de ser o primeiro a encontrá-lo pela amizade de mais de 30 anos e pela comunhão de causa: a libertação dos empobrecidos e para reforçar a dimensão espiritual da vida. Cumpri o preceito evangélico:”estava preso e me visitaste”.

A classe média masoquista e tacanha

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É que o ódio e a tacanhez mental não os fazem capazes, sequer, do arrependimento, mas a classe média alta – acho um despropósito chamar de “elite econômica” famílias com renda mensal de R$ 11 mil – pagou caro, no seu próprio padrão de vida, pela aventura golpista.

No Valor, registra-se um levantamento do Bradesco, baseado em pesquisas domiciliares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta números amargos para este grupo social.


Crimes da ditadura: verdade e memória

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Quem viveu a ditadura sempre esperou pela confirmação desta verdade, a de que a cúpula do regime, inclusive os generais-presidente, conheciam e autorizavam os crimes hediondos cometidos pelo aparato repressivo. Ela vem neste documento secreto do Departamento de Estado dos EUA, revelado pelo jornalista e pesquisador Matias Spektor, e explica muitos aspectos da transição brasileira, inclusive o fato de a anistia aprovada em 1979 ter sido recíproca, vale dizer, ter vedado a punição dos responsáveis por torturas, desaparecimentos e assassinatos. Do contrário, não só torturadores, mas também ex-presidentes poderiam ser presos e punidos, como aconteceu na Argentina com o sanguinário Videla.

A República dos Assassinos vêm à tona

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

As descobertas de Matias Spektor nos arquivos da CIA, de que os próprios presidentes militares ordenavam a execução de “inimigos” do regime, torna verossímeis todas as suspeitas de mortes não explicadas do período. Os dois principais algozes foram Ernesto Geisel e João Baptista Figueiredo, presidentes da República.

Nos próximos meses haverá uma revisão geral e irrestrita de todos os mistérios do regime, inclusive da Lei da Anistia.

A saber:

Paulo Preto, Lula e o Brasil da Lava-Jato

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Breve retrato do Brasil da Lava Jato no sábado em que Michel Temer torra dinheiro em propaganda para comemorar dois anos de governo:

- Lula está preso há 35 dias em Curitiba numa cela solitária, condenado sem provas, por conta de um apartamento que não é dele, alijado da campanha eleitoral.

- Paulo Preto, o operador do PSDB, acusado de guardar mais de R$ 100 milhões em contas na Suíça, foi libertado pelo ministro Gilmar Mendes.

Não chores por mim, Argentina

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

As nossas relações com a Argentina sempre foram um tanto complicadas, em especial com relação a assuntos como futebol, música e política. Toda riqueza que poderia ser proporcionada por uma vizinhança amistosa e um passado colonial com alguns traços comuns às vezes acaba sendo contaminada por algum tipo de disputa, baseada em chauvinismo infantil e sectário. Estão aí os grandes meios de comunicação a estimular competições que pululam no imaginário popular, como aquelas famosas entre Maradona e Pelé, Messi e Neymar, para ficar apenas em alguns exemplos.