sábado, 22 de setembro de 2018

Deputado, Bolsonaro votou por 'privilégios'

Da Rede Brasil Atual:

O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) se diz contra "privilégios" do funcionalismo e defensor de medidas de controle dos gastos públicos, além de afirmar ser um liberal e anunciar que seu governo vai privatizar empresas estatais. Totalmente oposto ao que ele defendeu, na prática, em seus 27 anos como deputado federal representando o estado do Rio de Janeiro.

Um levantamento nos arquivos da Câmara Federal mostra que o deputado votou, por exemplo, contra a extinção da aposentadoria integral para servidores públicos, foi a favor da criação de novos municípios, foi contra a privatização das telecomunicações e da Petrobras e apoiou a concessão de isenções fiscais para setores específicos da economia. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Temer cede à pressão de farmacêutica dos EUA

Do blog Socialista Morena:

Os Médicos Sem Fronteira soltaram um comunicado lamentando a decisão do governo brasileiro, através do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), de conceder a patente do medicamento sofosbuvir, contra a hepatite C, à farmacêutica norte-americana Gilead, e impedindo que nosso país produza um genérico quatro vezes mais barato na Fiocruz, já aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Haddad e a estrada aberta nas pesquisas

Recife, 22/9/18
Fotos: Ricardo Stuckert
Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

A pesquisa Datafolha revela dados muito mais positivos para Haddad do que os 16% dos eleitores que declararam que votarão nele para presidente - um índice que o coloca em segundo lugar na disputa por duas vagas no segundo turno.

De acordo o Datafolha, 33% dos eleitores dizem que votarão, com certeza, no candidato que Lula indicar e 16% talvez façam isso. Haddad poderia ter, portanto, 49% dos votos no primeiro no primeiro turno.

E por que está muito longe disso?

FHC procura o anti-Haddad. Resto é conversa

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quando faltam duas semanas para o primeiro turno da eleição presidencial, Fernando Henrique Cardoso entra em cena para tentar embaralhar a sucessão brasileira.

Agora que a repulsa a candidatura de Jair Bolsonaro se torna um dado essencial do momento político, e permite antecipar uma vitória de Fernando Haddad na sucessão presidencial, FHC escreve uma Carta a Eleitoras e Eleitores onde fala na necessidade de encontrar um "candidato que não aposte em soluções extremas". É preciso ter cautela nesta argumentação.

A morte do PSDB e sua herança maldita

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A historiadora Céli Pinto, em artigo no Sul 21, escreve uma afirmação terrível.

Quando pesquisas apontam que o eleitor preferencial de Bolsonaro é homem com mais de 40 anos e nível superior, estamos frente a ex-eleitores de FHC, Serra, Alckmin e Aécio. Bolsonaro é o presente do PSDB para o Brasil.

Infelizmente, é a verdade.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

O plano econômico de Jair Bolsonaro

Por Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:

Ler o programa de governo de Jair Bolsonaro, intitulado O Caminho da Prosperidade, é aventurar-se pela cabeça do candidato e de sua equipe. E esse é o lado ruim.

Assusta que um candidato apresente um projeto tão pífio para uma campanha presidencial. Assusta que esse candidato seja o atual líder nas pesquisas de opinião. Bolsonaro é uma ameaça não só para nossa democracia, mas também para nosso desenvolvimento econômico e para os nossos frágeis avanços sociais.

Até FHC reaparece na campanha retrô 2018

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Na campanha de volta ao passado, que marca estas eleições de 2018, só faltava ele.

Não falta mais, ele voltou.

Fernando Henrique Cardoso, não satisfeito com as “entrevistas exclusivas” diárias que concede aos amigos da grande imprensa, resolveu escrever uma carta aos seus eleitores para dizer como eles devem votar.

Em seu habitual estilo melífluo e gordurento, sem dar nomes aos bois, alerta seus seguidores - quantos ainda serão? - que eles devem se unir em torno de um candidato de “centro” para evitar a vitória dos “extremistas” que lideram as pesquisas.

Pesquisas não podem substituir as ruas

Editorial do site Vermelho:

As pesquisas se incorporaram ao instrumental das campanhas eleitorais. Estão presentes inclusive no âmbito interno das candidaturas como espécie de bússola. Ignorá-las é atuar às cegas, sem bases para promover ajustes. Mas são também poderosas armas para manipulações. Pode-se observar isso na diferença entre as recentes aferições dos institutos MDA, Ibope e Datafolha. Ao passo que os dois primeiros revelam forte crescimento do candidato Fernando Haddad, com 17,6% no MDA (Jair Bolsonaro tem 28,2% e Ciro Gomes 10,8%) e 19% no Ibope (Bolsonaro tem 28% e Ciro Gomes 11%), o Datafolha mostra uma ascendência moderada, com 16% (Bolsonaro tem 28% e Ciro Gomes 13%).

O descaramento do FHC

Por Jeferson Miola, em seu blog:

FHC foi um dos principais artífices intelectuais do golpe que impregnou a sociedade com ódio, incendiou o Brasil e devastou a economia e a soberania nacional.

A publicação da carta aos eleitores e eleitoras mostra que FHC escolheu o descaramento como traço definidor do seu caráter.

É de uma torpeza sem nome a afirmação, na carta, de que Haddad é uma das duas “soluções extremas” do espectro político – só há um extremismo a ser combatido e derrotado implacavelmente, que é o bolsonarismo em todas suas variantes. Atribuir igualmente ao PT a condição de pária da democracia é mais que oportunismo descabido, é desonestidade teórica.

Fórum 21 divulga ''Manifesto aos Democratas'

Enviado por Joaquim Palhares

Frente à polarização nestas eleições, entre os que estão do lado do golpe e os que estão do lado da resistência, o Fórum 21, rede de acadêmicos e intelectuais, criada desde as primeiras manifestações do golpismo em 2014, divulga seu Manifesto aos Democratas: Haddad é Lula e Lula é Haddad, pela vitória da resistência.

Os riscos para a democracia

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A disputa presidencial finalmente decantou, passando a refletir claramente a divisão política estrutural do país.

A pesquisa Ibope revelou a colossal e veloz transferência de votos do ex-presidente Lula para seu candidato, indicando a grande possibilidade de que o petista Fernando Haddad venha a disputar o segundo turno com o líder Jair Bolsonaro.

Será, como já escrevi aqui, uma disputa plebiscitária entre os que tentarão reconduzir o PT ao governo e o antipetismo, agora representado por Bolsonaro, o que traz riscos evidentes para democracia.

Eleições-2018: Civilização ou barbárie?

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O quadro de outubro próximo, visto pura e simplesmente do ponto de vista eleitoral, ou seja, na sua aparência, ensejará, a escolha entre o capitão e a alterativa representada por Fernando Haddad ou Ciro Gomes.

Na primeira hipótese, teremos a transição, pela via eleitoral (anunciada para o segundo turno), do Estado autoritário para a ditadura fascista, aqui (como em toda parte) apoiada, em suas origens, por grandes contingentes populares (açulados pela grande imprensa e pelo neopentecostalismo primitivo) e por poderosos setores econômicos e militares, espalhados nas tropas e nos comandos entre oficiais superiores da reserva (os mais falantes) e da ativa.

O ovo de uma serpente já conhecida

Por Kai Michael Kenkel, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Cada um é formado pela sua história pessoal. Eu sou alemão, crescido nos Estados Unidos, acadêmico de relações internacionais (política) no Brasil. A guerra e a intolerância política afetaram profundamente a minha família. Isso me norteia politicamente. Como alemão de minha geração, o ponto fixo inescapável que orienta toda a consciência na minha formação cidadã é o legado do fascismo: o Holocausto e a Segunda Guerra, e a firme missão de nunca deixar isso acontecer de novo, em lugar nenhum. Não existe nenhum princípio político mais sagrado que esse.

O efeito da mídia nas eleições

Por João Feres Júnior, na revista CartaCapital:

O efeito dos meios de comunicação é o Santo Graal de todos os pesquisadores da área de mídia e política. É claro que sabemos que ela tem efeito sobre a formação de opinião, pois a quase totalidade das informações sobre política que os eleitores recebem em sociedades complexas como a nossa advém da mídia.

Ao mesmo tempo, é muito difícil estimar com precisão a intensidade desse efeito. A edição do debate entre Lula e Fernando Collor no Jornal Nacional às vésperas do segundo turno da eleição de 1989 foi decisiva para o resultado final da disputa? Provavelmente sim, mas nunca saberemos se foi fator decisivo.

Mídia brasileira seria fechada nos EUA

Por Isaías Dalle, no site da Fundação Perseu Abramo:

Nos EUA e Inglaterra, canais de TV ou jornais seriam fechados e os donos, mortos, se fizessem contra os governos o que fazem no Brasil e na América Latina, em geral. “Seriam colocados diante de um pelotão de fuzilamento em praça pública”, disse o pensador estadunidense Noam Chomsky, durante encontro com jornalistas realizado no Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, na noite da última segunda-feira.

O golpe e as classes trabalhadoras

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Os ataques sofridos pelas classes trabalhadoras em razão do golpe de 2016 não tem um paralelo histórico. O desmonte das bases da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que instituíram e organizaram os contratos de trabalho desde a década de 1940, o impacto econômico aos sindicatos com o fim abrupto das contribuições sindicais compulsórias, das contribuições assistenciais, além da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar, sem limites, a terceirização causam alterações profundas e não facilmente superáveis.

Qual é o futuro do sindicalismo?

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

O sindicalismo é resultado da construção política e voluntária de trabalhadores que decidem se associar; construir laços de solidariedade, a partir da condição de assalariado, servidor, conta própria e de subordinados no sistema produtivo; criar identidade que se constitua de classe; compreender o mundo em que vivem; imaginar movimentos de luta para mudar a situação. Esses são desafios que, se respondidos, darão o sentido para a organização.

Mas organizar quem e quantos?

"O ódio de classe é extremo no Brasil"

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

O ódio de classe é extremo no Brasil. É maior do que nos EUA. E ódio puro e simples. É profundo. Não é algo que se possa curar apenas colocando um bandeide. A visão é de Noam Chomsky em entrevista ao Tutaméia (acompanhe a íntegra no vídeo). Para ele, a eleição pode ser suficiente se puder evitar o pior. Mas será preciso encarar os problemas de fundo: o ódio de classe, a enorme desigualdade, as razões que seguraram o desenvolvimento, o foco na exportação de produtos primários, a importação de manufaturados baratos.

O fracasso do golpe no país surreal

Por Pedro Tierra, no site Carta Maior:

“A Revolução que acalentamos na juventude, faltou.

A vida, não. A vida não falta.

E não há nada mais revolucionário que a vida...” (1994) [*]


Será vão o esforço intelectual, mesmo das cabeças mais brilhantes, empenhadas em utilizar as categorias cartesianas para decifrar o Brasil. Aqui nos trópicos, nem mesmo o surrealismo – como advertia Alejo Carpentier na Introdução Manifesto ao “El reino de este mundo” – seria capaz de dar conta dos paradoxos da esfinge...

Haddad ao governo, Lula ao poder

Por Breno Altman, no site Opera Mundi:

O crescimento de Fernando Haddad na disputa presidencial revela a eficácia da política conduzida pelo PT.

Inimigos, adversários e até aliados vaticinavam a derrocada da legenda. As forças mais conservadoras sonhavam com um sistema político expurgado de alternativa viável à esquerda.

O fracasso do governo Temer, ao qual estão fundidos os partidos de centro e direita, especialmente o PSDB de Geraldo Alckmin, despertou o bloco golpista. O aprofundamento da crise econômica e social, associado a escândalos de corrupção, criava base material para possível recuperação do petismo.