Por Augusto Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:
“Ser radical é ir às raízes dos problemas e a raiz do homem é o próprio homem” (K. Marx).
Estávamos no ano de 1949 e um jovem estudioso, vivendo no interior da Bahia, resolveu enviar uma longa carta ao historiador Caio Prado Jr. Nela, falava dos seus planos de realizar uma pesquisa sobre a história das rebeliões negras no Brasil. Para isso, pedia ajuda ao eminente intelectual marxista. A resposta, contudo, não foi nada animadora. Ela sugeria que o rapaz abandonasse o plano original, pois morava numa região onde a escravatura não tinha tido um grande papel. E, mais grave, ali não teria condições de ter acesso às fontes históricas necessárias para desenvolver tão ousado projeto. Então, propunha que o missivista pegasse a “pena” e contasse “com toda simplicidade” o que “observava à sua volta”. Ou seja, descrevesse a situação do sertão baiano, onde vivia. Uma sugestão bastante prudente. Nove entre dez orientadores acadêmicos proporiam a mesma coisa.
Estávamos no ano de 1949 e um jovem estudioso, vivendo no interior da Bahia, resolveu enviar uma longa carta ao historiador Caio Prado Jr. Nela, falava dos seus planos de realizar uma pesquisa sobre a história das rebeliões negras no Brasil. Para isso, pedia ajuda ao eminente intelectual marxista. A resposta, contudo, não foi nada animadora. Ela sugeria que o rapaz abandonasse o plano original, pois morava numa região onde a escravatura não tinha tido um grande papel. E, mais grave, ali não teria condições de ter acesso às fontes históricas necessárias para desenvolver tão ousado projeto. Então, propunha que o missivista pegasse a “pena” e contasse “com toda simplicidade” o que “observava à sua volta”. Ou seja, descrevesse a situação do sertão baiano, onde vivia. Uma sugestão bastante prudente. Nove entre dez orientadores acadêmicos proporiam a mesma coisa.